
Paulinho Fora do Desfile da Mangueira: Entre Críticas da Torcida e Intolerância Religiosa

## Paulinho Abandona Desfile na Mangueira: Pressão da Torcida e Luta Contra Intolerância Religiosa Agitam o Carnaval
O mundo do futebol e do carnaval se cruzaram em uma polêmica envolvendo o atacante Paulinho, do Palmeiras. O jogador, que estava confirmado para desfilar em um carro alegórico da Estação Primeira de Mangueira, anunciou sua desistência devido a “questões profissionais”. Mas a história é mais complexa do que parece.
A participação de Paulinho no desfile, que homenagearia a ascensão do povo preto, gerou forte reação de parte da torcida palmeirense. O motivo? Paulinho ainda não fez sua estreia pelo clube, após passar por uma cirurgia na tíbia. A notícia de sua presença na Sapucaí, enquanto se recuperava, irritou alguns torcedores.
Diante da repercussão negativa, o atacante optou por não desfilar, mas garantiu que estará no Sambódromo para prestigiar a escola de samba. “Estarei na avenida nesse dia, de folga, prestigiando e torcendo por vocês”, escreveu Paulinho em suas redes sociais.
### Intolerância Religiosa: Uma Luta Constante
Além da polêmica com a torcida, Paulinho aproveitou o momento para denunciar a intolerância religiosa que enfrenta. Identificado com o candomblé, o jogador é alvo constante de ataques preconceituosos nas redes sociais.
“Aproveito também para manifestar meu repúdio à intolerância religiosa que enfrento. Já não se trata apenas de intolerância, mas de racismo religioso, evidenciado pela demonização constante das religiões de matriz africana”, desabafou o atacante, que comemora seus gols com o gesto da flecha de Oxóssi.
Paulinho reforçou a importância do respeito à diversidade religiosa e da luta pela valorização e preservação da ancestralidade africana. “Nossa fé e nossas tradições merecem respeito, assim como qualquer outra expressão religiosa. Seguimos firmes na luta pela valorização e preservação da nossa ancestralidade. Axé!”, completou.
### Mangueira na Avenida e Palmeiras em Campo
A Mangueira, com o enredo “À Flor da Terra, no Rio da Negritude entre Dores e Paixões”, será a última escola a desfilar neste domingo. Já o Palmeiras entra em campo neste sábado pelas quartas de final do Campeonato Paulista, ainda sem Paulinho, que deve estar à disposição do técnico Abel Ferreira em março.
O caso de Paulinho levanta importantes discussões sobre a relação entre esporte, cultura, religião e a pressão da torcida. Um episódio que certamente deixará marcas neste carnaval e no mundo do futebol.
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