
Alerta para Investidores: Morgan Stanley Rebaixa CMIN3 e Reduz Preço-Alvo

Alerta para Investidores: Morgan Stanley Rebaixa CMIN3 e Reduz Preço-Alvo
O cenário para as ações da CSN Mineração (CMIN3) ficou mais desafiador na visão do Morgan Stanley. Em um movimento que chama a atenção do mercado, a instituição financeira decidiu rebaixar a recomendação para os papéis da mineradora, passando de ‘equal-weight’ (equivalente a neutro) para ‘underweight’ (equivalente a venda).
A notícia vem acompanhada de um corte no preço-alvo, que agora é projetado em R$ 5,30, uma redução considerável frente aos R$ 6,20 anteriores. A reação do mercado foi imediata: às 10h51 do dia 27 de maio, as ações CMIN3 registravam queda de 3,80%, negociadas a R$ 5,31.
Os Motivos por Trás do Rebaixamento
A análise do Morgan Stanley aponta diversos fatores que justificam a visão mais pessimista para a CSN Mineração. A dinâmica de oferta e demanda (S&D) para o minério de ferro globalmente se mostra mais desafiadora, mas outros pontos internos da companhia pesaram ainda mais na decisão.
Risco na Execução de Projetos Chave
Um dos principais pontos de atenção levantados pelo banco é o alto risco de execução no plano de expansão da empresa. O projeto da mina Itabirito P15, considerado fundamental para adicionar 16,5 milhões de toneladas anuais com alto teor de ferro (67%), teve seu início de operação adiado pela quarta vez consecutiva, passando de 2023 para o quarto trimestre de 2027. Para os analistas, há uma crescente incerteza se o projeto será entregue dentro do novo cronograma e orçamento previstos, o que poderia impactar negativamente os resultados futuros.
O Impacto dos Acordos de Pré-Pagamento
Outro fator que preocupa o Morgan Stanley é a estrutura de fluxo de caixa da CSN Mineração, especialmente devido aos acordos de pré-pagamento firmados. Atualmente, são sete contratos ativos, totalizando aproximadamente 55,1 milhões de toneladas a serem entregues até o final de 2029, com pré-pagamentos somando cerca de US$ 2,4 bilhões.
Embora esses acordos garantam liquidez imediata, eles consomem capital de giro à medida que os passivos correspondentes são amortizados com a entrega do minério. Isso, segundo o banco, reduz a conversão do EBITDA em fluxo de caixa livre ao longo do tempo. A projeção do Morgan Stanley é de um rendimento médio negativo de fluxo de caixa livre de 9% para o período entre 2025 e 2027, considerando a ausência de novos pré-pagamentos.
Projeções Financeiras Revisadas
Com base nesses fatores, o Morgan Stanley revisou suas projeções financeiras para a CSN Mineração. As estimativas para o EBITDA foram reduzidas:
- 2T25: R$ 1,63 bilhão (-3,8%)
- 2025: R$ 6,41 bilhões (-9,0%)
- 2026: R$ 7,00 bilhões (-15,5%)
- 2027: R$ 6,86 bilhões (-16,3%)
- 2028: R$ 12,10 bilhões (-13,3%)
As projeções para o lucro por ação normalizado (EPS) também foram ajustadas.
Novo Preço-Alvo e Reação do Mercado
O novo preço-alvo de R$ 5,30 reflete essa visão mais cautelosa. Embora as estimativas do Morgan Stanley para alguns períodos estejam acima do consenso de mercado, o banco destaca que as ações da CMIN3 negociam a 4,7 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, cerca de 15% acima de sua média histórica, enquanto apresentam um rendimento negativo de fluxo de caixa livre.
A desvalorização inicial dos papéis CMIN3 após a divulgação do relatório demonstra a influência da análise de grandes bancos no sentimento do mercado. Investidores agora observam atentamente os próximos passos da CSN Mineração e a evolução do cenário para o minério de ferro global.
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