Canisso (Raimundos): Viúva Expõe Contrato e Acusa Banda de Interromper Repasses Financeiros Pós-Morte

Canisso (Raimundos): Viúva Expõe Contrato e Acusa Banda de Interromper Repasses Financeiros Pós-Morte
A morte de Canisso, o icônico baixista original do Raimundos, em março de 2023, deixou uma lacuna imensa no cenário do rock brasileiro. Contudo, mais de um ano após seu falecimento, a memória do músico volta a ser tema de controvérsia, desta vez envolvendo questões financeiras e contratuais. Adriana Toscano, viúva de Canisso, vem a público denunciar a interrupção dos repasses financeiros que, por contrato, deveriam ser destinados à família do artista.
O Acordo Pós-Morte: Uma Promessa Não Cumprida?
Segundo Adriana, um acordo firmado entre os integrantes do Raimundos previa claramente que, em caso de falecimento de um dos membros, seus herdeiros continuariam a receber uma porcentagem da agenda de shows da banda. Para a família de Canisso, essa era uma garantia fundamental. No entanto, o que era para ser uma proteção se transformou em motivo de angústia e disputa.
A viúva apresentou ao portal Leo Dias uma cópia do contrato que sustenta suas alegações. O documento, no parágrafo 2º do artigo IX, estabelece: “Em caso de falecimento de qualquer dos sócios, ingressarão na sociedade os herdeiros do sócio falecido. Enquanto não finalizada a partilha, a representação do sócio falecido será feita pelo inventariante”. Uma cláusula que, para Adriana, está sendo desrespeitada.
A Mudança na Gestão e o Início dos Atritos
Adriana Toscano aponta o ano de 2008 como um divisor de águas, quando a gestão do grupo teria mudado de mãos. À época, Digão, o único membro remanescente da formação clássica do Raimundos, teria entregue o comando empresarial a Denis Porto, amigo e empresário de sua carreira solo, uma decisão que Canisso já contestava. A viúva relata que, mesmo antes do falecimento do baixista, já existiam tensões relacionadas a prioridades dentro da banda.
“Antes do Canisso falecer, já havia um problema de respeito. O problema dele era priorizar o Raimundos. Nunca teve nenhum tipo de guerra política dentro da banda; o problema do Canisso não era político com o Digão, era de prioridades”, afirmou Adriana.
Essa divergência de prioridades teria culminado em compromissos individuais de Digão colidindo com a agenda do Raimundos, gerando atritos internos que, após a morte de Canisso, transbordaram para a esfera financeira.
Acusações de Manobra Contratual
Inicialmente, Adriana relata que Digão a tranquilizou, prometendo apoio contínuo à família. Contudo, cerca de um ano depois da morte de Canisso, os pagamentos cessaram. A denúncia mais grave da viúva é a de que o Raimundos teria registrado um novo CNPJ. Esta ação, segundo ela, seria uma manobra para driblar o acordo original e interromper os repasses referentes aos shows da banda, enquanto valores relativos a direitos autorais e pagamentos de gravadoras continuariam sendo transferidos normalmente.
A falta de comunicação direta por parte de Digão e Denis Porto é outro ponto de frustração para Adriana. “O Digão e o Denis não avisaram nada, não falaram nada. Poderiam ter me ligado e falado para a gente ao menos fazer um acordo. Não teve nada disso. Teve um silêncio, e eu ficava sabendo das coisas pelo meu advogado, que descobria”, lamenta.
Um Legado em Disputa
A queixa de Adriana Toscano não é contra a instituição Raimundos em si, mas sim direcionada ao vocalista Digão e ao seu empresário, Denis Porto, a quem ela atribui a “manobra” de toda a situação. A saga da família de Canisso ressalta a complexidade das relações contratuais e pessoais no mundo da música, especialmente após a perda de um pilar fundamental. O legado de Canisso, um baixista que marcou gerações, agora também se vê envolto em uma batalha por justiça e reconhecimento dos acordos pré-estabelecidos. Para mais informações sobre a trajetória da banda, você pode consultar a página dos Raimundos na Wikipédia.
Este caso levanta questões importantes sobre o respeito a acordos pós-morte e a responsabilidade dos envolvidos em grandes bandas. Enquanto a família de Canisso busca seus direitos, a comunidade musical observa atenta os desdobramentos dessa delicada situação.
Compartilhar:


