Fabinho Soldado e Memphis Depay: O Desabafo Pós-Copa do Brasil que Abalou o Corinthians

O palco era o Maracanã, a emoção da conquista da Copa do Brasil de 2025 ainda pulsava, mas nos bastidores do Corinthians, uma tempestade política se formava. Longe da euforia generalizada, o atacante holandês Memphis Depay e o executivo de futebol Fabinho Soldado, recém-vitoriosos, ergueram a voz em um desabafo contundente contra a minoria que, segundo eles, tenta desestabilizar o Timão. Suas críticas, embora sem nomes explícitos, reverberaram alto e claro, expondo a profunda ebulição nos corredores do Parque São Jorge.

O Grito de Memphis Depay: “F* a Política!”

Após a dramática vitória sobre o Vasco na final da Copa do Brasil, a cena de Memphis Depay com uma faixa escrita “F* a política” em inglês, registrada em suas redes sociais, tornou-se um símbolo da insatisfação. O holandês, que foi um dos protagonistas na conquista, não poupou críticas nos bastidores e publicamente. Sua principal queixa? O vazamento de detalhes de seu contrato e outras informações que, em sua visão, buscavam manchar sua imagem perante a opinião pública e a torcida corintiana. No vestiário, após o triunfo, seu discurso foi ainda mais direto, direcionando-se a “pessoas na diretoria” que, segundo ele, precisam “sair deste clube e fazer m… em outro lugar”.

Fontes próximas ao jogador indicam que a “herança” da gestão anterior, de Augusto Melo – que sofreu impeachment – o faria sentir-se “fritado” internamente. A desconfiança de Memphis teria um alvo específico: o vice-presidente Armando Mendonça. O dirigente, no entanto, nega veementemente qualquer problema com o camisa 10 e atribui tais rumores a adversários políticos, reforçando seu respeito por todos os profissionais do clube. “O contrato tem que ser cumprido, ele é um ativo do Corinthians, é um colaborador do clube, tem que ser preservado, prestigiado e valorizado”, declarou Mendonça, em defesa do jogador.

Fabinho Soldado Busca Autonomia e Reparação

A voz de Fabinho Soldado ecoou em uníssono com a de Depay. O executivo de futebol, peça chave na montagem do elenco campeão da Copa do Brasil, expressou sua irritação com conselheiros que, em sua percepção, pressionam por sua saída e tentam “queimá-lo” internamente. Soldado sente-se minado por uma “pequena minoria que parece só querer atrapalhar” o clube, criticando a ingerência e a atuação de grupos como a “Comissão de Futebol”, vista por muitos como um “governo paralelo”.

Apesar de ter contrato para a temporada de 2026, Fabinho Soldado não garantiu sua permanência, apontando a necessidade de uma conversa franca com o presidente Osmar Stabile sobre o planejamento e a autonomia do departamento de futebol. A estabilidade política, ou a falta dela, é um fator crucial para a continuidade de seu trabalho, visando um Corinthians que possa lutar por títulos maiores como a Libertadores e o Brasileirão.

O Cenário Político do Corinthians: Uma Crise Persistente

Os desabafos de Memphis e Fabinho Soldado são sintomas de uma crise política que assola o Corinthians há tempos. Em 2025, o clube enfrentou:

• Impeachment do ex-presidente por acusações de irregularidades;
• Ex-presidentes investigados e denunciados pelo Ministério Público;
• Aprofundamento da crise financeira;
• Transfer bans devido a dívidas não pagas;
• A contratação de apenas dois jogadores, impactando o planejamento esportivo.

O presidente Osmar Stabile reconhece a turbulência e expressou o desejo de se reunir com Memphis para entender suas insatisfações e trabalhar para resolver os problemas internos. A esperança é que, mesmo em meio à conquista de um título tão importante, as vozes dos protagonistas sejam ouvidas e as mudanças necessárias sejam implementadas para que o Corinthians possa, de fato, crescer e lutar por mais glórias.

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