×

A Vida de Raul Seixas: Um Filme Digno de Tela Quente que a Série Revelou

A Vida de Raul Seixas: Um Filme Digno de Tela Quente que a Série Revelou

temp_image_1754378908.472321 A Vida de Raul Seixas: Um Filme Digno de Tela Quente que a Série Revelou

Se a vida de um dos maiores ícones do rock brasileiro fosse um roteiro, certamente seria um filme de Tela Quente: repleto de drama, reviravoltas e um legado que desafia o tempo. Com o sucesso da série “Raul Seixas: Eu Sou”, uma das mais vistas no Globoplay, a história de Raulzito voltou aos holofotes, trazendo à tona verdades e desmistificando velhos boatos sobre o eterno Maluco Beleza.

A Série que Reacendeu a Chama do Maluco Beleza

A produção do Globoplay mergulha fundo na complexa trajetória do artista, mas foi além da música. Ela reacendeu o debate sobre os últimos anos de Raul, especialmente sobre as circunstâncias de sua morte, em 21 de agosto de 1989, quando ele tinha apenas 44 anos. Vamos desvendar juntos os pontos mais importantes dessa história fascinante.

Entre Mitos e Verdades: A Causa da Morte de Raul Seixas

Por décadas, o imaginário popular foi alimentado por mitos. Mas, afinal, qual foi a verdadeira causa da morte de Raul Seixas? Oficialmente, o músico foi vítima de uma parada cardíaca, consequência de uma pancreatite aguda fulminante. Seu quadro de saúde já era delicado: ele lutava contra o diabetes e o alcoolismo crônico. Na noite anterior à sua morte, ele não havia tomado a insulina necessária.

A série, com depoimentos fortes de sua filha Vivían Seixas e do amigo Sylvio Passos, ajuda a derrubar duas grandes lendas:

  • O mito do “abandonado”: Muitos culparam sua ex-companheira, Kika Seixas, por tê-lo “abandonado”. Vivían esclarece que a situação era insustentável devido à dependência química. “A responsabilidade que colocam na minha mãe… a culpa infelizmente foi dele mesmo, que não tentou fazer um tratamento”, desabafa a filha, explicando a dolorosa dinâmica de uma família que lida com o alcoolismo.
  • O mito do “morreu pobre”: Embora seu inventário, finalizado em 1992, não listasse imóveis e apontasse uma quantia simbólica na poupança, o maior patrimônio de Raul era imaterial e extremamente valioso: os direitos autorais de suas canções.

A Batalha Pessoal: Alcoolismo e as Escolhas de um Ídolo

A luta de Raul Seixas contra o álcool não era recente. Era uma batalha que o acompanhava desde a juventude e que se intensificou com o passar dos anos. Kika tentou interná-lo diversas vezes, mas o músico não aderia aos tratamentos. Ele já havia retirado parte do pâncreas e seu estado de saúde era alarmante.

“O papai sabe o que tá fazendo.”

— Raul Seixas, em resposta à sua filha Vivían, um mês antes de morrer, ao ser questionado sobre o consumo de álcool.

Essa frase, dita à filha de apenas oito anos, é um retrato doloroso da consciência de Raul sobre suas próprias escolhas. Ele estava ciente dos riscos, mas a dependência falava mais alto.

O Legado que o Dinheiro Não Compra (Mas os Direitos Autorais Sim)

Se por um lado Raul não deixou uma fortuna em bens materiais, por outro, ele deixou um tesouro cultural inestimável. Seu verdadeiro legado está nas 324 composições registradas, um patrimônio que continua a gerar frutos e a encantar gerações.

Hoje, esse acervo é administrado por suas três filhas — Simone, Scarlet e Vivían —, que garantem que a obra do pai permaneça viva e relevante. Como destaca o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, Raul foi um dos artistas mais originais e influentes de sua época.

Mais do que um músico, Raul Seixas foi um provocador, um filósofo do cotidiano e um artista que nunca teve medo de ser exatamente quem era. Sua história, agora recontada, nos lembra que, por trás do gênio da “Metamorfose Ambulante”, havia um homem em uma luta constante. Um enredo complexo e humano, digno de um grande filme que a Tela Quente adoraria exibir.

Compartilhar: