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Death Stranding 2: Jogamos a Sequência de Kojima por 30 Horas! O Que Descobrimos?

Death Stranding 2: Jogamos a Sequência de Kojima por 30 Horas! O Que Descobrimos?

temp_image_1746726904.112046 Death Stranding 2: Jogamos a Sequência de Kojima por 30 Horas! O Que Descobrimos?

Death Stranding 2: Jogamos a Sequência de Kojima por 30 Horas! O Que Descobrimos?

Em 2019, Death Stranding não foi apenas mais um videogame. Hideo Kojima nos entregou uma obra que ousou ir além, tecendo metaforicamente a cosmologia e a antropologia através do simples – e complexo – ato de fazer entregas. O jogo desafiou nossas percepções sobre conexão humana com mecânicas inovadoras que transformaram a própria ideia de movimento em algo profundo. Para muitos, incluindo este redator, o primeiro Death Stranding foi uma obra-prima inegável, um fluxo contínuo de conceitos instigantes.

Agora, após passar mais de 30 horas em um evento especial para a imprensa nos escritórios da Kojima Productions em Tóquio, a sensação é clara: aquele pode ter sido apenas o começo. Death Stranding 2: On the Beach se apresenta como uma ambiciosa tentativa de elevar as premissas do jogo original a um nível totalmente novo.

A nova jornada leva o jogador através da fronteira da UCA (Cidades Unidas da América). A representação simbólica da conexão, tema central do primeiro jogo, parece agora mais dinâmica, mas ao mesmo tempo menos certa do que a de seu antecessor. Que novas perguntas a lendária jornada de Sam Porter Bridges nos trará? E como elas serão respondidas?

Embora a versão que joguei não fosse a final, as horas imersivas demonstraram uma densidade e integridade dignas de um produto acabado. Elementos fundamentais como movimento, diálogo e apresentação estão altamente integrados, e a intenção de expandir massivamente a experiência do primeiro jogo é palpável em cada detalhe.

Do Deserto Americano para a Fronteira Mexicana: Uma Nova Era de Conexões

No Death Stranding original, Sam reconstruiu laços humanos enquanto desvendava o mistério por trás do fenômeno que isolou as cidades. Sua jornada de entrega não apenas introduziu um tipo inédito de movimento em videogames, mas também revelou gradualmente as visões de Kojima sobre vida, morte e cosmologia.

O cenário de Death Stranding 2 muda radicalmente: da UCA reconstruída para a árida região da fronteira mexicana. A Bridges, organização que antes dominava as entregas, se retira do cenário, dando lugar a um sistema automatizado chamado APAS, operado por veículos não tripulados.

Sam Porter Bridges, que vivia tranquilamente no México com sua filha Lou, é convocado novamente por Fragile – uma personagem querida que retorna – para assumir missões de entrega nesta região onde a infraestrutura de comunicação é precária. Uma nova jornada silenciosa começa, com o objetivo de reconectar a Rede Quiral, a vital rede de comunicação deste universo.

Um Espetáculo Visual: A Fronteira Ganha Vida

Os gráficos fotorrealistas que retratam meticulosamente a terra desolada do México são simplesmente impressionantes. Desde a textura da superfície seca até a poeira de areia que se move suavemente e as imponentes montanhas rochosas ao longe, os visuais de Death Stranding 2 me cativaram instantaneamente.

A modelagem fotorrealista e as expressões faciais sutis dos personagens também melhoraram significativamente em relação ao primeiro jogo. O estilo artístico transcende o mero realismo, criando uma estética poderosa que sustenta a visão de mundo surrealista e a complexa narrativa de Kojima.

Mais Acessível, Ainda Profundo

O Death Stranding original, com sua avalanche de termos e conceitos no início, podia ser um pouco esmagador para jogadores casuais. Death Stranding 2 demonstra uma consciência clara dessa barreira de entrada.

A seção inicial no México funciona como um tutorial bem integrado, tanto em termos de jogabilidade quanto de história. Além disso, a sequência oferece um modo de recapitulação narrado por Deadman, no estilo de uma novela, e um glossário detalhado chamado Corpus. Isso mostra uma consideração cuidadosa tanto pelos novatos quanto por aqueles que jogaram o primeiro, mas se perderam em seus intrincados detalhes.

A Filosofia de Três Camadas no Gameplay de DS2

O design de Hideo Kojima frequentemente se manifesta em três camadas distintas, como visto em Metal Gear Solid (infiltração, perigo, furtividade). Essa filosofia é central em Death Stranding e continua forte em Death Stranding 2.

Assim como no original, o gerenciamento de peso e equilíbrio da carga ao atravessar terrenos instáveis é fundamental. Manter os pés firmes em encostas, controlar o centro de gravidade para evitar ser levado por correntes de água e lidar com o risco constante de danificar a carga tornam a travessia do mundo uma tarefa tensa, porém recompensadora.

Construções como cordas e escadas continuam sendo essenciais para facilitar a navegação. E o Social Strand System permanece como um pilar: estruturas deixadas por outros jogadores aparecem no seu mundo, transformando o solitário ato de entrega em uma experiência gradualmente mais conectada e social.

Novas Rotas e Desafios Ambientais

Death Stranding 2 introduz os Monotrilhos, tornando a travessia a longas distâncias muito mais suave. No entanto, tanto rodovias quanto monotrilhos exigem muitos materiais, forçando os jogadores a explorar minas. O estabelecimento de rotas comerciais eficientes torna-se ainda mais central para a jogabilidade.

Em contrapartida, os ambientes se tornaram mais desafiadores. Rios podem duplicar de largura com chuvas fortes, e novos riscos naturais como “gate quakes” (terremotos) e tempestades de areia testam suas habilidades. O ciclo dia/noite em tempo real adiciona outra camada de complexidade. Superar essas condições requer adaptabilidade.

Personalização Aprofundada: O Sam Que Você Quiser

Para enfrentar os novos desafios, Death Stranding 2 oferece mais espaço para personalização. O “Porter Grade” indica diretamente sua proficiência, enquanto o novo sistema APAS Enhancement permite usar pontos de habilidade para melhorar estatísticas e adquirir novas habilidades. Você pode focar em aprimorar combate, movimento ou habilidades de entrega, adaptando Sam ao seu estilo de jogo.

Isso se alinha novamente à filosofia de três camadas de Kojima, agora aplicada às habilidades de Sam. Ao contrário do primeiro jogo, onde a preparação da carga era quase a única variável, agora você tem controle sobre a evolução das capacidades de Sam.

Combate Mais Presente e Tático

Enquanto o combate no primeiro Death Stranding era limitado e servia mais como um meio para garantir suprimentos ou passar por bases, em Death Stranding 2 ele se tornou mais frequente, flexível e sistemático. A expansão do combate, que começou sutilmente no Director’s Cut, agora é parte integrante da experiência de mundo aberto.

Novas forças inimigas humanas, como Bandits e Armed Survivalists, apresentam bases com estruturas tridimensionais que incentivam a infiltração e o confronto. Novos tipos de BTs, maiores e mais fortes, tornam os encontros ainda mais desafiadores.

O combate também se tornou mais tático. O novo boneco falante, Dollman, permite observar bases inimigas de cima. Opções variadas incluem ataques furtivos à distância com o Blood Boomerang, tiros de precisão com rifles, ou o uso direto de rifles de assalto e lançadores de granadas.

Uma novidade taticamente significativa é a capacidade de abaixar a mochila de Sam, aumentando sua agilidade para momentos de combate direto ou evasão rápida. O controle de peso agora afeta diretamente a mobilidade, ampliando a flexibilidade tática. Com quatro níveis de dificuldade (História, Casual, Normal e Brutal), Death Stranding 2 oferece flexibilidade na profundidade com que você deseja se engajar no combate.

Narrativa em Evolução: Temas Profundos e Paralelos Reais

Após uma série de eventos dramáticos (alguns revelados nos trailers), Sam passará a cooperar com a Drawbridge, uma empresa civil criada por Fragile. O cenário muda do México para a Austrália, e a missão de espalhar a Rede Quiral recomeça. Uma base móvel chamada DHV Magellan (Navio de Caça à Tar Profunda), nomeada em homenagem ao explorador Fernão de Magalhães, serve como hub central.

Como o nome sugere, a história parece abordar temas que remetem à exploração e dominação. Além disso, a ascensão da APAC (Automated Public Assistance Company), uma organização política privada, guarda semelhanças intrigantes com as PMCs (Private Military Company) vistas em Metal Gear Solid 4.

Ainda é cedo para especular sobre como esses temas se desenvolverão, mas a forma como Death Stranding parece prever a realidade é algo notável. O primeiro jogo, com seu foco no isolamento e em carregadores solitários atravessando o mundo, ressoou fortemente com a pandemia de Covid-19. Em Death Stranding 2, a APAC e a automação parecem ecoar tendências modernas de eficiência governamental e o papel crescente da tecnologia e empresas na vida pública.

Com pontos de convergência tão assustadores com a realidade, é impossível não sentir que há um significado profundo em como as conexões serão redefinidas neste novo capítulo da saga Death Stranding.

Um Novo Rosto Misterioso

Um dos destaques do preview é a presença do ator Luca Marinelli, interpretando um homem misterioso. Tanto sua atuação quanto a apresentação das cenas em que ele aparece são extremamente impactantes. O mistério sobre quem ele é e por que cruza o caminho de Sam certamente gerará muita especulação entre os jogadores. Marinelli e seu personagem são tão cativantes quanto o icônico Cliff de Mads Mikkelsen foi no primeiro jogo.

Trailers Reveladores e a Espera Pelo Lançamento

Uma pequena preocupação durante as 30 horas de jogo foi perceber que os trailers parecem conter conteúdo que se aprofunda bastante na história principal. Será que revelaram demais? Ou haverá uma grande surpresa esperando os jogadores na versão final?

Só nos resta aguardar ansiosamente o lançamento de Death Stranding 2: On the Beach em 26 de junho para descobrir. Com base no que experimentei, a sequência não apenas honra o legado de seu predecessor, mas o expande de formas empolgantes e significativas.

Este texto foi traduzido e adaptado do conteúdo original para uma experiência de leitura mais envolvente e otimizada para o público brasileiro.

Link externo sugerido: Saiba mais sobre Death Stranding 2 no site oficial da Kojima Productions.

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