Peacemaker 2ª Temporada: Mergulho Sombrio no Multiverso e o Novo DCU de James Gunn

Desde sua estreia em 2022, Peacemaker, o spin-off explosivo de “O Esquadrão Suicida” de James Gunn, conquistou o público com sua abordagem crua, humana e descaradamente adulta ao universo dos super-heróis. A primeira temporada nos mostrou a transformação de Christopher Smith (interpretado magistralmente por John Cena), de uma máquina de matar moralmente ambígua para um herói complexo, assombrado por seus erros passados.

Agora, a 2ª Temporada de Peacemaker chega com a promessa de elevar ainda mais o nível, mergulhando nas profundezas da psique de seu protagonista e expandindo as fronteiras do que uma adaptação da DC Comics pode ser. Prepare-se para uma análise aprofundada do primeiro episódio, repleto de spoilers e reflexões sobre o que vem por aí no novo DCU de Gunn.

O Peso da Coroa: Christopher Smith no Fundo do Poço

O episódio de estreia da 2ª Temporada de Peacemaker nos encontra com um Christopher Smith desolado. A alegria de ter salvado o mundo na temporada anterior foi substituída por uma profunda depressão. As memórias traumáticas de ter acidentalmente matado seu irmão na infância e de ter assassinado deliberadamente seu pai, Auggie (um supremacista branco virulento), ainda o assombram.

Em um momento de vulnerabilidade, Chris confessa à sua amiga Leota Adebayo (Danielle Brooks): “Eu não quero mais ser uma piada, Ads. Isso é tudo o que eu sempre quis — ser um herói de verdade.” A busca por aceitação e redenção nunca foi tão palpável para o nosso anti-herói favorito.

A Humilhação na “Justice Gang” e a Espiral Descendente

Convencido de que sua vaga está garantida após os eventos da 1ª temporada, Chris se submete a uma entrevista para a “Justice Gang”, um grupo que faz sua primeira aparição no blockbuster “Superman” de Gunn. No entanto, a esperança rapidamente se transforma em humilhação. Maxwell Lord (Sean Gunn), Hawkgirl (Isabela Merced) e Green Lantern (Nathan Fillion) não apenas o subestimam, como o ridicularizam abertamente.

Com microfones captando suas insinuações e piadas cruéis, Chris é forçado a ouvir zombarias sobre suas supostas “habilidades” e que ele “é um fracasso”. A rejeição brutal o empurra ainda mais para a beira do abismo. Ferido e sem rumo, Chris retorna para casa, onde a tristeza o leva a uma espiral autodestrutiva de uso de drogas e uma orgia caótica que, para a surpresa de muitos, marca a adaptação de quadrinhos da DC com o maior nível de nudez frontal até agora.

É um retrato visceral da realidade bagunçada, onde a perfeição física dos super-heróis dá lugar a personagens falhos e lidando com seus demônios internos. Mesmo cercado pelo caos, Chris permanece isolado em sua dor.

O Portal para o Multiverso e Reencontros Chocantes

No clímax do episódio, em seu quarto, Chris se depara com o portal para a área de armazenamento quântico dimensional de seu falecido pai. Seis meses antes, ele havia tropeçado em uma porta que levava a um universo alternativo onde seu pai ainda vivia e ele era considerado um herói. Agora, no fundo do poço, Chris decide cruzar essa porta novamente.

A descoberta do multiverso em Peacemaker é ainda maior: seu irmão mais velho, Kevin (David Denman), também está vivo nesta dimensão! Chris testemunha um pai Auggie amoroso e um irmão feliz, uma realidade oposta à sua. Eles são uma família de heróis, amada pelo mundo. A oportunidade de viver uma vida diferente, onde a tragédia nunca aconteceu, é tentadora.

No entanto, a fantasia é quebrada quando o Peacemaker desta realidade alternativa o confronta. Em um confronto brutal e desesperado, Chris é forçado a lutar por sua vida, culminando na morte trágica de seu alter ego de outra dimensão. Este evento cataclísmico promete moldar o restante da temporada, levantando questões profundas sobre identidade, destino e os caminhos não trilhados.

Peacemaker e o Novo Universo DC de James Gunn

A 2ª Temporada de Peacemaker não é apenas uma continuação da história de Christopher Smith; é um ponto de pivô crucial para o recém-rebootado Universo DC (DCU) de James Gunn e Peter Safran. O episódio faz um trabalho engenhoso em tecer conexões e retcons que farão a cabeça dos fãs girar (no bom sentido!).

• A.R.G.U.S. e Rick Flag Sr.: A abertura do portal dimensional por Chris dispara um alarme na A.R.G.U.S., agora liderada por Rick Flag Sr. (Frank Grillo), personagem que estreou em “Creature Commandos” (2024) e apareceu no filme “Superman”. A ironia? Rick Flag Sr. é pai de Rick Flag Jr., o personagem que Chris assassinou em “O Esquadrão Suicida”. A caça a Peacemaker está oficialmente aberta.
• Conexões com “Superman”: A “Justice Gang” e os eventos em Metrópolis mencionados no episódio ligam diretamente a série ao novo filme “Superman” de Gunn, solidificando o lugar de Peacemaker no coração do DCU.
• Retcons Geniais: A sequência de recapitulação da 1ª temporada é um show à parte. Gunn habilmente “reescreve” a aparição da Liga da Justiça (com Ezra Miller e Jason Momoa) no final da 1ª temporada, substituindo-os pelos membros da “Justice Gang” do novo filme “Superman”. Uma manobra ousada que prova a liberdade criativa e o humor peculiar de Gunn.

Essa abordagem “meta” e irreverente demonstra que, mesmo com um reboot, James Gunn está disposto a brincar com o cânone de forma divertida e eficaz, trazendo elementos amados de “O Esquadrão Suicida” para o novo DCU de maneira seletiva. Os puristas podem ter um ataque, mas a diversão é garantida!

O Futuro de Christopher Smith

Com o destino do Peacemaker entrelaçado ao multiverso e ao intrigante novo DCU, a 2ª Temporada promete ser uma jornada ainda mais intensa e reveladora. As questões de identidade, destino e a busca por um lugar no mundo para Christopher Smith nunca foram tão complexas. Resta saber como Chris lidará com as consequências de suas ações neste novo e perigoso cenário.

O que você achou da estreia da 2ª Temporada de Peacemaker? Compartilhe suas teorias nos comentários! Estamos ansiosos para descobrir o que o anti-herói mais controverso da DC fará a seguir.