×

Jejum na Sexta-Feira Santa: Origens, Tradições e o Bacalhau

Jejum na Sexta-Feira Santa: Origens, Tradições e o Bacalhau

temp_image_1744945905.299399 Jejum na Sexta-Feira Santa: Origens, Tradições e o Bacalhau

Jejum na Sexta-Feira Santa: Origens, Tradições e o Bacalhau

A Sexta-Feira Santa é um dia de profunda reflexão e tradição para muitos cristãos ao redor do mundo. Uma das práticas mais comuns é o jejum, especialmente a abstinência de carne vermelha. Mas de onde vem essa tradição? E por que o bacalhau se tornou o prato principal em muitas mesas?

As Raízes do Jejum

A prática do jejum remonta aos primeiros séculos do cristianismo, embora sem focar em alimentos específicos inicialmente. A ideia central era a penitência e o sacrifício, como forma de remissão dos pecados. São Tomás de Aquino, no século XIII, solidificou a carne como um dos alimentos a serem evitados durante o jejum, associando-a aos prazeres e à luxúria.

No catolicismo, o jejum está intrinsecamente ligado ao sacramento da penitência, representando um sacrifício pessoal em busca de reconciliação e perdão durante a Quaresma, o período que antecede a Páscoa.

Por que o Peixe é Permitido?

A permissão para consumir peixe durante o jejum tem várias explicações. Primeiramente, o peixe era um alimento fundamental no contexto histórico de Jesus, com muitos de seus seguidores sendo pescadores. Além disso, o peixe, em grego antigo (ichthys), tornou-se um símbolo cristão, um acrônimo para “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”.

A Ascensão do Bacalhau

Embora a Igreja não prescreva o consumo de bacalhau especificamente, essa tradição ganhou força no Brasil devido à influência portuguesa. O bacalhau, por ser um peixe de longa conservação, tornou-se uma opção viável para o consumo durante a Quaresma, especialmente em um país tropical como o Brasil, antes da invenção da refrigeração.

A chegada da corte portuguesa ao Brasil em 1808 impulsionou ainda mais o consumo de bacalhau, que passou a ser encontrado em empórios por todo o país.

Uma Reflexão Moderna

É importante notar que nem todos os cristãos seguem a tradição do jejum da mesma forma. Alguns questionam a lógica de substituir a carne vermelha por um alimento mais caro, como o bacalhau, especialmente em tempos de dificuldades econômicas. Outros argumentam que o verdadeiro espírito do jejum reside em praticar a caridade e ajudar os mais necessitados.

Conclusão

O jejum na Sexta-Feira Santa e o consumo de bacalhau são tradições ricas em história e simbolismo. Seja qual for a sua forma de vivenciar esse dia, o importante é refletir sobre o significado da Páscoa e buscar a renovação espiritual.

Compartilhar: