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Mani: O Coração Pulsante do Madchester e o Legado Inesquecível de Uma Lenda do Baixo

Mani: O Coração Pulsante do Madchester e o Legado Inesquecível de Uma Lenda do Baixo

temp_image_1763660328.631821 Mani: O Coração Pulsante do Madchester e o Legado Inesquecível de Uma Lenda do Baixo

Mani: O Coração Pulsante do Madchester e o Legado Inesquecível de Uma Lenda do Baixo

O mundo da música lamenta a perda de uma de suas figuras mais carismáticas e influentes. Gary Mounfield, carinhosamente conhecido como Mani, o lendário baixista dos The Stone Roses e Primal Scream, faleceu aos 63 anos. A notícia, confirmada por seus familiares, reverberou rapidamente, mobilizando homenagens de colegas, fãs e amigos que o descreveram como a alma e o ritmo inconfundível de uma era musical.

Um Adeus de Ícones da Música

Desde o anúncio, as redes sociais e os corações dos fãs foram inundados por mensagens emocionadas. Ian Brown, seu companheiro de banda nos Stone Roses, expressou um simples e poderoso “Descanse em paz Mani” no X. Tim Burgess, dos The Charlatans, o chamou de “um dos melhores em todos os sentidos – um amigo tão lindo”. Liam Gallagher, do Oasis, que foi diretamente influenciado pelos Roses, declarou-se “em choque total e absolutamente devastado ao ouvir a notícia sobre Mani, meu herói”. Tais tributos ressaltam não apenas o talento musical de Mani, mas também seu caráter caloroso e sua presença magnética.

A Origem de Uma Lenda: De Manchester para o Mundo

Nascido em 16 de novembro de 1962, em Crumpsall, Manchester, a trajetória de Mani na música começou cedo. Após deixar a escola aos 16 anos, ele formou laços que definiriam sua vida e carreira, incluindo sua amizade com Ian Brown, forjada em circunstâncias inusitadas. De guitarrista a baixista, Mani encontrou sua verdadeira vocação ao manusear o baixo, tornando-se sinônimo do icônico Rickenbacker e de um som que misturava a energia do Northern Soul com o funk.

The Stone Roses: O Coração do Madchester

Com John Squire e Andy Couzens, Mani foi um dos fundadores da banda que, após algumas mudanças de nome e formação – e a entrada de Ian Brown como vocalista –, se tornaria os The Stone Roses. Seu primeiro show oficial em 1984 marcou o início de uma revolução. O álbum de estreia autointitulado de 1989, produzido por John Leckie, não apenas definiu o movimento Madchester, mas também se tornou um pilar fundamental da música indie e rave, com as linhas de baixo de Mani e a bateria de Alan “Reni” Wren ditando o ritmo.

“Estávamos anos-luz à frente do nosso tempo”, disse Mani em 2009, refletindo sobre o legado do álbum que, vinte anos depois, ainda soava fresco e relevante. O disco inspirou uma nova geração de músicos, incluindo os irmãos Gallagher, que viram os Roses ao vivo e decidiram formar suas próprias bandas.

Desafios e Novas Aventuras Musicais

Após o estrondoso sucesso e o icônico show em Spike Island em 1990, o segundo álbum, Second Coming (1994), teve uma recepção mista. No entanto, Mani defendia a evolução sonora da banda. “Não íamos fazer outro álbum como o primeiro e ser fofinhos. Ganhamos pelos e aprendemos a tocar um pouco melhor”, afirmou ele em 2000.

Com a dissolução dos Stone Roses em 1996, Mani encontrou um novo lar no Primal Scream, onde sua energia e talento revitalizaram a banda, trazendo uma nova liberdade criativa. Ele permaneceu com eles até a tão esperada reunião dos Roses, de 2011 a 2017, que rendeu turnês grandiosas e duas novas músicas: All for One e Beautiful Thing.

Além disso, Mani foi parte do supergrupo de baixistas Freebass, ao lado de Andy Rourke (The Smiths) e Peter Hook (New Order), consolidando ainda mais seu status como uma das figuras mais respeitadas no instrumento.

Um Legado que Resiste ao Tempo

Fora dos palcos, Mani era conhecido por sua paixão pelo Manchester United, pela pesca e por seus gêmeos, Gene Clark e George Christopher. Ele frequentemente refletia sobre sua vida improvável, vindo de uma área difícil de Manchester e conquistando o mundo com sua música. “Nunca consigo ver como uma missão falha – caramba, sou do norte de Manchester, não a melhor parte da cidade, e já viajei pelo mundo duas ou três vezes tocando música. Ainda estou confortável, tenho uma casa. Eu poderia ter acabado traficando crack ou roubando carros ou casas, como muitos dos meus amigos. Ou morto”, disse ele em uma entrevista à Uncut Magazine, destacando a música como sua salvação.

A contribuição de Mani para a música vai muito além das notas que ele tocava. Ele foi o batimento cardíaco, a espinha dorsal rítmica que deu vida a algumas das canções mais inovadoras e inspiradoras de sua geração. Seu espírito, seu talento e sua paixão inabalável permanecerão eternos na história da música.

Para saber mais sobre a carreira e o impacto de Mani:

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