Alex Turner: A Ascensão, Influências e o Legado do Líder do Arctic Monkeys

Poucas bandas na história da música britânica ascenderam à fama com tamanha rapidez e em seus próprios termos como o Arctic Monkeys, de Sheffield. Enquanto a nova onda indie que dominava as paradas já se encaminhava para a saturação, ‘I Bet You Look Good on the Dancefloor’ (2005) ultrapassou sem esforço bandas como The Bravery ou The Futureheads, com composição confiante e lirismo inteligente muito além do que seria esperado para um vocalista ainda na adolescência.

Quando o single seguinte, ‘When the Sun Goes Down’, foi lançado em janeiro de 2006, Alex Turner já era aclamado como um dos maiores compositores da Grã-Bretanha. Quaisquer suspeitas de que o Arctic Monkeys tivesse sido impulsionado por uma imprensa musical excessivamente zelosa foram eliminadas com seu igualmente aclamado segundo álbum, Favourite Worst Nightmare (2007), e uma apresentação como atração principal no Pyramid Stage no Festival de Glastonbury três meses depois.

À medida que o indie finalmente desaparecia, Turner provou ser um compositor adaptável, transitando entre o desert rock, o surf psicodélico, o groove blues com jaqueta de couro e o crooner de jazz espacial. O Arctic Monkeys foi um dos grandes sobreviventes do indie, alcançando um estrato de apelo mainstream e fandom global totalmente desvinculado das armadilhas nostálgicas patrocinadas pela Topman que atingiram dezenas de seus contemporâneos da MTV2, incluindo os pioneiros originais de Nova York, The Strokes.

A Receita do Sucesso

Uma combinação de fatores alimentou sua ascensão. Um deles foi evitar o excesso de exposição na imprensa, cultivando com sucesso uma mística fundamentada, oferecendo entrevistas e aparições na mídia com parcimônia. Outro foi sua mencionada destreza criativa, mas crucialmente, a profunda veneração de Turner pelos compositores clássicos do passado garantiu um cânone que perduraria com permanência universal.

Nick Lowe, Bob Dylan e Leonard Cohen foram todos destacados por Turner ao longo dos anos, mas é o roqueiro de raízes de Los Angeles dos anos 1970, Leon Russell, a quem ele credita por presentear com uma música que alterou fundamentalmente sua abordagem à composição. “A melodia é o que faz você se comprometer a dizer merda”, disse Turner à Vulture em 2018. “Algumas pessoas pensam que escrever palavras apenas para se adequar a uma ideia melódica torna essas palavras sem sentido, mas acho que o oposto é verdadeiro. Há uma frase em ‘A Song for You’ de Leon Russell, uma das maiores canções de todos os tempos: ‘Se minhas palavras não se juntarem / Ouça a melodia porque meu amor está lá escondido.’ Isso faz muito sentido para mim”.

A Influência de Leon Russell

Não é apenas Turner quem elogia a faixa de 1970 que abre seu LP de Leon Russell, The Carpenters, Willie Nelson, Aretha Franklin e Amy Winehouse, todos oferecendo interpretações aclamadas do apelo a um amante distante. “Eu estava no meu estúdio em Hollywood e na verdade estava tentando escrever um padrão”, disse Russell ao Atlantic City Weekly em 2011. “Eu estava tentando escrever uma canção de blues que Frank Sinatra e Ray Charles pudessem cantar… Eu escrevi em 10 minutos. Foi para uma ocasião específica. E eu entrei lá e escrevi muito rapidamente… isso acontece às vezes. Às vezes eles são muito rápidos. É quase como se alguém não os estivesse escrevendo, sabe? Como se estivessem vindo de outro lugar”.

Charles gravou uma versão, ganhando um Grammy Award de 1994 de ‘Melhor Performance Vocal Masculina de R&B’. Ganhando a reputação de ‘compositor de compositores’, Elton John o creditou como a maior influência sobre ele como artista, colaborando mais tarde no álbum conjunto The Union de 2010, seis anos antes de seu falecimento.

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