Gustavo Cuéllar no Grêmio: Mano Menezes Explica Desafios, Expectativas e a Dificil Readaptação do Volante Colombiano

A Jornada de Readaptação de Gustavo Cuéllar no Grêmio, Segundo Mano Menezes

Desde sua chegada ao Grêmio em janeiro de 2024, com um contrato que se estende até o final de 2026, o volante Gustavo Cuéllar tem sido um dos nomes mais comentados no cenário tricolor. A expectativa em torno do seu desempenho é alta, especialmente considerando sua passagem marcante pelo Flamengo entre 2016 e 2019. No entanto, o técnico Mano Menezes tem sido vocal em esclarecer a realidade atual do atleta.

Em diversas entrevistas, Mano fez questão de abordar a diferença entre a imagem do jogador que saiu vitorioso e a necessidade de readaptação para quem retorna após um período fora do futebol brasileiro.

“A gente sempre enxerga o jogador que saiu. Fica com aquele imaginário que o jogador que está voltando é o mesmo que saiu, principalmente quando ele saiu vencedor. E aí se cria uma coisa que não é real”, declarou o comandante, destacando a armadilha das expectativas.

O Impacto do Tempo Fora e a Diferença de Intensidade

Um dos pontos cruciais levantados por Mano Menezes é o período que Cuéllar passou atuando no futebol da Arábia Saudita. O treinador explicou que o ritmo e a intensidade dos jogos naquele país são consideravelmente menores em comparação com a exigência do futebol brasileiro.

“Cuéllar ficou muito tempo fora, fez menos jogos por temporada, e isso afeta a adaptação”, disse Mano, ilustrando a perda de ritmo competitivo. Ele foi ainda mais enfático ao quantificar o impacto:

“Se você ficar seis, oito anos, são 20 jogos a menos por ano, façam as contas. São 150, 200 jogos a menos, com muito menos desgaste, a cobrança é menor.”

Essa diferença de contexto competitivo exige um novo processo para que o volante colombiano atinja sua melhor forma no Grêmio.

Situação Atual e as Expectativas do Clube

Atualmente, Gustavo Cuéllar soma 13 partidas com a camisa do Grêmio, totalizando 715 minutos em campo. Apesar de estar sendo utilizado, a diretoria do clube já considera o jogador como negociável para a próxima janela de transferências, um sinal da cautela interna em relação ao que ele pode entregar.

Apesar disso, Mano Menezes mantém a esperança na recuperação do atleta, mas com os pés no chão:

“Acreditamos que vai acontecer e que o Cuéllar vai ser o jogador que se criou a expectativa sobre ele. Não é, obviamente, o jogador de 2019.”, afirmou, reconhecendo que o pico de performance no Flamengo em 2019 é um parâmetro difícil de ser imediatamente replicado.

A Disparidade Financeira e a Realidade da Competição

Paralelamente à situação de Cuéllar, Mano Menezes aproveitou para trazer à tona a significativa disparidade financeira que existe entre clubes como Grêmio e gigantes como Flamengo e Palmeiras no futebol brasileiro.

“Já tem uma disparidade muito grande financeiramente, principalmente de Palmeiras e Flamengo, para o resto dos outros. Nós não podemos competir com o Flamengo nas regras do Flamengo. Temos que competir com as nossas”, declarou ao Correio do Povo.

O técnico atribuiu essa vantagem não apenas ao poder de arrecadação, mas também à organização estrutural que clubes como o Flamengo alcançaram nos últimos anos, mesmo reconhecendo que o clube carioca sempre teve maior faturamento.

Paciência é Chave: O Exemplo de Thiago Neves

Mano Menezes enfatizou que a presença de Cuéllar no elenco é um projeto que requer paciência e tempo. Ele lembrou o caso de Thiago Neves, que também precisou de um período de adaptação após retornar do futebol árabe para o Cruzeiro antes de começar a render plenamente.

A atual pré-temporada é vista como um momento decisivo para a recuperação física e técnica do colombiano. O período sem jogos intensos é a oportunidade final para testar e preparar o volante em condições ideais. Para ver o perfil e estatísticas de Gustavo Cuéllar, você pode visitar Transfermarkt.

Em suma, a situação de Cuéllar no Grêmio, segundo Mano Menezes, é um retrato da complexidade do futebol de alto nível: exige readaptação, paciência e uma compreensão realista das limitações financeiras ao competir com potências do cenário nacional. O tempo dirá se o volante conseguirá atingir o nível esperado e justificar a aposta tricolor.