Pulso Netflix: Drama Médico e Escândalos #MeToo na Nova Série

Pulso Netflix: Mergulho no Drama Hospitalar e no Controverso #MeToo
A Netflix está expandindo seus horizontes com Pulso, um drama médico eletrizante ambientado em Miami. Criada por Zoe Robyn, conhecida por seu trabalho em “The Equalizer”, a série nos transporta para o caótico universo de um hospital, repleto de casos médicos intrigantes, profissionais complexos e, claro, muito drama. Prepare-se para um turbilhão de emoções logo no primeiro episódio, com um acidente de ônibus escolar que desencadeia uma série de eventos intensos.
No entanto, Pulso se diferencia de outros dramas médicos ao abordar um tema sensível: o movimento #MeToo. A forma como a série explora esse tema é, no mínimo, controversa. Ao mesmo tempo em que critica a forma como as instituições falham em proteger as vítimas, a trama se torna, em certos momentos, um melodrama mal construído.
O Escândalo no Coração do Hospital
Logo no primeiro episódio, o hospital está em polvorosa com a suspensão do Dr. Xander Phillips (Colin Woodell) e a promoção temporária da Dra. Danny Simms (Willa Fitzgerald) ao cargo de Chefe Residente. O primeiro dia de Simms é um verdadeiro caos: o acidente com o ônibus escolar traz um fluxo gigante de pacientes, e um furacão está se aproximando. Para piorar a situação, Phillips é solicitado a cobrir um turno extra, mesmo estando suspenso.
A grande reviravolta é que Simms foi quem denunciou Phillips por assédio sexual, e todos no hospital sabem disso. Mas, ao contrário do que se espera, Phillips não é retratado como um vilão desprezível. Pelo contrário, ele é visto como um médico excelente, um líder inspirador e uma pessoa calorosa.
A Complexa Relação Entre Simms e Phillips
Ao longo da temporada, flashbacks revelam a relação entre Simms e Phillips antes da denúncia. A série explora a dinâmica de poder entre os dois, mostrando investidas de Phillips que são rejeitadas por Simms. A grande surpresa é que Simms rejeitou Phillips não por falta de interesse, mas por que o assédio aconteceu no local de trabalho. Os dois estão em um relacionamento e morando juntos.
Essa revelação questiona a credibilidade de Simms e a motivação por trás da denúncia. Ao longo dos 10 episódios da temporada, fica claro que Phillips usou seu poder para coagir Simms a entrar em um relacionamento. Mesmo que ela tenha se apaixonado por ele, ele abusou de sua posição desde o início.
Uma Abordagem Problemática do #MeToo
A forma como a série aborda o #MeToo é problemática. Ao insinuar que Simms está mentindo e tentando derrubar um homem poderoso, a trama se torna desonesta e sensacionalista. Mesmo que a intenção não seja essa, usar o assédio sexual como um mero recurso narrativo é, no mínimo, questionável.
Os momentos mais impactantes da série são quando Simms ouve os comentários maldosos sobre ela nos corredores do hospital. Em vez de revidar, ela se mantém focada em seu trabalho, mostrando sua dedicação e profissionalismo.
O Legado de Pulso
Pulso levanta questões importantes sobre a disseminação de boatos e as relações de trabalho. No entanto, a série se perde em tons de cinza, evitando fazer declarações definitivas sobre o comportamento de seus personagens. No final da primeira temporada, Phillips consegue o que quer, enquanto Simms sofre um grande revés em sua carreira. Apesar disso, a série tenta apresentar um final otimista, com Simms livre do relacionamento tóxico e focada em si mesma.
Em resumo, Pulso Netflix é um drama médico com potencial, mas que tropeça em sua abordagem do #MeToo. A série levanta questões importantes, mas não consegue oferecer respostas claras e satisfatórias.
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