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Raul Seixas: O Lado Humano Revelado na Série ‘Eu Sou’ e os Segredos de Seu Inventário

Raul Seixas: O Lado Humano Revelado na Série ‘Eu Sou’ e os Segredos de Seu Inventário

temp_image_1750995876.168071 Raul Seixas: O Lado Humano Revelado na Série 'Eu Sou' e os Segredos de Seu Inventário

Raul Seixas: O Lado Humano Revelado na Série ‘Eu Sou’ e os Segredos de Seu Inventário

Raul Seixas, o Maluco Beleza, transcendeu gerações com sua música filosófica e irreverente. Apesar do sucesso estrondoso, a vida pessoal do artista guardava complexidades e revelações que vêm à tona com a nova série “Raul Seixas: Eu Sou”, lançada recentemente pelo Globoplay.

Mais do que revisitar a carreira meteórica de um dos pilares da música brasileira, a produção promete explorar o homem por trás do mito, em parte baseada em documentos surpreendentes do inventário do cantor, finalizado em 1992, três anos após sua morte, em 1989, aos 44 anos, vítima de pancreatite aguda.

A Surpreendente Revelação do Inventário

Para fãs e até mesmo familiares, os detalhes do inventário de Raul Seixas trouxeram à luz uma realidade financeira austera. Diferente da imagem de estrela do rock, Raul não possuía imóveis em seu nome. Seus bens se resumiam a um valor modesto em poupança, algo em torno de 300 cruzados novos, que equivaleriam a aproximadamente R$ 551,88 nos dias de hoje (segundo conversão pela calculadora do Banco Central do Brasil considerando o IPCA da época).

Este cenário contrasta fortemente com o legado cultural imensurável deixado pelo artista, ressaltando que a riqueza de Raul estava em sua obra, não em seu patrimônio material.

Solidão e o Preço da Fama

Documentos do inventário e relatos próximos, como a carta da mãe de Raul, Eugênia Seixas, adicionada ao processo, revelam um lado mais vulnerável do artista: a solidão. Apesar de amar, ele parecia ter dificuldades em se conectar profundamente, sentindo-se isolado. Nos últimos momentos, teria lamentado ter perdido sua família, um sentimento que adiciona uma camada de melancolia à figura pública conhecida pela irreverência.

Raul Seixas morreu sozinho em seu apartamento em São Paulo, um detalhe que reforça essa percepção de isolamento em contraste com a legião de fãs que o admirava.

O Legado Musical e os Direitos Autorais

Se o patrimônio material era limitado, o tesouro real de Raul são suas canções. Os direitos autorais de suas músicas foram divididos entre as três filhas: Simone, Scarlet e Vivian, frutos de três de seus cinco casamentos. Elas têm direito aos lucros gerados pela reprodução e regravação de suas obras.

Curiosamente, apenas Vivian Seixas, filha de Kika Seixas (que cuidou do inventário mesmo após a separação), seguiu carreira na música e reside no Brasil, enquanto as irmãs vivem nos Estados Unidos. O inventário também menciona um relacionamento de Raul com Lena Coutinho entre 1985 e 1988.

Um Documento Histórico no STF

Os detalhes do inventário de Raul Seixas ganharam destaque na exposição “Memória em Julgamento: Histórias que Marcaram a Justiça e a Sociedade”, lançada em junho deste ano no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. A exposição reúne processos emblemáticos que impactaram a justiça e a sociedade brasileira, incluindo casos como o da socialite Ângela Diniz e o espólio do cantor Tim Maia.

Embora o documento do inventário de Raul esteja disponível para visitação na exposição no STF, a versão digitalizada ainda não foi disponibilizada ao público, conforme informações do próprio Supremo. Para quem busca entender a fundo a vida do artista, a exposição e a série “Raul Seixas: Eu Sou” oferecem perspectivas valiosas.

A série e a divulgação desses detalhes do inventário reforçam a complexidade de Raul Seixas, um artista que viveu intensamente sua arte, mas enfrentou desafios pessoais e financeiros, mostrando o homem real por trás do ícone da contracultura brasileira.

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