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Dona Jacira, mãe de Emicida, morre aos 60: O legado de luta e arte

Dona Jacira, mãe de Emicida, morre aos 60: O legado de luta e arte

temp_image_1753728215.764492 Dona Jacira, mãe de Emicida, morre aos 60: O legado de luta e arte

Luto: Morre Dona Jacira, mãe de Emicida, aos 60 anos

O universo da cultura brasileira se despede de uma de suas figuras mais inspiradoras. Jacira Roque de Oliveira, conhecida carinhosamente como Dona Jacira, faleceu nesta segunda-feira, aos 60 anos, em São Paulo. Mãe do rapper Emicida e do empresário e cantor Evandro Fióti, ela era muito mais do que uma matriarca: foi uma artista multifacetada, escritora e um verdadeiro símbolo de resistência e sabedoria ancestral.

Dona Jacira estava hospitalizada na capital paulista. Embora a causa exata da morte não tenha sido divulgada, ela travava uma longa e corajosa batalha contra o Lúpus e realizava sessões de hemodiálise há mais de duas décadas, uma jornada de resiliência que compartilhava abertamente com seu público.

Quem foi Dona Jacira: A Guardiã de Saberes

Nascida e criada na Zona Norte de São Paulo, Dona Jacira primeiro encantou os fãs dos filhos, mas logo conquistou seu próprio espaço. Ela se definia como uma “detentora de saberes e fazeres”, uma descrição perfeita para sua alma inquieta e criativa. Sua trajetória foi marcada por desafios imensos, desde maus-tratos na infância e um casamento na adolescência até a viuvez precoce e dificuldades financeiras.

Contudo, foi na maturidade que ela floresceu, transformando a dor em arte. Mergulhou em suas raízes ancestrais e se reinventou de maneiras extraordinárias. Seu legado é um mosaico de talento e força:

  • Autora: Em 2018, lançou a autobiografia “Café”, um relato potente sobre sua vida.
  • Artes Plásticas: Criou uma coleção de bonecas únicas, feitas com retalhos, e aplicou seus bordados em peças icônicas para a coleção “Herança” da Lab Fantasma, marca de seus filhos.
  • Comunicação: Colocou no ar um podcast, expandindo ainda mais sua voz e seus ensinamentos.
  • Liderança Comunitária: Transformou sua casa em um ponto de encontro cultural, promovendo os “Encontros da Colheita e da Semeadura” para debater alimentação, arte e cultura.

A Luta Contra o Lúpus e a Força na Adversidade

A batalha de Dona Jacira pela saúde foi uma constante em sua vida. Em uma entrevista, ela falou sobre os desafios diários. “Faço hemodiálise há mais de 20 anos, tenho Lúpus. Às vezes bate uma angústia”, revelou, mostrando uma vulnerabilidade que apenas a tornava mais forte aos olhos de quem a admirava. Sua condição de saúde é um lembrete da complexidade da doença, que, segundo o Ministério da Saúde, é uma condição autoimune que exige cuidados contínuos.

Posicionamento Firme na Disputa Familiar

Recentemente, Dona Jacira também se manifestou publicamente sobre o fim da parceria empresarial entre Emicida e Fióti. Em um momento de tensão familiar, ela se posicionou ao lado de Fióti, demonstrando sua integridade e a profundidade de suas convicções.

“As hienas nos rondam, querem nossa queda. Mas não conseguirão. Fióti, sua dor é nossa dor. […] eu, Dona Jacira, digo que a maldição lançada em forma de calúnia deve ser retirada. Pela boca que a lançou. Antes que seja tarde.”

Dona Jacira, em declaração nas redes sociais.

A partida de Dona Jacira deixa um vazio imenso, mas seu legado de criatividade, resiliência e amor continuará a inspirar não apenas sua família, mas todos que foram tocados por sua história. Ela foi a prova viva de que a arte cura, reinventa e eterniza.

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