BBAS3: Lucro do Banco do Brasil Cai 60% no 2T25 e Fica Abaixo do Esperado. E Agora?

A temporada de balanços trouxe uma surpresa amarga para os investidores do Banco do Brasil (BBAS3). A instituição reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), uma queda expressiva de 60% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado não apenas acendeu um alerta, mas também ficou bem abaixo das projeções do mercado, que esperavam um lucro de R$ 4,99 bilhões, segundo o consenso da LSEG.
Desempenho do BBAS3 no 2T25: Os Números em Destaque
O balanço divulgado pelo banco na noite de quinta-feira (14) pintou um cenário desafiador. Além da forte queda anual, a comparação semestral também mostrou retração. Para entender o impacto completo, vamos detalhar os principais indicadores:
- Lucro Líquido Ajustado: R$ 3,8 bilhões (queda de 60% ano a ano).
- Resultado Semestral: R$ 11,2 bilhões no 1S25, uma retração de 40,7% frente aos R$ 18,8 bilhões do 1S24.
- Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): O indicador de rentabilidade ficou em 8,4% no trimestre.
- Carteira de Crédito Expandida: Cresceu 11,2% em um ano, atingindo R$ 1,24 trilhão, um sinal de que a operação comercial segue em expansão.
O Que Pressionou o Lucro do Banco do Brasil?
Dois fatores principais explicam a forte queda no lucro do BBAS3: o aumento das provisões para devedores duvidosos e o crescimento das despesas.
As perdas esperadas com empréstimos (provisão para inadimplência) dispararam 89,3% no primeiro semestre, totalizando R$ 31,6 bilhões. Esse aumento reflete, segundo o banco, uma deterioração principalmente na carteira de agronegócios e de Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs).
Além disso, as despesas administrativas subiram 4,7%, para R$ 9,7 bilhões, impulsionadas principalmente por maiores gastos com pessoal.
Estratégia e Visão de Futuro: A Resposta da Gestão
Apesar do resultado adverso, a presidenta do BB, Tarciana Medeiros, classificou 2025 como um “ano de ajuste para aceleração do crescimento”. Em comunicado, ela reforçou a projeção de lucro entre R$ 21 e 25 bilhões para o ano cheio e destacou os investimentos em tecnologia e relacionamento com o cliente.
“Tomamos ações imediatas que incluem a revisão dos fluxos de cobrança, priorização de desembolsos […] e o reforço do relacionamento cada vez mais próximo e resolutivo junto aos clientes”
Afirmou a companhia em comunicado oficial.
O ponto positivo do balanço foi o crescimento contínuo da carteira de crédito. Os empréstimos para pessoa física subiram 8%, para pessoa jurídica avançaram 14,7%, e a carteira de agronegócio, apesar da inadimplência, expandiu 8%, alcançando R$ 404,9 bilhões.
Para o investidor, o resultado do BBAS3 exige cautela. A queda no lucro foi significativa e a inadimplência é um ponto de atenção. No entanto, a expansão do crédito mostra resiliência operacional. Os próximos trimestres serão cruciais para avaliar se as medidas da gestão conseguirão reverter a tendência e colocar o banco de volta na rota de crescimento esperada pelo mercado. Para mais detalhes, os investidores podem consultar a íntegra dos resultados no site de Relações com Investidores do Banco do Brasil.
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