
O Diabo Veste Prada 2: A Polêmica dos Figurinos Antes da Estreia

A volta de Miranda Priestly: o glamour deu lugar ao realismo?
Podemos ouvir os saltos no corredor? Quase vinte anos após se tornar um ícone da cultura pop, O Diabo Veste Prada está de volta, e a sequência, prevista para abril de 2026, já está dando o que falar. Antes mesmo de qualquer trailer, o centro da polêmica é justamente o coração do filme: os figurinos. As primeiras imagens dos looks de Andrea Sachs (Anne Hathaway) e da lendária Miranda Priestly (Meryl Streep) vazaram e dividiram a internet. A questão que não quer calar é: o estilo realista demais pode tirar o brilho da sequência?
Uma nova visão por trás das câmeras
Para entender a mudança, é preciso olhar para quem está por trás das escolhas. A figurinista da sequência é Molly Rogers, que foi assistente de Patricia Field no filme original. Field, a mente brilhante por trás dos visuais de Sex and the City e Emily em Paris, deixou um legado de extravagância e fantasia. Rogers, por sua vez, também assinou os figurinos do spin-off And Just Like That…, que já havia gerado debates por adaptar o estilo das personagens aos novos tempos.
“Quiet Luxury” vs. Sonho: o debate que incendeia as redes
A principal crítica é que os novos visuais, embora alinhados às tendências atuais, perderam o fator “sonho” que tornou o primeiro filme inesquecível. Se antes tínhamos Andy em um desfile de Chanel da cabeça aos pés, agora o que se vê é uma estética mais contida, influenciada por movimentos como o normcore e o quiet luxury (luxo silencioso).
- Os críticos argumentam: Muitos fãs, como a youtuber Gabb, sentem que a adequação excessiva aos tempos atuais “tira o impacto visual” e a magia que se espera de uma obra de ficção.
- Os defensores celebram: Por outro lado, especialistas como a stylist Manu Carvalho veem a mudança como um reflexo da maturidade das personagens e do cenário pós-pandemia. “Nesses vinte anos, tivemos inputs de estéticas menos maximalistas”, pondera ela, destacando uma Andrea mais segura de seu estilo e uma Miranda que, ao que tudo indica, aboliu o uso de peles de animais.
O que esperar do estilo de Andy e Miranda em “O Diabo Veste Prada 2”?
A evolução parece ser a palavra-chave. Andrea Sachs não é mais a jornalista recém-formada e insegura. É esperado que seu guarda-roupa reflita uma mulher madura e bem-sucedida, que não precisa mais do acervo da revista Runway para se afirmar. Já Miranda Priestly, sempre poderosa, pode surgir com uma alfaiataria impecável, mas com um toque mais consciente e alinhado aos novos valores do mercado de luxo.
Veredito final: estratégia ou um reflexo dos nossos tempos?
Enquanto o stylist Patrick Doering critica o excesso de spoilers e afirma que, embora o figurino esteja “de acordo com o momento”, lhe “falta sonho”, a pesquisadora de moda Paula Acioli reforça: “Duas décadas atrás, os tempos eram mais prósperos. Os looks refletem o cenário atual”.
A discussão está lançada e, querendo ou não, já serve como uma excelente estratégia de marketing para O Diabo Veste Prada 2. A grande questão que fica é: a moda no cinema deve ser um espelho fiel da realidade ou um portal para a fantasia e o impossível? A contagem regressiva para 2026 nos trará a resposta. That’s all.
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