Miesha Tate Retorna ao Peso-Galo do UFC: A Busca por Mais um Título Continua

A lenda está de volta! Miesha Tate, carinhosamente conhecida como ‘Cupcake’, retorna à divisão peso-galo (135 libras) do UFC com uma energia renovada e um objetivo claro: fazer mais uma corrida em direção à glória do campeonato. Nove anos após conquistar o cinturão peso-galo, Tate, que se aventurou brevemente no peso-mosca, sente que encontrou seu lugar natural no Octógono e está pronta para mais uma grande vitória.

Para Tate, a transição de volta ao peso-galo foi fundamental. “O corte de peso é metade da batalha quando você está lutando contra ele, então é bom estar em um peso onde sinto que sou muito competitiva”, disse ela em uma entrevista para o UFC.com. “Talvez eu não seja a maior peso-galo do mundo, mas estou perfeitamente bem com isso. Acho que me saio bem nesta categoria de peso.”

Um Retorno Triunfal e uma Mudança de Mindset

O retorno de Miesha Tate ao peso-galo em sua luta anterior contra Julia Avila, em Austin, Texas, marcou o fim de uma sequência de duas derrotas. Foi uma noite em que tudo se encaixou para ‘Cupcake’, culminando em uma de suas performances mais satisfatórias na carreira. Esse momento de sucesso veio acompanhado de uma importante mudança de perspectiva.

“Senti que as estrelas se alinharam na minha última luta, onde eu soube que o propósito de eu ainda estar aqui é apenas ver o quão grandiosa posso ser. É isso”, revelou Tate. “Eu já conquistei grandes coisas. Já fui campeã mundial. Adoraria fazer essa escalada de volta, mas meio que tirei toda a pressão e disse: não se trata de vencer, não se trata de perder, trata-se de ser o meu melhor. E acho que a performance realmente mostrou a mudança de mentalidade.”

O Legado: A Luta Inesquecível Contra Holly Holm

Essa mentalidade vem do conhecimento de que Tate já alcançou o topo do UFC. Sua performance vitoriosa contra Holly Holm no UFC 196 permanece como uma das mudanças de título mais dramáticas na história do MMA feminino. Com Holm aparentemente caminhando para uma vitória por decisão, Tate buscou forças, mergulhou fundo e, em uma sequência inesquecível, conseguiu levar Holm para o chão antes de finalizar com um mata-leão para garantir a vitória. Esse momento é o ponto mais alto da carreira de Tate e moldou sua abordagem para este novo capítulo.

“Quando entrei naquele quinto round com a Holly, eu sabia que tinha que finalizar a luta”, lembrou ela. “Eu sabia que tinha que arriscar tudo, incluindo ser nocauteada. Eu tive que ficar um pouco desesperada. Eu tive que estar realmente faminta naquele momento… Lembro-me de ir para aquela queda, e não foi uma ótima queda, mas foi tudo o que eu tinha. E eu a derrubei no chão, e subi nas costas dela como um pequeno macaco aranha, e lembro de me agarrar à garganta dela e pensar: ‘Não vou soltar, assim como um cachorro em um osso’.”

Ela continuou: “Fizemos meio que um rolamento interessante, mas eu fiquei nele, e consegui a finalização. E foi honestamente a sensação mais incrível. Sinto que aqueles cinco rounds meio que exemplificaram toda a minha carreira. Essa mentalidade de vir de trás, onde você tem que recuperar terreno, e você tem que encontrar uma maneira de fazer acontecer.”

Próximo Desafio no Octógono: Yana Santos

O próximo teste de Tate a colocará frente a frente com a contendora russa Yana Santos, que está uma posição acima de Tate no ranking oficial peso-galo feminino do UFC, em 10º lugar. É um confronto que Tate demonstra claro entusiasmo.

“Adoro esse confronto com a Yana”, sorriu. “Cresci lutando contra strikers e sendo a wrestler e a grappler, e sinto que este é mais um confronto clássico… O esporte do MMA continua a evoluir, e o MMA feminino não é como era há 10 ou 15 anos, então estou esperando evolução nela. Mas no cerne de quem ela é – o estilo dela é definitivamente mais de striker, então estou animada para levá-la para águas profundas.”

Tate acredita que sua vasta experiência a preparou para o que Yana Santos pode trazer, mas mantém a cautela inerente a uma luta. “Não antecipo que haja muito que a Yana traga que eu não tenha visto ou para o qual não tenha me preparado várias vezes ao longo da minha carreira, mas é uma luta, então você tem que esperar o inesperado, e é para isso que me preparei durante todo este camp.”

A motivação para esta luta é clara: “Uma vitória me colocará de volta no Top 10, então é isso que eu quero”, continuou ela. “Eu odeio ser a número 11. Quero estar dentro do Top 10, então não estou feliz com isso agora, e ela está bem naquele 10º lugar. Mas acho que uma boa vitória sobre ela poderia me impulsionar ainda mais.”

Novamente, Tate reforça seu foco principal: “Estou procurando pela minha melhor performance. Não se trata da Yana, não se trata da vitória, trata-se de ser o meu melhor. E quando sou o meu melhor, não só conquistarei a vitória, mas acho que o farei de forma impressionante.”

A Evolução de uma Veterana

A confiança de Tate vem do conhecimento de que, após 29 lutas e aos 38 anos, ela ainda está melhorando como lutadora. Ela reflete sobre sua longa jornada, que a levará à sua 30ª luta profissional.

“Acho que sou muito melhor hoje do que quando comecei a lutar”, disse ela. “Voltei e assisti a todas as minhas lutas antigas, tudo o que pude encontrar… Há tantos estilos diferentes e tantas coisas diferentes que explorei, tentei, fiz e experimentei nesta minha carreira, e eu estava pensando, deve ser difícil descobrir exatamente o que vou fazer, porque sinto que posso mergulhar em qualquer um deles.”

Sua evolução é resultado não apenas de treinamento, mas também de superações pessoais, incluindo a perda de seu técnico Robert Follis e a saída de um relacionamento tóxico. “Não conseguia ver tudo isso antes, e sinto que está muito mais claro para mim agora, e sei o que estou aqui para fazer. Não estou aqui por muito tempo, então estou aqui por um bom tempo, e vou fazer o melhor.”

Olhando para o Futuro: Kayla Harrison?

Caso Tate consiga retornar à disputa pelo cinturão, há a possibilidade de um confronto com outra judoca de elite. A rivalidade de Tate com Ronda Rousey definiu uma era do MMA feminino. Rousey pode estar aposentada, mas a campeã olímpica de judô Kayla Harrison está em ascensão na divisão. Tate elogiou as conquistas de Harrison e disse que adoraria a chance de testar suas habilidades contra ela no futuro.

“Eu tenho a melhor opinião possível sobre Kayla Harrison. Acho que ela é uma lutadora tão grandiosa, e a admiro como ser humano. Todas as suas conquistas, ela é simplesmente ótima”, disse ela. “É bom ter um rosto novo na divisão, absolutamente. E eu realmente gostaria de me testar contra a Kayla, porque não acho que terei aquela terceira luta contra a Ronda, e meio que a vejo como aquela pessoa com quem eu poderia mostrar que finalmente descobri o problema do judô que foi um problema para mim há tanto tempo, quando eu simplesmente não conseguia encontrar parceiras assim, e eu simplesmente não tinha a estratégia certa em torno disso.”

“Sinto-me muito mais confiante sobre o que poderia entregar agora”, acrescentou. “Então acho que seria ótimo para mim ter isso e poder me testar e ver se estou certa nisso. Então, seria um sonho realizado.”

A Essência de Miesha Tate: Nunca Desistir

No final das contas, Miesha Tate quer garantir que, toda vez que sair do Octógono, o faça sabendo que deu tudo de si. É uma mentalidade que a serviu bem ao longo de sua carreira e garante que, quem quer que esteja enfrentando, Tate sempre dará tudo em sua busca pela vitória.

“Sempre tive essa mentalidade de ‘nunca desistir, nunca se entregar’, e sempre entro lá com isso”, disse ela. “Vou dar o que tenho, e não vou desistir, e não vou me entregar. Então acho que é realmente difícil me tirar das lutas. Não vou desistir. Você realmente tem que me vencer. E às vezes isso é mais fácil dizer do que fazer.”

Não perca a próxima luta de Miesha Tate no UFC Fight Night: Sandhagen vs Figueiredo, direto da Wells Fargo Arena em Des Moines, Iowa, em 3 de maio de 2025. As lutas preliminares começam às 20h (horário de Brasília).