Superação Campeã: Giovana, do Osasco, Brilha na Superliga Feminina Após Lutar Contra Preconceito de Altura

No mundo do esporte, onde padrões físicos muitas vezes parecem ditar o sucesso, a levantadora Giovana, do Osasco Vôlei, escreveu uma das mais belas histórias de superação na recém-encerrada Superliga Feminina de Vôlei. Aos 30 anos, ela não apenas conquistou o aguardado título nacional, mas o fez após anos de luta contra o preconceito relacionado à sua altura (1,72m) e biotipo, considerados “fora do padrão” para a posição.

A caminhada de Giovana até o pódio da Superliga é um verdadeiro testemunho de resiliência e autoconfiança. Desde os primeiros passos nas quadras, ela sentiu o peso da descrença de muitos que viam em suas características físicas um limite para seu potencial.

Enfrentando as Barreiras e a Dúvida

Em declarações após a conquista, Giovana relembrou os momentos difíceis que quase a fizeram abandonar o esporte que tanto ama. O preconceito diário e as dúvidas alheias criaram desafios internos e externos.

Eu sou mais baixa que a maioria das levantadoras, tenho 1,72m. Fisicamente, eu também sou diferente das outras jogadoras. Eu sofri bastante, tive momentos muito difíceis na minha carreira, que eu pensei em largar o vôlei, mas minha família não deixou. Tudo que estou vivendo hoje é esforço meu, de eu ter acreditado que eu poderia virar uma jogadora, sim. Eu só tenho a agradecer todo mundo que me ajudou.

Giovana, levantadora do Osasco

Essa perseverança, aliada ao apoio familiar, foi crucial para que ela continuasse acreditando em seu sonho, mesmo quando a lógica fria das medidas e padrões parecia desfavorável.

A Evolução Constante e o Brilho na Conquista

Ignorando as críticas e focada em aprimorar sua técnica, Giovana evoluiu temporada após temporada. A posição de levantadora exige inteligência tática, precisão e capacidade de liderança, atributos que ela demonstrou em quadra, tornando-se titular e peça-chave no Osasco.

Na decisão da Superliga 2024/25, contra o Sesi-Bauru, Giovana foi o cérebro da equipe, ditando o ritmo do jogo e mostrando a maestria que a levou ao topo. Sua atuação na final foi a coroação de anos de trabalho árduo e dedicação.

A posição de levantadora já é difícil, né? Então, eu sempre trabalhei muito e busquei ser melhor como jogadora. Graças a Deus, deu tudo certo e agora estou com essa medalha no peito de campeã.

Giovana

O Voto de Confiança que Mudou Tudo

Parte fundamental da trajetória de Giovana está ligada ao técnico Luizomar Moura. Foi ele que, em 2008, em uma peneira do Osasco, viu na jovem de 13 anos o potencial ignorado por outros, que a consideravam baixa. Luizomar, então coordenador, apostou em sua habilidade de toque, garantindo sua aprovação.

Eu conheço a Giovana lá de trás, na peneira do Osasco. Eu era coordenador, e o pessoal não tinha a selecionado, alegando que ela era baixa e não tinha um biotipo muito bom. Mas eu falei que levantador precisa tocar bem, e isso ela fazia. Como eu era o coordenador, ela foi selecionada.

Luizomar Moura, técnico do Osasco

Esse reencontro no clube anos depois selou uma parceria de sucesso, que culminou com a conquista do hexacampeonato da Superliga para o Osasco.

O Olhar para o Futuro: Sonho de Seleção

Com a medalha de campeã no peito e no auge de sua forma, Giovana não esconde a ambição de representar o Brasil. A convocação para a Seleção Brasileira de Vôlei é um sonho vivo, que agora parece mais palpável para a levantadora que provou que talento e dedicação superam qualquer padrão.

A história de Giovana na Superliga Feminina de Vôlei serve como um poderoso lembrete de que a verdadeira força reside na crença em si mesmo e na capacidade de superar os desafios impostos pelas circunstâncias ou pelo preconceito. Sua vitória é uma inspiração para todos que buscam realizar seus sonhos, dentro e fora das quadras.

Para mais informações sobre o vôlei brasileiro e a Superliga, visite o site oficial da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) ou a página da Superliga Feminina na Wikipedia.