
AURE3: Auren Energia Impulsiona Resultados com EBITDA Recorde e Reduz Alavancagem no 1T24

AURE3: Auren Energia Impulsiona Resultados com EBITDA Recorde e Reduz Alavancagem no 1T24
Em seu primeiro trimestre completo desde a aquisição da AES Brasil, a Auren Energia (AURE3) demonstrou uma performance financeira e operacional robusta, reportando o maior EBITDA de sua história e avançando significativamente na redução de sua alavancagem. Este resultado, que superou as expectativas do mercado, coloca a companhia em uma posição de destaque no setor elétrico brasileiro e reafirma a tese de valor da integração.
Resultados do 1º Trimestre: Um Salto Histórico
A Auren registrou um EBITDA impressionante de R$ 1,2 bilhão no primeiro trimestre de 2024. Este valor representa um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado (em base pro forma) e superou o consenso do mercado em 20%. Segundo Fábio Zanfelice, CEO da companhia, esse desempenho excepcional é resultado de uma combinação de fatores estratégicos e operacionais:
- Melhora na performance operacional dos ativos;
- Resultado acima do esperado na comercializadora;
- Captura de sinergias importantes do processo de integração com a AES Brasil.
Impulsores do Sucesso Operacional e Sinergias
A performance operacional apresentou melhorias notáveis. Nos ativos hidrelétricos, o Generation Scaling Factor (GSF) atingiu 107%, indicando que a Auren gerou 7% mais energia do que o esperado no longo prazo para esses ativos. Já nos parques eólicos, a disponibilidade aumentou 160 basis points ano contra ano, chegando a 92% no trimestre.
Essa melhora na disponibilidade dos parques eólicos foi particularmente impactante nos ativos incorporados da AES, que operavam abaixo de 80% antes da aquisição. Com investimentos em equipamentos, peças e a implementação de monitoramento em tempo real, a Auren elevou a disponibilidade desses ativos para 90,5% e projeta alcançar 95% até o final do ano, aproximando-se dos 96% de seus ativos pré-existentes.
Além disso, a integração tem gerado sinergias concretas. A companhia capturou R$ 56 milhões em sinergias de Pessoas, Materiais, Serviços e Operações (PMSO) no trimestre, somando-se aos R$ 43 milhões do quarto trimestre de 2023. A meta ambiciosa é atingir R$ 250 milhões em sinergias no primeiro ano pós-aquisição, o dobro da estimativa inicial. A criação da nova estrutura organizacional já foi concluída, e o foco atual está nas sinergias de sistemas de TI, com a expectativa de finalizar todas as integrações até setembro.
Comercialização e Gestão da Dívida
A área de comercialização também contribuiu significativamente, com um EBITDA de R$ 165 milhões, mais que o dobro do primeiro trimestre de 2023. Cerca de 36% desse resultado veio de operações de arbitragem entre os diferentes submercados, demonstrando a expertise da equipe na gestão de preços de energia.
Um dos pontos de maior atenção do mercado – a alavancagem – mostrou melhora. Com o aumento do EBITDA e a manutenção da dívida líquida em R$ 18,5 bilhões, a relação dívida líquida/EBITDA caiu de 5,7x no 4T23 para 5x no 1T24. A meta da Auren é reduzir a alavancagem para um patamar entre 3x e 3,5x EBITDA nos próximos 3 a 4 anos. A redução virá inicialmente do crescimento do EBITDA e, posteriormente, do fluxo de caixa livre positivo esperado após a conclusão do capex do parque eólico Cajuína III (R$ 750 milhões em dois anos).
Apesar da dívida líquida considerável, a Auren destaca que apenas 20% dela está atrelada ao CDI, enquanto 80% é IPCA+. Para a empresa, com seus contratos corrigidos pela inflação, essa estrutura IPCA+ funciona como uma dívida prefixada, protegendo a maior parte de seu endividamento contra o aumento da Taxa Selic. Recentemente, a Auren captou R$ 2 bilhões via debêntures, utilizando parte dos recursos e de caixa para pré-pagar 60% do empréstimo-ponte de R$ 5,4 bilhões da aquisição.
Visão de Futuro e Desalavancagem Natural
O CEO da Auren reitera a confiança na capacidade da companhia de reduzir a alavancagem naturalmente, sem a necessidade de follow-on ou aumento de capital que poderiam diluir a base acionária em um valuation deprimido (a ação AURE3 tem negociado abaixo dos patamares pré-aquisição na B3). Com forte geração de caixa (cerca de 50% de conversão de EBITDA em caixa) e energia já contratada para os próximos três anos, a Auren projeta um cenário de desalavancagem gradual impulsionado pela própria operação.
Os resultados do 1T24 mostram que a Auren Energia está no caminho certo para superar os desafios da integração e capitalizar as oportunidades criadas pela aquisição, fortalecendo sua posição como um player relevante e financeiramente sólido no mercado de energia brasileiro.
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