
Rubens Paiva: Memória Viva no Congresso e o Legado que Assombra Bolsonaro

A memória do ex-deputado Rubens Paiva, torturado e morto pela ditadura militar, ecoa com força nos corredores do Congresso Nacional. Desde 1971, seu nome foi evocado em quase 200 discursos, uma homenagem constante à sua luta e um lembrete sombrio dos horrores do regime. Mas o que torna essa história ainda mais relevante?
Um levantamento recente revela que a maioria das menções a Paiva são elogios e homenagens, mas também expõe o isolamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que, em seus tempos de deputado, disseminou alegações falsas sobre a morte do parlamentar. Essa postura negacionista reacende a dor de familiares e defensores da democracia.
O filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar, trouxe um novo fôlego ao debate. A produção cinematográfica, que narra a busca incansável da família por justiça, emocionou o público e reacendeu a discussão sobre a Lei da Anistia e a ocultação de cadáveres, um crime que paira sobre o caso Paiva.
A Memória Exaltada e a Polêmica Bolsonaro
Parlamentares de esquerda, como Maria do Rosário (PT-RS), têm sido vozes ativas na defesa da memória de Paiva. Seus discursos ressaltam a importância de manter viva a história para que os erros do passado não se repitam. No entanto, as críticas de Bolsonaro, que insiste em culpar militantes de esquerda pela morte de Paiva, geram revolta e indignação.
A decisão do STF de analisar se a ocultação de cadáver se enquadra na Lei da Anistia é um passo importante para a justiça. A deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) destacou a relevância desse julgamento, que pode trazer à tona novos detalhes sobre o caso Paiva e punir os responsáveis.
Mesmo em momentos de celebração, como na posse do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a memória de Paiva se faz presente. Ao citar o filme “Ainda Estou Aqui”, Motta evoca a resiliência e a esperança em um futuro mais justo.
A Comissão Nacional da Verdade e os 50 anos do golpe militar de 1964 também foram momentos cruciais para resgatar a memória de Paiva. A sociedade brasileira, cada vez mais consciente da importância de conhecer sua história, demonstra orgulho da indicação do filme ao Oscar, um reconhecimento internacional da luta por justiça e verdade.
A história de Rubens Paiva é um lembrete constante de que a luta pela democracia e pelos direitos humanos deve ser incessante. Seu legado inspira gerações a lutar por um Brasil mais justo e igualitário.
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