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Steve Harris Contra a Corrente: A Defesa Apaixonada de ‘The X Factor’ e ‘Virtual XI’ do Iron Maiden

Steve Harris Contra a Corrente: A Defesa Apaixonada de ‘The X Factor’ e ‘Virtual XI’ do Iron Maiden

temp_image_1766586068.700511 Steve Harris Contra a Corrente: A Defesa Apaixonada de 'The X Factor' e 'Virtual XI' do Iron Maiden

Steve Harris Contra a Corrente: A Defesa Apaixonada de ‘The X Factor’ e ‘Virtual XI’ do Iron Maiden

No vasto panteão da discografia do Iron Maiden, poucos álbuns geram tanta discussão quanto “The X Factor” (1995) e “Virtual XI” (1998). Marcados pela ausência icônica de Bruce Dickinson e a estreia de Blaze Bayley nos vocais, esses trabalhos frequentemente ocupam as posições mais baixas nas listas de favoritos dos fãs mais devotos. No entanto, o lendário baixista e principal compositor, Steve Harris, permanece inabalável em sua defesa desses capítulos muitas vezes subestimados da saga Maiden.

Uma Visão Diferente de Steve Harris

Em uma recente declaração à Classic Rock, Steve Harris reiterou sua convicção de longa data sobre a qualidade inerente desses discos. “Eu disse na época e ainda acredito nisso: esses dois álbuns são realmente fortes, poderosos, e as pessoas vão apreciá-los mais tarde”, afirmou Harris. Ele acrescentou com satisfação: “E as pessoas estão voltando e os descobrindo, e percebendo que eles são bons.”

Essa perspectiva desafia a narrativa comum de que esses álbuns são “menos Maiden”. Para Harris, a força musical transcende as mudanças de formação e as percepções iniciais do público. É um testemunho da resiliência e da visão artística que moldam a banda há décadas.

A Sombra e a Potência de “The X Factor”

“The X Factor”, em particular, é um álbum que Steve Harris descreve como “muito bom, mas um álbum dark”. Ele revela a profunda influência de seu estado emocional na época da produção:

“Provavelmente porque eu estava meio em que um lugar obscuro com Bruce (Dickinson) saindo da banda e eu passando por um divórcio na época, todas essas coisas acontecendo. Mas o que saiu disso foi um álbum poderoso. Você pega as coisas negativas e as transforma em positivas, e essas emoções saem, e é isso que você consegue fazer com música. Música é uma coisa muito poderosa.”

Essa honestidade oferece um olhar raro sobre o processo criativo por trás de um dos álbuns mais introspectivos da banda. A atmosfera sombria não foi uma escolha estética aleatória, mas um reflexo visceral das turbulências pessoais de Steve Harris, transformadas em arte.

Blaze Bayley: O Redescobrimento dos Álbuns

O próprio Blaze Bayley, vocalista que emprestou sua voz a esses álbuns, ecoa a percepção de Harris sobre o reencontro do público com esses trabalhos. Em 2024, ao The Metal Command (via Blabbermouth), Bayley compartilhou sua experiência:

“As pessoas me dizem ter todos os álbuns do Iron Maiden, mas os que não ouviam eram ‘The X Factor’ e ‘Virtual XI’, justamente os que gravei. E agora isso é tudo que elas escutam, já que não ouviram centenas de vezes no passado. É exatamente o que me contam.”

Essa redescoberta sugere que, talvez, a época não estivesse pronta para a sonoridade e a temática desses discos, ou que a saída de um vocalista tão icônico como Dickinson ofuscou a experiência inicial. Com o passar do tempo, e sem as expectativas iniciais, os fãs podem apreciar a música por seus próprios méritos.

A Recepção Desigual e a Natureza de “The X Factor”

Bayley também pondera sobre o desafio inicial de “The X Factor”:

“‘The X Factor’ tem músicas incríveis, mas o som é tão dark e a maneira como foi produzido não é acessível como alguns dos outros álbuns do Maiden. Você tem que conviver com ele por um tempo até estar sintonizado com as coisas que estão acontecendo. Então, você pode compreender à música. Acho que talvez tenha sido um problema na época. Era bem diferente do que veio antes.”

Ele ainda destaca as diferenças culturais na recepção dos álbuns: “Há culturas diferentes também, países diferentes. Na Suécia e na Espanha, as pessoas o amavam tanto quanto qualquer outro disco da banda. Mas em outros lugares as pessoas não gostaram. É assim mesmo.”

Essas observações de Steve Harris e Blaze Bayley lançam uma nova luz sobre dois álbuns que merecem uma segunda chance. Longe das comparações inevitáveis e do calor do momento, “The X Factor” e “Virtual XI” revelam uma faceta mais introspectiva e experimental do Iron Maiden, validando a visão de seu baixista e líder.

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