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Oasis em São Paulo: Uma Viagem No Tempo ao Som do Britpop

Oasis em São Paulo: Uma Viagem No Tempo ao Som do Britpop

temp_image_1763766606.298432 Oasis em São Paulo: Uma Viagem No Tempo ao Som do Britpop

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Oasis em São Paulo: Mais Que um Show, Uma Máquina do Tempo Britpop

A simples menção de “Oasis em São Paulo” já é suficiente para acender uma chama de nostalgia e euforia em muitos corações. Para alguns, é a concretização de um sonho antigo; para outros, a chance de reviver a efervescência de uma juventude marcada pelo britpop. A ideia de ver Liam e Noel Gallagher (ou a banda completa, em um cenário ideal) no palco paulistano é um convite irrecusável a uma viagem no tempo, onde a música se torna a trilha sonora das nossas memórias mais preciosas.

Admito que não sou a pessoa mais organizada para agendamentos. Shows, dentistas, nada disso me pega com facilidade. Mas a perspectiva de uma turnê do Oasis é diferente. Há cerca de um ano, me peguei na fila da fila online, impulsionada por uma adolescente interior que, aparentemente, tomou as rédeas do meu cartão de crédito e decidiu que, desta vez, eu diria “sim” a um compromisso com o futuro… e com o passado, simultaneamente. Ver as imagens da banda em Cardiff, País de Gales, com uma multidão cantando refrãos que conheço de cor, despertou uma emoção quase desproporcional. E não estava sozinha. “Nem imaginei que me pegaria desse jeito”, comentou uma amiga.

A Inebriante Força da Nostalgia e o Poder do Oasis em São Paulo

Não foi apenas a empolgação de fã; foi o susto de perceber como as músicas do Oasis ainda detêm a chave para as portas da memória. Elas me tiram da sala de estar atual e me arremessam em uma rua de São Paulo na virada do século, com meus vinte e poucos anos, pouco juízo e a convicção de que a vida estava apenas começando. Visualizo-me apressada, o cabelo impregnado de fumaça de cigarro alheio, rindo alto com amigas, traçando planos que desafiavam a conta bancária, mas que se encaixavam perfeitamente na imaginação.

Hoje, quando os mesmos acordes ressoam nos meus fones, a cena retorna com uma nitidez que nenhuma fotografia consegue replicar. Por alguns minutos, a mulher de cinquenta e poucos cede lugar à garota que fui, que ressurge íntegra, com uma mistura de confiança e ingenuidade que, confesso, invejo um pouco. Não é que a música daquela época seja intrinsecamente superior à de hoje. A verdade é que nosso cérebro tem o dom de colar o som à lembrança, transformando certas canções em atalhos para pedaços muito específicos da nossa história.

O Refrão Que Fala de Você: Memórias no Ritmo do Britpop

Os refrãos do Oasis deixam de narrar os dramas, o escapismo ou o hedonismo de jovens britânicos e passam a conversar diretamente com as minhas próprias urgências do início da vida adulta. Aqueles 30 anos que surgiam no horizonte como uma auditoria, cobrando prazos e entregas onde eu só conseguia oferecer ressaca, um punhado de frustração e um bom tanto de “dane-se”. Hoje, ao escutar as mesmas músicas, a saudade vem misturada com uma imensa ternura pela versão de mim que acreditava que bastava querer para dar certo, que se lançava em trabalhos improváveis e relações desastrosas com uma coragem meio inconsequente. A dor de algumas lembranças persiste, mas já não fere como antes; aparece a uma distância segura, como se eu assistisse de fora à novela que vivi por dentro. E desse lugar, consigo rir, chorar um pouco e, acima de tudo, agradecer por ter atravessado aquela fase com poucas sequelas e a estranha alegria de sentir saudade até do que deu errado.

Uma Experiência Coletiva: O Encontro de Gerações com Oasis em São Paulo

Imagino que, ao pisar naquele estádio, com minha camiseta de show e os ingressos para os dois dias, cercada de pessoas que envelheceram junto comigo, ninguém ali ouvirá apenas Oasis. Cada um estará revivendo a própria juventude em estéreo: a rua onde cresceu, o cheiro do bar, o gosto de muitos beijos, a coragem e a ingenuidade daquele tempo. Talvez seja isso que a música faz de mais bonito: dialoga com a época em que foi criada, com quem somos hoje e, nesse meio-termo, convoca de volta a versão mais leve, mais tola, menos cínica, mais sonhadora, apenas para nos lembrar que ela continua habitando aqui dentro.

A expectativa para a experiência de ter o Oasis em São Paulo não é só por um concerto; é por uma celebração da vida, da memória e da imortalidade de canções que se tornaram a trilha sonora de gerações. Prepare-se para cantar a plenos pulmões e deixar as emoções tomarem conta!

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