Alemanha x França: Duelo pela Honra na Nations League e a Ascensão de Rayan Cherki

O palco está montado em Stuttgart para um confronto que, embora valha o terceiro lugar da UEFA Nations League, carrega o peso da rivalidade histórica e a busca por respostas. Alemanha e França se encontram não apenas para cumprir tabela, mas para projetar futuro e corrigir rumos, especialmente antes da Eurocopa em casa para os alemães.

Este não é um simples amistoso. A disputa por posições na Nations League, mesmo que não seja a grande final, exige empenho e serve como laboratório crucial para as seleções. Ambas chegam após tropeços nas semifinais – a Alemanha caiu diante de Portugal e a França, em um jogo movimentado, não superou a Espanha. A necessidade de dar uma boa resposta é latente para ambos os lados.

O Destaque Francês: Rayan Cherki

Se há um nome que chama a atenção no lado francês neste momento, é o de Rayan Cherki. O jovem talento de 21 anos do Lyon, historicamente visto com prudência por Didier Deschamps devido à sua juventude, parece ter conquistado de vez seu espaço. Cherki oferece algo diferente: imprevisibilidade, visão de jogo e uma capacidade rara de criar vantagens entre linhas.

Sua performance na semifinal contra a Espanha, acendendo a faísca da reação francesa com um gol e uma assistência, foi a prova definitiva. Hoje, ele tem sua primeira chance como titular na seleção principal, atuando como um ’10’ com liberdade total no esquema 4-2-3-1 de Deschamps, escorado pela dupla Tchouaméni e Rabiot. Sua missão vai além do drible; é fazer Mbappé jogar, ativar os pontas e ser o elo criativo na frente.

Os números recentes de Cherki são impressionantes. Desde fevereiro, ele participou diretamente de 24 gols (9 tentos e 15 assistências) em 21 jogos pelo Lyon, figurando entre os jogadores mais produtivos da Europa. Sua capacidade em passes completados na área e progressão de bola o colocam no topo das cinco grandes ligas, mostrando que o futuro da França pode, de fato, passar pelos seus pés.

As Preocupações Defensivas da França

Apesar do brilho ofensivo, a França de Deschamps atravessa um momento preocupante na defesa. A solidez que sempre foi marca registrada da equipe tem sido abalada. Em 2025, Les Bleus sofreram sete gols em apenas três partidas, um número que só havia sido registrado uma vez nos últimos 30 anos nesta fase da temporada (em 2015). A goleada sofrida em meia hora contra a Espanha expôs fragilidades que precisam ser urgentemente corrigidas.

A formação contra a Alemanha busca dar mais equilíbrio, com a volta de Digne à lateral esquerda – um jogador cujo pé esquerdo é uma arma poderosa, especialmente em bolas paradas (apenas Kimmich, Nuno Mendes e Gyökeres tiveram mais assistências que ele nesta Nations League).

A Busca por Resposta da Alemanha

Do outro lado, a Alemanha de Julian Nagelsmann chega ainda mais pressionada após a atuação discreta e a derrota para Portugal. A torcida e a imprensa pedem mudanças significativas. O jogo pelo terceiro lugar é a chance de dar um passo à frente, de mostrar uma versão mais competitiva e reacender a confiança antes da Eurocopa em casa.

Nagelsmann promoveu quatro alterações na escalação buscando novas dinâmicas. Raum entra pela esquerda, Gross reforça o meio-campo ao lado de Goretzka, e na frente Adeyemi e Füllkrug buscam melhor associação, dependendo muito da capacidade de Kimmich em abastecê-los. A necessidade de vitória é clara para os donos da casa.

As Escalações Iniciais

Confira os jogadores escolhidos por Deschamps e Nagelsmann para iniciar a partida:

França:

• Maignan
• Gusto
• Badé (estreia)
• Lucas Hernández
• Digne
• Tchouaméni
• Rabiot
• Kolo Muani
• Cherki
• Thuram
• Mbappé

Alemanha:

• Ter Stegen
• Kimmich
• Tah
• Koch
• Raum
• Goretzka
• Gross
• Woltemade
• Wirtz
• Adeyemi
• Füllkrug

Com Mbappé ainda como grande referência e o potencial de Cherki para desequilibrar, a França aposta na inventividade. Já a Alemanha busca reencontrar a solidez e a contundência. Este duelo, mesmo que não pela taça, promete ser um teste importante para ambas as seleções em seus caminhos.

Os olhos estarão, sem dúvida, em Rayan Cherki, o camisa 10 atípico com licença para quebrar moldes, e na capacidade da Alemanha de reagir após um revés. Que venha a partida!