Ashes: O Century Heroico de Joe Root em Meio ao Drama e aos Erros Cruciais da Inglaterra no Gabba

Ashes: O Century Heroico de Joe Root em Meio ao Drama e aos Erros Cruciais da Inglaterra no Gabba
O segundo dia do Teste do Gabba, na lendária série Ashes, foi um verdadeiro turbilhão de emoções, viradas e, para a Inglaterra, um festival de oportunidades perdidas. Apesar de uma atuação memorável do capitão Joe Root, que cravou um glorioso century, a equipe inglesa viu suas esperanças diminuírem com uma exibição de campo inconsistente e erros que custaram caro.
A Maestria de Joe Root: Um Century de Brilho e Resiliência
Quando a Inglaterra retomou a partida no segundo dia, com 325-9, a expectativa era de uma rápida finalização. No entanto, o brilho individual de Joe Root já havia deixado sua marca indelével. Com um espetacular century de 138 corridas (não eliminadas), Root demonstrou por que é considerado um dos maiores rebatedores de sua geração. Sua “tonelada” não apenas salvou a Inglaterra de uma situação ainda mais precária, mas também estabeleceu uma base respeitável de 334 corridas no total. Esse century em Teste contra a Austrália, especialmente no Gabba, é um feito para ser celebrado, elevando o moral da equipe mesmo diante dos desafios que se seguiram.
Inglaterra e a Maldição dos Drops: Um Pesadelo em Campo
Se o bastão de Root foi um farol, o campo da Inglaterra foi uma zona de sombras. A equipe cometeu impressionantes cinco drops de catches apenas nesta entrada, com quatro deles ocorrendo sob as luzes da sessão noturna. Essas falhas não são apenas estatísticas; são momentos que mudam o curso de um Test Match. Michael Vaughan, ex-capitão da Inglaterra, expressou sua preocupação: “Nunca vi a Austrália rebater assim. A Inglaterra simplesmente não conseguiu ter controle.” Ele criticou a falta de concentração, destacando que “a arte de pegar chances é a concentração”.
Os drops incluíram chances cruciais para Travis Head (no início, quando ele tinha apenas 3 corridas), Alex Carey (duas vezes), Josh Inglis e Michael Neser. Essas oportunidades perdidas permitiram que a Austrália construísse uma vantagem sólida, deixando a Inglaterra em uma posição defensiva. A eficiência de catch da Inglaterra em Testes diurnos/noturnos é alarmante na terceira sessão (58%), comparada a 81% na primeira.
A Resposta Australiana: Meio-Centuries e Capitalização
Apesar de alguns momentos de brilho da bola inglesa, a Austrália capitalizou com maestria os erros de campo. Jake Weatherald (72), Marnus Labuschagne (65) e Steve Smith (61) registraram meio-centuries, conduzindo o placar australiano com autoridade. Labuschagne, em particular, descreveu o dia como “incrível”, um testemunho da confiança australiana.
Houve, no entanto, momentos de esperança para a Inglaterra. Brydon Carse, apesar de ter sido caro em suas corridas, entregou dois wickets cruciais em um mesmo over, incluindo a remoção de Steve Smith com uma espetacular pegada de Will Jacks. Esses lampejos mostraram o potencial da equipe, mas foram ofuscados pela falta de consistência geral.
A Análise Pós-Jogo: Reflexões e Desafios
O capitão Joe Root, refletindo sobre o dia, admitiu que a equipe “não estava no seu melhor”, mas ainda acreditava que a Inglaterra estava “bem e verdadeiramente no jogo”. Ele reconheceu a dificuldade de jogar com a bola rosa, mas enfatizou a necessidade de manter a confiança. Ben Stokes, por sua vez, usa “maneiras sutis” para motivar os jogadores, que já estão cientes de seus próprios erros, como apontou o arremessador Jack Leach.
Os comentaristas não pouparam críticas. Michael Vaughan sugeriu que a falta de preparação adequada e o cansaço físico da equipe contribuíram para o desempenho abaixo do esperado. “Parecemos discos quebrados”, comentou, referindo-se aos problemas recorrentes da Inglaterra em séries Ashes fora de casa. A capacidade de um jogador de elite de transformar um century em uma vitória para a equipe exige um esforço coletivo que, neste dia, faltou à Inglaterra.
O Que Esperar do Dia Três?
Com a Austrália liderando por 44 corridas e com Alex Carey (46*) e Michael Neser (15*) no crease, o dia três será crucial. A Inglaterra precisará de um desempenho impecável com a bola e, acima de tudo, no campo, para reverter a situação. A superfície do Gabba, com algumas rachaduras se desenvolvendo, pode oferecer oportunidades, mas a equipe terá que estar “no ponto” para capitalizá-las.
Este Test Match do Gabba continua a ser um fascinante espetáculo de críquete, com a série Ashes entregando todo o drama esperado. Resta saber se a Inglaterra conseguirá se reerguer após as falhas de campo e transformar o heroísmo do century de Joe Root em um resultado positivo.
Para mais análises e cobertura de críquete, visite os sites da International Cricket Council (ICC) e ESPN Cricinfo.
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