Drama e Tensão no US Open: Leandro Riedi Expõe o Lado Sombrio das Apostas no Tênis – O Que Isso Significa para Nomes como Jérôme Kym?

O Grand Slam é palco de grandes emoções, viradas e histórias de superação. Mas, por vezes, também revela as faces menos glamorosas do esporte. Foi exatamente isso que aconteceu na quadra nº 5 do US Open, durante o confronto entre o suíço Leandro Riedi e o argentino Francisco Cerúndolo. Uma cena de fúria e desabafo de Riedi jogou luz sobre a crescente e perturbadora influência dos apostadores no tênis profissional.

A Explosão de Leandro Riedi: O Incidente na Quadra

Leandro Riedi, de 23 anos, estava vivendo um momento de redenção. Após duas cirurgias no joelho direito em um ano, ele lutava heroicamente contra Cerúndolo, buscando uma virada improvável. Estava dois sets abaixo, venceu o terceiro e tinha um break no quarto, liderando por 4-2. A história estava sendo lindamente escrita, até que a pressão se fez sentir de forma avassaladora.

Dois duplas faltas seguidas, um erro grosseiro de forehand e o break foi perdido. O 435º do mundo explodiu de raiva. No banco, desabafou com sua equipe. Mas o estopim veio de um espectador na arquibancada. Riedi o encarou, fez um gesto para que se calasse e, sem rodeios, disparou: “Cala a boca, cara!”.

Em seguida, dirigiu-se ao árbitro de cadeira com uma denúncia grave:

“Ele está apostando, é por isso que está me incentivando. Se eu perder, ele vai me mandar uma mensagem: ‘Você é tão ruim, espero que sua mãe morra’. Tirem ele daqui.”

A situação era clara: a frustração não vinha apenas da perda do break, mas da percepção de estar sendo usado, e potencialmente ameaçado, por um apostador na quadra.

O Perfil dos Apostadores e a Confirmação de Riedi

Apesar do incidente, Riedi conseguiu se recompor, venceu a partida em cinco sets (3-6, 4-6, 6-4, 6-4, 6-2) e avançou para a terceira rodada do US Open – sua melhor campanha em um Grand Slam. Na coletiva de imprensa, ele detalhou o ocorrido e demonstrou um conhecimento perturbador sobre o perfil dos apostadores:

• Presença Constante: “Ele já estava lá no primeiro dia e gritava meu nome desde o primeiro ponto. Na hora, pensei: ‘é um apostador, com certeza’.”
• Ameaças Potenciais: “No quarto set, pensava: ‘Ele me incentiva, mas se eu perder este jogo, ele vai me mandar uma mensagem nas redes sociais dizendo o quanto sou ruim e desejando que minha mãe morra’.”
• Identificação Fácil: “Eles são fáceis de reconhecer: estão o tempo todo com a cabeça no telefone. São muitas vezes vestidos de forma semelhante, com boné, às vezes óculos. No primeiro dia, quando meu adversário fazia uma dupla falta, ele celebrava com muito exagero. Então eu sabia que ele não entendia nada de tênis.”
• Motivação Financeira: “Ele queria que eu ganhasse porque meu ranking, além do top 400, é interessante para os apostadores (cota mais alta, mais dinheiro a ganhar). Talvez ele tenha apostado tudo em mim…”

Riedi revelou ainda que, mesmo quando o incentivo parece positivo, a motivação por trás dele pode ser nefasta: “E mesmo que ele esteja me incentivando, é irritante porque me sinto mal pelo meu adversário.”

Além da Quadra: O Impacto nas Carreiras e a Lição para Talentos como Jérôme Kym

O desabafo de Leandro Riedi é um grito de alerta para todo o circuito. Mensagens de ódio e ameaças de apostadores são, infelizmente, uma realidade cada vez mais comum. Riedi, por exemplo, já ajusta as configurações de suas redes sociais para limitar esses contatos.

O incidente serve como um alerta para a pressão crescente sobre a nova geração de tenistas, que inclui nomes promissores como Jérôme Kym, também suíço. Estes atletas, ainda em ascensão, são particularmente vulneráveis à influência externa e ao assédio, seja em quadra ou nas redes sociais. A necessidade de um ambiente seguro e de apoio psicológico torna-se cada vez mais crucial para proteger a saúde mental e a integridade de carreiras em construção. A ATP Tour e as federações de tênis têm um papel vital em implementar medidas mais eficazes para coibir o comportamento abusivo de apostadores e garantir que o esporte mantenha sua essência de competição e respeito.

A história de Riedi no US Open é um lembrete sombrio de que, por trás do brilho dos holofotes, há uma batalha silenciosa pela integridade do esporte e pela proteção de seus atletas, sejam eles estrelas estabelecidas ou jovens talentos como Jérôme Kym, que representam o futuro do tênis.