
Liga das Nações Feminina: Brasil x EUA, um Reencontro com Sabor de Revanche Pós-Paris

Liga das Nações Feminina: Brasil x EUA, um Reencontro com Sabor de Revanche Pós-Paris
Para muitos fãs do vôlei brasileiro, a semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ainda está fresca na memória. O sonho do ouro olímpico para a seleção feminina foi adiado após um confronto eletrizante contra os Estados Unidos, decidido no tie-break. A oposta americana Kathryn Plummer brilhou, e as brasileiras, apesar da garra, acabaram conquistando o bronze sobre a Turquia.
Agora, dez meses depois, o destino (e a tabela da Liga das Nações Feminina – VNL) coloca Brasil e Estados Unidos frente a frente novamente. O reencontro, que promete fortes emoções, tem um inegável sabor de revanche para o time verde e amarelo.
O palco para este clássico renovado será o icônico Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A partida está marcada para esta quinta-feira, às 21h (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pelo sportv2 e acompanhamento em tempo real pelo ge.
Times Renovados em Busca de Novos Capítulos na VNL
Um dos aspectos mais interessantes deste confronto é a significativa renovação em ambos os elencos desde a disputa olímpica. A VNL de 2025 serve como um laboratório e um novo palco para talentos emergentes e jogadoras que buscam consolidação.
Pelo lado brasileiro, nomes cruciais que estiveram em Paris não estarão em quadra neste jogo. A bicampeã olímpica Thaísa se despediu da seleção, enquanto Carol, destaque em bloqueios na última VNL, pediu afastamento. Gabi e Rosamaria estão em fase de recuperação da temporada de clubes e foram poupadas pelo técnico José Roberto Guimarães.
No entanto, essa renovação abre espaço para jogadoras que já mostraram seu potencial e outras estreantes. Ana Cristina, maior pontuadora do último embate em Paris e destaque na estreia da VNL contra a República Tcheca (vitória brasileira por 3 sets a 0), lidera a nova safra ao lado de Tainara, Julia Kudiess, Julia Bergmann, Luzia e Helena. As jovens Jheovana e Kika também tiveram suas primeiras oportunidades.
Para Ana Cristina, apesar da dificuldade esperada contra os Estados Unidos, as expectativas são altas.
“Elas estão com um time novo, a maioria que jogou no passado não estará lá. Da mesma forma, a gente também. Acredito que vai ser um ótimo jogo. E vem com aquele gostinho de que queríamos a vitória, de revanche, vamos dizer assim. Mas é outro campeonato, outro ano. A gente tem que ter paciência e trabalhar em cima disso também”, analisou a ponteira.
Mudanças Radicais do Lado Americano
A renovação na equipe americana foi ainda mais profunda. O técnico Karch Kiraly, que liderou o time ao ouro em Tóquio e à prata em Paris, deixou o comando feminino para assumir a seleção masculina. O novo técnico, Eric Sullivan, trouxe um grupo bastante diferente para a VNL.
Jogadoras que foram peças chave na semifinal olímpica, como Kathryn Plummer, Andrea Drews e Chiaka Ogbogu, não foram convocadas para esta etapa no Rio. Do elenco de 14 atletas presentes, apenas Madi Skinner, Roni Jones-Perry (com passagem pelo Sesc Flamengo no Brasil) e as líberos Morgan Hentz e Zoe Jarvis já haviam disputado uma edição da Liga das Nações.
José Roberto Guimarães comentou sobre o novo time americano e a mentalidade da equipe adversária.
“São jogadoras diferentes que estão aí, que nunca jogaram contra a gente, a não ser a Skinner, oposta, que deu um trabalhão no ano passado, então, vamos ver. A expectativa é de que a gente cometa menos erros do que cometemos hoje. Gostei do jogo, mas acho que ainda pode ser melhor”, projetou o técnico brasileiro, referindo-se à estreia contra a República Tcheca.
Zé Roberto reforçou que, apesar da juventude do time americano, sua essência perigosa permanece. “É um grupo novo, mas sempre é um time que, se você der uma bobeada, ele cresce. É o que aconteceu no terceiro set contra a Itália, o time já se moveu melhor, cometeu menos erros. Esses são os Estados Unidos que a gente espera. Pode ser um jogo mais difícil. O jogo delas casa muito com o nosso”, analisou.
Com novos rostos e a mesma intensidade, Brasil e Estados Unidos prometem um duelo de alto nível na Liga das Nações Feminina. Será a hora da revanche ou os EUA manterão a hegemonia recente? A resposta virá da quadra do Maracanãzinho.
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