
Cláudia Abreu: O Sucesso do Monólogo ‘Virginia’ e a Esperada Volta às Novelas

Cláudia Abreu: O Sucesso do Monólogo ‘Virginia’ e a Esperada Volta às Novelas
Após brilhar intensamente nos palcos teatrais, Cláudia Abreu está pronta para reencontrar o público da televisão. A aclamada atriz, conhecida por sua versatilidade e profundidade, fará seu aguardado retorno às novelas da Globo na trama das sete, “Dona de Mim”. Esse movimento acontece depois de um período dedicado ao teatro, culminando no estrondoso sucesso de seu primeiro monólogo, “Virginia”.
O Fenômeno ‘Virginia’ nos Palcos
A ideia de levar a vida e obra de Virginia Woolf para os palcos nasceu da intuição de Cláudia Abreu. Questionada pelo diretor Amir Haddad sobre a escolha da autora inglesa, a atriz, com 54 anos, defendeu a relevância atemporal dos temas abordados por Woolf: a condição feminina, a saúde mental, o desejo e a liberdade de ser. “Falar dela é falar de todos nós, falar da existência”, resumiu Abreu.
Essa intuição se provou mais do que acertada. Em apenas dois anos desde a estreia, “Virginia” se tornou um fenômeno cultural. Com 140 apresentações em 30 cidades e mais de 48 mil espectadores, o monólogo cativou não só o público habitual do teatro, mas também aqueles que a acompanham há décadas pela televisão, respondendo de forma triunfal à pergunta frequente sobre seu retorno às novelas.
O Desafio de Filipa em ‘Dona de Mim’
O convite para integrar o elenco de “Dona de Mim”, de Rosane Svartman e Allan Fiterman, surgiu justamente no auge do sucesso teatral e da demanda popular por sua volta à TV. Em “Dona de Mim”, Cláudia Abreu dará vida a Filipa, uma personagem complexa e desafiadora.
Filipa é uma mulher atormentada por duas grandes frustrações: a relação difícil com as filhas e a falta de reconhecimento profissional como atriz e cantora. Sua personalidade é marcada por uma intensidade particular, alternando entre a euforia excessiva e a depressão, sendo agressiva e reativa. A própria Cláudia Abreu destaca que o convite veio com o objetivo de discutir saúde mental e o humor instável.
Interpretar Filipa representa um contraponto intrigante para a atriz, que acumula quatro décadas de uma carreira sólida e aclamada.
Uma Carreira Marcada pela Versatilidade
A trajetória de Cláudia Abreu começou cedo, aos dez anos, quando ingressou no renomado Tablado, escola de teatro que moldou gerações de artistas. Sua estreia profissional nos palcos foi em 1986, na peça “O Despertar da Primavera”. Poucos anos depois, em 1989, teve seu primeiro contato com a obra de Virginia Woolf na adaptação de “Orlando”.
A televisão a abraçou em 1990, com sua primeira protagonista em “Barriga de Aluguel”. Aos 19 anos, a jovem Cláudia Abreu enfrentou a complexidade de uma personagem que vivenciava o instinto da maternidade sem a posse do filho. Paralelamente, demonstrava sua audácia artística ao ensaiar o icônico Hamlet, sob a direção de Antonio Abujamra, em uma montagem com elenco exclusivamente feminino.
Um de seus papéis mais impactantes veio em 1992, como Heloisa em “Anos Rebeldes“. A personagem, uma jovem da elite que se torna guerrilheira, marcou época e, para muitos, refletiu o momento político de redemocratização do Brasil. Sua conexão com temas de resistência voltou a aparecer no cinema, em “O que É Isso, Companheiro?”.
A parceria de longa data com o autor Gilberto Braga rendeu personagens memoráveis, como Alice em “Pátria Minha” (1994), Olívia em “Força de um Desejo” (1999) e Laura em “Celebridade” (2003). Cláudia Abreu sempre destacou o prazer de interpretar os textos de Braga, elogiando a crítica social, o humor e a profundidade de suas criações.
Um Retorno Muito Aguardado
Com uma carreira que transita com maestria entre o teatro, a televisão e o cinema, Cláudia Abreu se consolida como uma das grandes atrizes brasileiras. Seu retorno às novelas é, sem dúvida, um dos momentos mais esperados pelo público, que agora poderá acompanhar a força de sua atuação na pele da complexa Filipa, após ter sido hipnotizado pela humanidade de Virginia Woolf nos palcos.
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