
A Noite Sempre Chega: Crítica do novo thriller da Netflix que vai te prender do início ao fim

Em meio a um catálogo repleto de lançamentos, um novo thriller psicológico chega para tirar o seu fôlego na Netflix. A Noite Sempre Chega mergulha o espectador em uma corrida desesperada contra o tempo, ancorado por uma atuação visceral de Vanessa Kirby. Mas será que o filme entrega mais do que apenas tensão? Analisamos a fundo o novo longa que promete ser um dos destaques do ano.
Uma noite para salvar uma vida inteira
A premissa de A Noite Sempre Chega é direta e angustiante. Acompanhamos Lynette (Vanessa Kirby), uma mulher que tem apenas uma noite para conseguir uma quantia exorbitante de dinheiro – US$ 25 mil – para impedir que sua família seja despejada. O que se segue é uma jornada noturna e perigosa pelas ruas de Portland, nos EUA, onde cada encontro e cada decisão a empurram para mais perto de um limite moral e físico.
A trama, baseada no livro de Willy Vlautin, ecoa o realismo social de filmes como o belga “Dois Dias, Uma Noite”, dos irmãos Dardenne. No entanto, enquanto a obra europeia se aprofunda no dilema ético e na solidariedade de classe, A Noite Sempre Chega opta por um caminho diferente: o do suspense hollywoodiano, onde a tensão crescente e as reviravoltas são os protagonistas.
Vanessa Kirby: A Estrela que Carrega o Filme nas Costas
Se há um motivo inquestionável para assistir a este filme, é a performance de Vanessa Kirby. Conhecida por sua intensidade em papéis como em “Pedaços de uma Mulher”, Kirby entrega uma Lynette complexa, cuja força e vulnerabilidade transparecem em cada olhar. Ela consegue transmitir o peso do desespero sem cair no melodrama, mantendo o espectador conectado à sua luta, mesmo quando o roteiro flerta com o artificial.

Direção Elegante, mas com Ressalvas
A direção fica por conta de Benjamin Caron, premiado por seu trabalho em “The Crown”. Sua assinatura elegante é visível na fotografia noturna e na condução segura das cenas de ação. No entanto, essa mesma sofisticação por vezes distancia o filme da crueza que a história pede. A jornada de Lynette é sobre a precariedade e a sujeira do desespero, e o verniz estético de Caron, embora belo, cria um contraste que pode diminuir o impacto do drama social.
O filme transforma um drama sobre a miséria e a insegurança habitacional em um thriller de alta voltagem, onde a sobrevivência emocional dá lugar à sobrevivência física.
Veredito: Vale a pena assistir A Noite Sempre Chega?
Sim, especialmente se você é fã de thrillers intensos e de atuações poderosas. A Noite Sempre Chega é um filme que te agarra pela tensão e não solta até os créditos finais. Embora sacrifique parte da profundidade de seu comentário social em favor do suspense, ele o faz com competência e estilo.
- Pontos Fortes: A atuação monumental de Vanessa Kirby, o ritmo acelerado que prende a atenção e a direção visualmente apurada.
- Pontos Fracos: O roteiro por vezes opta por soluções mais convencionais de suspense, perdendo a oportunidade de aprofundar o drama humano.
No final, A Noite Sempre Chega é um lembrete sombrio de que, para muitos, a estabilidade é uma linha tênue, e basta uma noite para que tudo desmorone. Uma adição valiosa e angustiante ao catálogo da Netflix.
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