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Botafogo e John Textor: Faturamento Recorde e Prejuízo Milionário Revelam Crise na SAF

Botafogo e John Textor: Faturamento Recorde e Prejuízo Milionário Revelam Crise na SAF

temp_image_1754760558.457782 Botafogo e John Textor: Faturamento Recorde e Prejuízo Milionário Revelam Crise na SAF

O Botafogo vive um paradoxo financeiro que acende o alerta em seus torcedores e no mercado do futebol. Sob a gestão de John Textor, a SAF do clube divulgou seu balanço de 2024, revelando um faturamento histórico de R$ 700 milhões. No entanto, o mesmo documento aponta um prejuízo alarmante de R$ 299,9 milhões, em meio a uma complexa crise societária com a Eagle Football Holdings, também de Textor.

A Dualidade do Balanço: Receita nas Alturas, Prejuízo no Fundo

Divulgado com mais de três meses de atraso, o balanço financeiro da SAF Botafogo reflete um ano de fortes investimentos e contradições. O prejuízo milionário é justificado, em parte, pelos altos investimentos no elenco profissional e em infraestrutura, além da ausência de receitas extraordinárias que haviam impulsionado o resultado do ano anterior.

Em nota oficial, o clube buscou destacar os pontos positivos, focando no crescimento exponencial desde o início da era SAF:

“Em 2024, o clube alcançou um faturamento histórico de mais de R$ 700 milhões, com crescimento superior a 300% desde 2022. (…) Houve um crescimento significativo nas receitas de Patrocínios e Marketing, que subiram de R$ 16,5 milhões para R$ 56 milhões no período, refletindo a valorização da marca.”

Trecho do relatório de gestão do Botafogo

Crise Societária: A Relação Conturbada com a Eagle e o Lyon

O ponto mais sensível do balanço é a relação financeira dentro do próprio conglomerado de John Textor. O documento revela que o Botafogo tem um montante de R$ 558,7 milhões a receber da Eagle Football Holdings, a controladora da SAF. Esse valor, registrado como “ativo de partes relacionadas”, escancara a interdependência financeira entre os clubes do grupo.

As operações com o Olympique Lyonnais, da França, outro clube da Eagle, também são mencionadas. Transferências de atletas e repasses financeiros foram realizados para “otimizar o fluxo de caixa consolidado” do grupo, uma prática comum no modelo de Multi-Club Ownership (MCO), mas que agora está no centro da disputa societária enfrentada por Textor.

Nem Tudo é Crise: Os Sinais Vitais do Glorioso

Apesar do cenário turbulento nos bastidores, o relatório apresenta dados que demonstram a força da marca Botafogo e o engajamento da torcida. Confira os principais destaques positivos:

  • Sócio-Torcedor: O programa Camisa 7 atingiu uma receita recorde de R$ 48,6 milhões, um salto de 73%, chegando a 81 mil associados.
  • Marketing e Patrocínios: As receitas da área saltaram para R$ 56 milhões, um crescimento de 250% em dois anos.
  • Valorização do Elenco: O valor de mercado dos jogadores quase dobrou, alcançando a marca de R$ 950 milhões.
  • Redução da Dívida: A dívida bruta do clube caiu drasticamente, de R$ 377,6 milhões para R$ 48,1 milhões, com pagamentos significativos da dívida histórica.

O Futuro do Botafogo de John Textor

Em seu relatório, John Textor adota um tom celebratório, exaltando as conquistas esportivas e o crescimento comercial, mas evita mencionar diretamente as disputas judiciais. A divulgação tardia do balanço encerra uma longa espera, mas abre um novo capítulo de incertezas. A saúde financeira do Botafogo parece, mais do que nunca, atrelada à resolução da crise interna na Eagle Football. O futuro do Glorioso está em jogo, dentro e fora de campo.

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