Ângela Diniz: A Essência de uma Mulher Livre Revisitada por Marjorie Estiano na HBO Max

Ângela Diniz: A Essência de uma Mulher Livre Revisitada por Marjorie Estiano na HBO Max
A história de Ângela Diniz, um nome que se tornou símbolo na luta contra a violência de gênero no Brasil, ganha uma nova e poderosa leitura na série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, com estreia marcada para 13 de novembro na HBO Max. Interpretada pela aclamada Marjorie Estiano, a personagem é definida pela atriz como “uma mulher livre em sua essência”, um retrato que promete reacender debates cruciais sobre liberdade feminina, machismo e feminicídio.
O caso que chocou o país em 1976, quando a socialite Ângela Diniz foi brutalmente assassinada por seu então companheiro, Raul Fernando do Amaral Street, o Doca Street, em Búzios (RJ), é revisitado sob uma ótica contemporânea. O crime, ocorrido após Ângela decidir pelo fim do relacionamento, transcendeu a esfera policial e se transformou em um marco judicial, onde a defesa de Doca tentou, de forma ultrajante, justificar o assassinato com a “legítima defesa da honra”, culpando a própria vítima por sua morte.
Marjorie Estiano e o Mergulho na Alma de Ângela Diniz
Em uma entrevista reveladora ao videocast “Desculpa Alguma Coisa”, de Tati Bernardi, no Canal UOL, Marjorie Estiano compartilhou suas percepções sobre Ângela Diniz e a complexidade de sua personagem. “Eu acho que ela foi assassinada principalmente porque ela não aceitava a autoridade masculina. Ela não se submetia às ordens, ao desejo do homem. Ela seguia os dela. E se ela queria estar com ele, ela estava. Se não queria, não estava. Se queria ir para o Rio, ela ia. Ela fazia o que tinha vontade de fazer”, pontua a atriz.
A sensibilidade do roteiro, assinado por Elena Soárez e Thais Tavares, é destacada por Estiano. A série foca nos dilemas entre a liberdade da mulher, a maternidade e a violência de gênero, expondo o impacto devastador do machismo estrutural na vida e na trágica morte de Ângela. “Eles pegaram a partir do momento em que ela pede a separação até o assassinato e fazendo o julgamento no último episódio”, explica.
A Preparação para um Papel Emocionante e Militante
A dedicação de Marjorie para dar vida a Ângela Diniz foi profunda, incluindo estudos sobre autoras feministas para uma compreensão aprofundada do patriarcado que aprisionou a socialite. “Eu me senti muito convocada a fazer parte militante disso mesmo. Foi um mergulho de investigação muito íntimo, muito pessoal, justamente pelo fato de ser mulher, e de ser mulher desde que eu me entendo por gente”, revela a atriz.
Para Marjorie, a essência de Ângela residia na sua liberdade inata, confrontada pelas imposições de uma sociedade patriarcal. “A Ângela, na verdade, é feita pelas forças contrárias. Ela, em essência, é uma mulher livre, uma mulher que faz aquilo que ela bem entende. Só que o patriarcado impõe uma série de tabus, regras, cerceamentos, que foi onde ela se destaca, porque a elas tudo é proibido”, reflete.
Além de Ângela Diniz: Outras Reflexões de Marjorie Estiano
Durante a mesma conversa com Tati Bernardi, Marjorie Estiano também abordou outros aspectos marcantes de sua carreira e vida pessoal, que demonstram sua versatilidade e compromisso:
- “Sob Pressão” e o SUS: A atriz relembrou sua experiência na aclamada série “Sob Pressão”, onde interpretou a médica Carolina por cinco anos. O contato direto com hospitais públicos e profissionais de saúde transformou sua visão sobre o Sistema Único de Saúde. “Fui apresentada ao SUS através da série. Ter a consciência de quão amplo é o SUS, né, tudo que ele oferece, né, então ter consciência sobre isso. Cidadania. Acho que ‘Sob Pressão’ me traz cidadania através do SUS”, afirmou, destacando a importância do sistema público de saúde.
- Quase Afogamento em “A Vida da Gente”: Estiano compartilhou o tenso momento em que quase se afogou durante as gravações de uma cena subaquática na novela “A Vida da Gente”. A dificuldade de lidar com o respirador e a ausência do responsável pela sua segurança tornaram a cena uma experiência assustadora: “Aí eu virei pra pegar o ar. E ele não tava ali. Aí eu falei, acabou pra mim.”
A série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” promete ser um convite à reflexão sobre a história, a justiça e o papel da mulher na sociedade, com a performance de Marjorie Estiano prometendo ser um ponto alto e emocionante. Não perca a estreia na HBO Max e reviva um capítulo crucial da história brasileira através de uma nova perspectiva.
Onde Assistir e Aprofundar o Debate:
- Série “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”: Assista na HBO Max (Verifique a disponibilidade e data exata de estreia na plataforma de acordo com sua região).
- Videocast “Desculpa Alguma Coisa” com Tati Bernardi: Os episódios completos estão disponíveis no Canal UOL no YouTube (Novos episódios toda quarta-feira, e na TV às quartas-feiras, às 22h30).
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