A Estratégia Arriscada de Trump: Dividir Rússia e China É Genialidade ou Loucura?

Nos corredores da política e nas discussões acaloradas da internet, um tema domina: a suposta estratégia de Donald Trump para criar uma cisão entre Rússia e China. A ideia, que ganhou força após declarações de Keith Kellogg, enviado de Trump para a Ucrânia, ecoa a famosa aproximação de Richard Nixon com a China nos anos 70. Mas será que essa jogada é um ato de genialidade diplomática ou um plano fadado ao fracasso?

Desmistificando o Passado: Nixon Não Dividiu Ninguém!

Um erro histórico crucial precisa ser corrigido: Nixon não dividiu russos e chineses. A verdade é que a ruptura entre Moscou e Pequim já era uma realidade consolidada desde o final dos anos 50! As tensões, alimentadas por divergências ideológicas e disputas territoriais acirradas, culminaram em confrontos militares sangrentos e até ameaças de ataques nucleares. A famosa visita de Nixon à China, em 1972, nada mais foi do que a exploração de uma brecha já existente, profunda e explosiva.

O Cenário Atual: Uma Aliança Sólida e Sem Limites

A realidade de hoje é drasticamente diferente. A aliança entre Rússia e China, reestabelecida em 1989, nunca foi tão forte. Em fevereiro de 2022, pouco antes da invasão da Ucrânia, os dois países declararam um relacionamento “sem limites”. O comércio bilateral e a cooperação militar explodiram, atingindo um recorde de US$ 244,8 bilhões em 2024. Longe de divergências ideológicas, Putin e Xi cultivam uma amizade pessoal e compartilham uma visão comum de uma ordem mundial multipolar.

Os Riscos de Uma Estratégia Perigosa

• Erosão das Alianças Ocidentais: Uma guinada em favor da Rússia colocaria em risco a coesão da OTAN e a relação transatlântica.
• Fortalecimento de Rivais: Rússia e China poderiam explorar as ofertas americanas sem abandonar sua parceria estratégica.
• Desconfiança e Disputas Territoriais: Uma ruptura poderia reacender antigas disputas territoriais entre Rússia e China, desestabilizando a região.
• Expansão da Influência Chinesa: A China poderia aumentar seus laços com a Ucrânia e países da Ásia Central, desafiando a zona de influência russa.

A Conclusão: Um Plano com Consequências Inesperadas

Ao tentar dividir Rússia e China, Trump corre o risco de fortalecer seus adversários, enfraquecer as alianças ocidentais e diminuir a influência global dos Estados Unidos. Em vez de uma jogada de mestre, essa estratégia pode se revelar um tiro no pé, transformando a América em uma potência menor em um mundo cada vez mais complexo.