Grand Theft Auto: Desvendando o Mistério da Única Aventura de GTA Fora dos EUA em Londres!

A saga Grand Theft Auto é sinônimo de metrópoles vibrantes, criminosos carismáticos e uma dose generosa de sátira social, tudo ambientado nas icônicas paisagens dos Estados Unidos. Liberty City ecoa Nova York, Vice City espelha Miami, e Los Santos é o retrato digital de Los Angeles. Mas há uma exceção notável que desafia essa regra americana: uma única vez, a série se aventurou para além das fronteiras dos EUA, em Londres.

Para os fãs mais antigos, a lembrança de GTA London 1969, uma expansão do jogo original lançada em 1999, é um aceno à versatilidade da franquia. No entanto, por que essa incursão britânica foi um evento isolado? E por que, em quase 30 anos de história, Grand Theft Auto nunca mais retornou a terras estrangeiras?

O DNA Americano de Grand Theft Auto, Segundo Dan Houser

Em uma entrevista reveladora com Lex Fridman, Dan Houser, co-fundador da Rockstar Games e mente brilhante por trás das narrativas dos primeiros cinco jogos GTA e de Red Dead Redemption, lançou luz sobre essa filosofia de design. Houser, que deixou a Rockstar em 2020, explicou que, embora outros países possuam cidades magníficas, elas simplesmente não são “cidades americanas” — o epicentro perfeito para a crítica social e a ação desenfreada que definem a série.

“Há uma razão pela qual GTA continuou voltando para Miami, Nova York, Los Angeles,” afirmou Houser. Ele concordou com Fridman que a fusão de uma “superfície brilhante e um submundo sombrio” de Miami, por exemplo, a tornava um alvo ideal para satirizar a cultura americana. Essa perspectiva se estende a outras grandes metrópoles dos EUA, que oferecem o cenário ideal para o humor ácido e a grandiosidade excessiva que são marcas registradas de Grand Theft Auto.

GTA London 1969: A Curiosa Exceção

Lançado em 1999 como um pacote de expansão para o Grand Theft Auto original (disponível para PC e PlayStation), GTA London 1969 foi, nas palavras de Houser, “muito fofo e divertido”. Contudo, mesmo naquela época, a ideia de uma versão standalone de GTA em um cenário internacional não empolgou os criadores. A essência do IP, para eles, estava intrinsecamente ligada à cultura americana.

“Para um jogo completo de GTA, sempre decidimos que havia tanta ‘Americana’ inerente ao IP que seria realmente difícil fazê-lo funcionar em Londres ou em qualquer outro lugar,” disse Houser. A série, com sua necessidade de armas de fogo e personagens grandiosos, sempre foi vista como um espelho (talvez de uma perspectiva externa) da América, e essa premissa não se encaixaria da mesma forma em outro contexto cultural.

A cultura das armas nos EUA, por exemplo, é um elemento crucial que molda a jogabilidade de GTA de uma maneira que seria questionável ou simplesmente não faria sentido em outras nações. Mas não é apenas isso: a cultura pop americana como um todo é grandiosa e exagerada, oferecendo um poço inesgotável de tropos para a série satirizar. Para Grand Theft Auto, que prospera no espetáculo violento e na crítica mordaz, a América oferece a tela perfeita para suas narrativas.

O Futuro de Grand Theft Auto: O Que Esperar de GTA VI

Com a expectativa crescente em torno de Grand Theft Auto VI, que atualmente tem lançamento previsto para consoles em 2025 (e sem confirmação ainda para PC), a filosofia da Rockstar Games parece permanecer a mesma. A ambientação de GTA VI em Leonida, uma versão ficcional da Flórida, incluindo a expansiva Vice City, reafirma o compromisso da série com o “sonho americano” e suas complexas nuances.

A capacidade de Grand Theft Auto de capturar e distorcer a realidade americana é o que o torna tão singular e amado por milhões. Embora Londres tenha sido uma aventura divertida e memorável, ela permanece como um lembrete solitário de um caminho que a série escolheu não seguir, solidificando seu legado como um espelho (às vezes distorcido) da vida nos EUA.

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