Alex ‘Poatan’ Pereira: De Ícone do Kickboxing a Lenda do UFC em Danbury, CT!

Lembra de quando Glover Teixeira, o ex-campeão dos meio-pesados do UFC, era figura constante no interior de Connecticut? Ele tinha sua academia em Bethel, vizinho do Michael’s Tap Room, e era um frequentador assíduo do Farmhouse em Newtown. Lá, entre um bom vinho e um suculento bife, ele batia um papo com os moradores sobre como era ser um campeão do UFC aos 40 e tantos anos.

Após uma jornada incrível desde o Brasil, ele fincou raízes na região, onde conheceu sua esposa Ingrid. E foi aqui que ele permaneceu. A cidade de Danbury o idolatra da mesma forma que Orange, em Nova Jersey, venerava Tony Galento, o boxeador peso-pesado cujo knockdown em Joe Louis em 1939 se tornou lenda. Quando Glover conquistou o título no UFC 267 aos 41 anos, Danbury celebrou com um desfile memorável!

Agora, aos 45 anos e aposentado, Glover se dedica a treinar o lutador mais celebrado do UFC: Alex Pereira, o atual campeão dos meio-pesados. Se Glover era o Galento de Danbury, “Poatan” é o Chupacabra! Avistamentos de Pereira pipocam por toda parte: desde um aceno discreto em sua Range Rover para um grupo de jovens até um cowboy misterioso na praça de alimentação do Danbury Fair Mall. E o veredito é unânime: “Aquele cara é um monstro!”

Eu mesmo pude comprovar isso no Halloween de 2023, enquanto tomava uma cerveja no Michael’s Tap Room. De repente, dois estranhos fantasiados chamaram a atenção de todos. Um tubarão gigante, com o nariz apontando para o céu, segurava um palhaço insano com estrelas negras nos olhos. Após uma breve pausa, o tubarão puxou o palhaço para um canto sombrio e gritou: “Chuck!” Era Glover Teixeira, e o palhaço, ao tirar a máscara, revelou ser Alex Pereira!

Glover estava tomando uma cerveja, enquanto Pereira, que não bebe, estava a poucos dias de conquistar um título em duas categorias de peso e se tornar o maior bicho-papão da história de Connecticut. Brinquei para que ele colocasse a máscara de volta, mas a cena era reveladora: foi Glover quem trouxe o monstro à tona.

Pereira defende seu título dos meio-pesados contra Magomed Ankalaev no UFC 313. Em 2024, foi eleito o Lutador do Ano por muitos. Quando o UFC precisou de uma estrela para o marco do UFC 300, Pereira nocauteou Jamahal Hill. E quando Conor McGregor se lesionou, lá estava Pereira, com o dedo quebrado, para finalizar Jiri Prochazka na revanche. Seu nocaute sobre Khalil Rountree no UFC 307 foi a cereja do bolo, consagrando-o como um dos melhores lutadores de 2024.

Mas Ankalaev, com sua invencibilidade e estilo de wrestler, representa um grande desafio. Será que ele conseguirá superar o especialista em kickboxing? Plinio Cruz, amigo e treinador de Pereira, garante que eles estão preparados: “Já nos falaram que ele teria problemas desde sua primeira luta no UFC. Mas não colocamos uma faixa preta nele à toa!”

A amizade entre Glover e Pereira começou em 2020, quando Jorge Guimarães os apresentou. A conexão foi imediata: churrascos, treinos na neve e até aulas de jiu-jitsu para Nina Drama, a cachorra de Glover. Uma dupla improvável que se fortaleceu ao longo dos anos, com Glover agora ajudando Pereira a manter seu reinado.

Na visita à academia de Teixeira, vi Pereira sendo testado por diversos lutadores: Austin Ross, wrestler universitário; Yousri Belgaroui, kickboxer marroquino; Plinio Cruz, servindo de cobaia; e Julian “JuJu” Reza, buscando derrubar o campeão. Glover observava tudo, apreciando seu café Stew Leonard’s.

No fim do treino, Glover fez um discurso apaixonado, exaltando a mentalidade dos wrestlers e criticando as lamúrias no jiu-jitsu. Uma mensagem motivacional para enfrentar Ankalaev, um lutador com a raça dos daguestaneses.

Para Glover, o segredo do sucesso de Pereira é a dedicação: “Ele é uma raça diferente. Eu me achava um cara esforçado, mas ele é outro nível. Ele treina pesado e não sente o jet lag!”

A história de Pereira é de superação. De um Toyota Camry a uma Lamborghini Huracan Performante, sua ascensão é meteórica. E sua influência se estende para além de Danbury: Plinio Cruz abriu sua própria academia em Nova Jersey, com Pereira como inspiração.

Em um treino em Nova Jersey, Pereira sparrou com Dillon Danis e Action Bronson, mostrando sua versatilidade e poder de fogo. Bronson descreveu a experiência: “Ser atingido por ele é como ser golpeado por 10 pessoas ao mesmo tempo!”

Apesar da fama e do sucesso, Pereira se mantém focado e reservado. Sua entrevista no Player’s Tribune revela um lado sensível e inspirador, falando sobre seus medos e superações. Um lutador moldado pelo medo, mas que se tornou o terror da divisão.

Plinio Cruz resume a essência de Pereira: “Ele fala mais quando não diz nada. Sua cara de pedra e sarcasmo o tornam um cara simples e misterioso, com quem todos se identificam.” Um guerreiro que honra suas raízes indígenas e personifica a garra brasileira.

Alex Pereira veio a Connecticut para ajudar um campeão e se tornou um dos maiores de sua era. Danbury se tornou um portal de campeões brasileiros, e enquanto Pereira estiver no controle, o show continuará!