Jurema Sagrada: A Religião Mestiça que Inspirou o Carnaval e a Ciência Psicodélica!

Desvende os Mistérios da Jurema Sagrada: Uma Jornada da Caatinga ao Carnaval

Já ouviu falar em Malunguinho, o Mensageiro de Três Mundos? Se o Carnaval da Viradouro te pegou de surpresa, prepare-se para mergulhar em um universo fascinante! A escola campeã trouxe à avenida uma figura central no imaginário nordestino, um elo entre culturas e espiritualidades que ecoa até hoje.

E se eu te dissesse que essa mesma figura inspira pesquisas científicas sobre psicodélicos? Meu livro, “A Ciência Encantada de Jurema – Como uma raiz da caatinga uniu indígenas e africanos na resistência anticolonial e hoje inspira pesquisas psicodélicas”, que será lançado em breve, explora essa conexão surpreendente. Um aperitivo? Confira a série “A Ressurreição da Jurema”!

Os Três Mundos da Jurema: Um Encontro de Culturas

O enredo da Viradouro e o título do meu livro revelam os três pilares da Jurema Sagrada: o sertão dos povos originários, a África dos escravizados e a Europa dos colonizadores. Desse choque cultural nasceu o catimbó, uma religião de matriz indígena que sincretiza elementos da encantaria africana, da magia ibérica e do catolicismo popular.

No coração dessa crença está a jurema-preta (Mimosa tenuiflora), cuja raiz guarda um segredo: o DMT, a mesma substância psicodélica da ayahuasca! Com ela, prepara-se o vinho da jurema, a erva sagrada que ecoa nos versos de José de Alencar em “Iracema”.

Resistência e Tradição: A Saga da Jurema

Perseguida pela Inquisição, pela Coroa, pelo Império e até hoje por fundamentalistas, a Jurema resistiu e floresceu em aldeias e terreiros do Nordeste. Mesmo que o vinho raramente provoque efeitos psicodélicos atualmente, os cânticos e a incorporação de encantados celebram os Mestres e Mestras da Jurema Sagrada.

O samba-enredo da Viradouro reverencia Malunguinho, o guerreiro preto invencível, líder do quilombo de Catucá. Ele personifica a força da Jurema, uma religião genuinamente brasileira, mestiça e conectada à natureza, que une divindades e ancestrais na luta pela liberdade e pelo direito de existir.

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