
Oscar Polêmico: Etarismo e Preconceito Ditam o Ritmo da Premiação! Veja a Análise Completa

Oscar Polêmico: Etarismo e Preconceito Ditam o Ritmo da Premiação! Veja a Análise Completa
No labirinto de expectativas e brilho da última noite do Oscar, uma reviravolta inesperada roubou a cena, ecoando a trama de “A Substância”. Mikey Madison, a jovem estrela de “Anora”, desbancou as favoritas Demi Moore e Fernanda Torres, reacendendo o debate sobre etarismo e preconceitos na indústria cinematográfica. Mas como essa desconhecida conquistou a Academia?
Enquanto Moore, aos 62, acumulava troféus com sua atuação impactante em “A Substância”, e Torres, aos 59, se tornava a queridinha da mídia com “Ainda Estou Aqui”, Madison surgiu como uma surpresa, desafiando as probabilidades. Sua vitória, no entanto, lança luz sobre as preferências e os vieses da Academia, revelando que a busca por renovação esbarra em velhos padrões.
Com um currículo modesto, Madison trilhou um caminho improvável até o estrelato, passando por papéis em “Era Uma Vez em… Hollywood” e “Pânico”. Mas foi em “Anora” que sua carreira decolou, catapultando-a para o centro dos holofotes.
O Oscar, ao consagrar Madison, expôs as feridas do etarismo que assolam Hollywood, tema recorrente nas falas de atrizes como Nicole Kidman e Meryl Streep, que clamam por papéis relevantes para mulheres maduras. Afinal, em quase um século de história, apenas 30 atrizes com mais de 40 anos foram agraciadas com o prêmio de Melhor Atriz, em comparação com 63 atores da mesma faixa etária.
A resistência da Academia a filmes de gênero também se fez presente, relegando “A Substância”, um terror com elementos de “body horror”, à estatueta de cabelo e maquiagem, apesar de suas indicações nas categorias mais importantes. A ousadia do filme, que desafia as normas informais da Academia, pode ter pesado contra Moore, seguindo a trajetória de outras atrizes talentosas que ficaram de fora da premiação.
Para Fernanda Torres, o desafio era ainda maior. Vinte e cinco anos após sua mãe, Fernanda Montenegro, ser preterida por Gwyneth Paltrow, ela também viu sua campanha ruir diante do conservadorismo da Academia. A barreira da nacionalidade e a preferência por atrizes americanas ou britânicas se mostraram obstáculos difíceis de superar.
Apesar dos sinais de mudança, a Academia ainda parece presa a um sistema que valoriza a juventude e a nacionalidade em detrimento do talento e da experiência. A frustração dos brasileiros, que torciam por Torres, ecoa a amargura da derrota de “Central do Brasil”, evidenciando a longa jornada que a Academia ainda precisa percorrer para se tornar verdadeiramente inclusiva e representativa.
O Oscar 2024 nos convida a refletir sobre os bastidores da indústria cinematográfica, onde o talento nem sempre é o fator determinante. A luta por igualdade e representatividade continua, e a esperança reside na construção de um futuro onde o etarismo e o preconceito não ditem o ritmo da premiação.
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