
O Calcanhar de Aquiles da Alemanha: Pavlovic, Meio-Campo e a Sombra de Pascal Groß na Nations League

Alemanha Expõe Fragilidades no Meio-Campo Defensivo
A derrota da Seleção Alemã por 2 a 1 para Portugal na semifinal da Nations League no dia 07 de junho de 2025 não foi apenas um revés no placar. Ela escancarou um problema recorrente e preocupante: a instabilidade no meio-campo defensivo. Essa lacuna, logo à frente da linha defensiva, provou ser um calcanhar de Aquiles, e a busca por uma solução se torna urgente, especialmente com o difícil confronto contra a França pelo terceiro lugar se aproximando.
Pavlovic e Goretzka: Análise da Atuação Contra Portugal
O jovem Aleksandar Pavlovic, recém-completados 21 anos, é uma promessa inegável. Contudo, a posição de volante central exige maturidade e experiência que, por vezes, a idade ainda não permite acumular, especialmente em um nível de elite como a Seleção Alemã ou o Bayern de Munique. Embora os gols de Portugal não tenham sido diretamente causados por erros individuais de Pavlovic ou Leon Goretzka, a dupla no meio-campo não conseguiu “apagar o incêndio” ou “ler” as jogadas como um “camisa 6” ideal faria.
No lance do gol de empate português, Francisco Conceição penetrou na área após vencer um duelo individual na lateral. A linha de zaga alemã, focada em seus marcadores diretos, não fechou a brecha. Nessa situação, um volante com forte leitura defensiva e posicionamento impecável poderia ter interceptado ou, ao menos, dificultado o chute. Pavlovic tentou, mas estava um passo atrás. Goretzka, por sua vez, parecia distante da ação defensiva.
O segundo gol reforçou a fragilidade. Um avanço desnecessário de Jonathan Tah abriu espaço na defesa, explorado com um simples passe de primeira pelos portugueses. Novamente, Goretzka estava adiantado, e Pavlovic, apesar de ter a função mais defensiva na dupla, não conseguiu reagir a tempo à infiltração do adversário, evidenciando uma desvantagem de velocidade.
A Necessidade de um “Sechser” Sólido
Julian Nagelsmann, técnico da Alemanha, foi claro após a partida: em situações estáticas, a falta de intensidade e posicionamento defensivo pode ser fatal. A função do “Sechser” (volante mais recuado) exige não apenas capacidade de desarme, mas também inteligência tática para ler o jogo, fechar espaços e dar cobertura à defesa.
Pavlovic já demonstrou potencial para essa função, especialmente em sua boa temporada 2023/24 pelo Bayern. Contudo, a Bundesliga, onde o Bayern costuma dominar, exige menos rigor defensivo constante do que confrontos de alto calibre na Nations League contra equipes como Portugal ou França, repletas de talentos ofensivos.
As Alternativas: Onde se Encaixa Pascal Groß?
Historicamente, a Alemanha contou com jogadores que desempenharam essa função com maior solidez em momentos de sucesso recente. Nomes como Robert Andrich, Angelo Stiller (atualmente lesionado) e, notavelmente, Pascal Groß, estiveram nessa posição em vitórias importantes contra França, Itália e Holanda, além de terem atuado na Eurocopa.
Pascal Groß, jogador do Brighton, mostrou consistência e inteligência tática para ser esse elo entre defesa e ataque, com boa capacidade de leitura de jogo e posicionamento defensivo. No entanto, aos 33 anos, ele não se alinha com a busca por uma solução de longo prazo que o treinador alemão mencionou anteriormente. A opção por um jogador mais jovem, como Pavlovic, reflete essa visão de futuro, mas o presente exige soluções eficazes.
Outras opções incluem Felix Nmecha, que terminou a temporada pelo Dortmund em boa forma, e o jovem Tom Bischof, do Hoffenheim, que apesar de atuar em uma posição mais ofensiva, tem estatísticas defensivas impressionantes. Anton Stach, colega de Bischof, também possui bons números defensivos, mas parece estar fora dos planos atuais de Nagelsmann.
O Quebra-Cabeça de Nagelsmann Contra a França
Apesar da abundância de talentos e opções para o futuro do meio-campo alemão, para o jogo crucial contra a ofensiva francesa, Nagelsmann precisa improvisar e encontrar a combinação ideal rapidamente. Um bom resultado não é importante apenas para o moral, mas também para garantir uma posição favorável no sorteio da Copa do Mundo.
Além de resolver o problema no meio-campo, a Alemanha também precisa minimizar os erros individuais na linha defensiva, que, assim como as falhas de posicionamento à frente, custaram caro contra Portugal. Com jogadores importantes como Rüdiger e Schlotterbeck lesionados, a tarefa se torna ainda mais desafiadora.
Uma melhora significativa no trabalho defensivo de toda a equipe, incluindo o meio-campo, será essencial para evitar um resultado ainda pior contra uma equipe francesa que criou chances de gol em abundância contra a Espanha, mesmo marcando apenas quatro vezes. Superar essa dificuldade defensiva é crucial para reacender a euforia e a confiança da torcida alemã.
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