
Kim Gordon e o Legado no Rock Alternativo: St. Vincent Brilha no Popload Festival com ‘All Born Screaming’

O Popload Festival 2025 prometeu trazer grandes nomes da música contemporânea, e uma das mais aguardadas era a multifacetada St. Vincent. Como outras artistas de destaque no line-up, Annie Clark (seu nome real) aterrissou no evento com a força de um trabalho recém-lançado e aclamado: "All Born Screaming".
"All Born Screaming": A Força da Autoprodução
Lançado em abril do ano passado, "All Born Screaming" marca o sétimo álbum solo de St. Vincent e, notavelmente, o primeiro em que ela assume sozinha a cadeira de produção. Essa autonomia resultou em um disco cru, intenso e aclamado tanto pela crítica quanto pelos fãs, solidificando sua posição como uma das vozes mais originais do rock alternativo atual.
A potência do álbum não passou despercebida pela indústria, rendendo a St. Vincent dois prêmios no Grammy deste ano, ambos na categoria "rock alternativo". Essa é a etiqueta que a indústria tenta colar em seu som experimental, mas quem acompanha sua trajetória sabe que a artista de 42 anos vai muito além, reinventando-se a cada lançamento, sem perder a pegada.
Performance Impecável e Envolvente no Palco
Ao vivo, as faixas de "All Born Screaming" ganham uma dimensão avassaladora. O público do Popload pôde testemunhar a maestria de St. Vincent, que mescla com perfeição o material novo com clássicos de sua carreira iniciada em 2003. Canções como "Broken Man", "Flea" e "Big Time Nothing", extraídas do último álbum, se destacam pela energia e pela performance única da cantora.
Sua presença de palco é uma atração à parte. Com um gestual peculiar, que mistura movimentos requebrados e um tanto esquisitos, St. Vincent hipnotiza a plateia. Suas "danças" frequentemente viralizam nas redes sociais, adicionando uma camada visual marcante ao espetáculo. Há quem veja influências cênicas de David Byrne, com quem lançou o álbum colaborativo "Love This Giant" em 2012, sugerindo que a performance é, em parte, uma questão intelectual e conceitual.
St. Vincent, Kim Gordon e o Espírito do Rock Alternativo
Por baixo da coreografia ensaiada e do conceito visual, emerge uma inegável fúria roqueira. St. Vincent prova que é, no fundo, pura essência rock: cerebral, ousada e com uma pegada fortíssima. Essa dualidade fica clara quando ela se entrega à resposta entusiasmada dos fãs, dando vazão a momentos de performance mais visceral.
St. Vincent se insere em uma linhagem de artistas femininas que desafiaram e moldaram o cenário do rock alternativo com originalidade e intensidade. Ao lado de figuras icônicas que abriram caminhos, como Kim Gordon do lendário Sonic Youth, ela representa a força criativa e a capacidade de experimentação que definem o gênero. Ambas compartilham um espírito de vanguarda e a habilidade de se reinventar, mantendo a autenticidade e o impacto artístico ao longo de suas carreiras.
No Popload, esse magnetismo foi palpável. A interação com o público atingiu o ápice quando a cantora desceu à plateia, sendo erguida pelos fãs em um momento memorável que coroou uma apresentação poderosa e inesquecível.
St. Vincent não apenas entregou um show baseado em um álbum premiado; ela reafirmou sua posição como uma das artistas mais relevantes e fascinantes da música contemporânea, mantendo viva a chama do rock alternativo com sua arte singular e performances cativantes.
Saiba mais sobre a carreira de St. Vincent e o legado de Kim Gordon no rock alternativo.
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