
A Química Inesperada: Como a J&F Influenciou a Relação entre Trump e Lula

A "química" entre líderes políticos é muitas vezes mais complexa do que aparenta. O que parecia uma súbita afeição entre Donald Trump e Lula na Organização das Nações Unidas (ONU), um elo tão forte quanto o níquel na tabela periódica, era, na verdade, o resultado de uma intrincada teia de interesses e esforços de bastidores. E no centro dessa rede, um nome ressoa com poder: o Grupo J&F.
O Poderoso Lobby por Trás dos Encontros Trump-Lula
A percepção de um "amor à primeira vista" entre os ex-presidentes foi, em grande parte, uma cortina de fumaça. Fontes da política e do mercado revelaram que a aproximação foi meticulosamente trabalhada por um intenso processo de lobby. Empresários brasileiros com investimentos milionários nos Estados Unidos mobilizaram seus recursos para abrir portas na Casa Branca, e entre eles, destacam-se os irmãos Wesley e Joesley Batista, figuras centrais do conglomerado J&F.
A influência da J&F não é um mero detalhe. Representantes do grupo conseguiram penetrar no usual bloqueio do governo americano, levando preocupações cruciais sobre o impacto de possíveis tarifas para os consumidores dos EUA. Para uma compreensão mais aprofundada sobre as dinâmicas de lobby internacional, considere explorar análises de instituições como o Council on Foreign Relations.
A Gigante J&F: Um Colosso no Agronegócio Americano
Para dimensionar o "cacife" que a J&F carregava para essas negociações, é fundamental entender sua presença nos Estados Unidos. O grupo emprega 75 mil funcionários no país e 180 mil globalmente, atuando fortemente em setores como frango, carne bovina, suínos e uma vasta gama de alimentos processados, incluindo hambúrgueres, recheios para tacos e almôndegas. São produtos essenciais na mesa do consumidor americano, especialmente nas classes de menor poder aquisitivo.
Essa dimensão global do Grupo J&F no agronegócio americano conferiu aos seus executivos uma credibilidade e um acesso singulares. Encontros com autoridades do Departamento de Estado e do Departamento de Comércio americano, que poderiam ser complexos para outros, tornaram-se parte da rotina para a J&F, com ou sem a ameaça de tarifas.
O “Tarifaço” e a Estratégia da J&F
Um dos pontos cruciais na pauta dessas reuniões era o "tarifaço" – a imposição de novas taxas de importação que poderiam desestabilizar o mercado. Os representantes da J&F não hesitaram em detalhar os problemas que as tarifas causariam diretamente aos consumidores americanos. O argumento era claro: aumentar os custos de importação significaria impactar o bolso de milhões de americanos que dependem de produtos como hambúrguer e almôndegas, muitas vezes importados do Brasil. Informações sobre políticas comerciais e tarifas podem ser encontradas no Office of the United States Trade Representative (USTR).
Essa abordagem estratégica da J&F, focada nos impactos domésticos e na capacidade de abastecimento, foi fundamental para "furar o bloqueio" e apresentar uma perspectiva que ressoava com as preocupações econômicas internas dos EUA.
Conclusão: O Níquel da Política Internacional
A história da interação entre Donald Trump e Lula, mediada pelos esforços de lobby da J&F, ilustra como os bastidores da diplomacia e do comércio internacional são frequentemente moldados por interesses empresariais poderosos. A "química" política, como a do níquel, pode ser forjada sob pressão e através de articulações estratégicas, redefinindo relações e impactando economias em escala global.
A influência do Grupo J&F, personificada por Wesley e Joesley Batista, na aproximação entre os líderes e na moderação de políticas comerciais, é um testemunho do poder do agronegócio e do lobby organizado nas grandes decisões políticas. Uma prova de que, na política internacional, nem tudo é o que parece à primeira vista.
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