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CVM Acusa Ex-Diretor do Itaú em Grave Processo por Conflito de Interesses

CVM Acusa Ex-Diretor do Itaú em Grave Processo por Conflito de Interesses

temp_image_1757504297.397453 CVM Acusa Ex-Diretor do Itaú em Grave Processo por Conflito de Interesses

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CVM Intensa: Ex-Diretor do Itaú sob Foco em Processo Crucial por Conflito de Interesses

O mercado financeiro brasileiro está em alerta. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia reguladora, abriu um processo sancionador contra Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro do Itaú Unibanco, por alegado conflito de interesses. A investigação apura sua conduta na contratação de pareceres do contador Eliseu Martins e a controvertida acusação do banco de que Broedel receberia 40% dos pagamentos feitos à empresa de Martins.

Este caso lança luz sobre a importância da governança corporativa e a integridade no ambiente de negócios, especialmente em instituições de grande porte como o Itaú. A atuação da CVM, nesse contexto, reafirma seu papel fiscalizador e protetor do mercado de capitais.

A Linha Tênue do Conflito de Interesses na CVM

O processo, iniciado em 14 de agosto, já teve um parecer favorável da procuradoria federal especializada e culminou na notificação formal de Broedel em 4 de setembro. A CVM aponta para a possível infração ao artigo 156 da Lei nº 6.404/76, que rege as sociedades por ações (S.A.). Este artigo é claro ao determinar que um administrador não pode tomar decisões onde haja interesse conflitante com o da companhia.

A defesa do executivo, procurada recentemente, optou por não se manifestar sobre o assunto, que promete ser um dos mais comentados no setor nos próximos meses. Para mais informações sobre o papel da CVM, visite o site oficial da autarquia.

Denúncia do Itaú: Uma Investigação Interna Reveladora

O epicentro da apuração da CVM reside em uma investigação interna do Itaú. O banco alega ter recebido informações de que Broedel atuava como parecerista e consultor de mercado enquanto ainda ocupava uma posição de liderança na instituição, uma prática que violaria seu rigoroso código de ética. A investigação interna teria concluído que Broedel e Martins eram sócios desde 2012 em uma empresa cuja existência não foi informada ao banco.

Os detalhes se aprofundam: desde janeiro de 2019, empresas ligadas a Eliseu Martins (Care e Evam) teriam realizado 56 transferências para Broedel e sua empresa, Broedel Consultores. Dessas, 23 transferências, totalizando R$ 4,8 milhões, estariam diretamente ligadas a pagamentos feitos pelo Itaú. Com base nisso, o banco concluiu que Broedel teria uma participação de 40% nos valores que o Itaú pagava à Care – percentual explicitamente citado no processo da CVM contra ele.

A Resposta de Broedel e o Acordo de Eliseu Martins

Quando o Itaú anunciou o desligamento de Broedel, o executivo divulgou uma nota afirmando que sempre agiu de forma “ética e transparente” durante seus 12 anos no banco, algo, segundo ele, nunca contestado pelo Itaú. Ele também ressaltou a “rigorosa e abrangente estrutura de controle e compliance” do grupo financeiro.

Por outro lado, o contador Eliseu Martins, em maio, fechou um acordo judicial com o Itaú para encerrar um processo movido pelo banco. Martins, que era cobrado por pareceres contratados e não entregues, reconheceu ter mantido uma “sociedade de fato” com Broedel para a prestação de serviços e consultorias contábeis. “Preferi devolver o que me era devido e encerrar, aos 80 anos, essa maluquice”, afirmou Martins, comprometendo-se a pagar R$ 2,5 milhões para findar o caso e proteger seus filhos envolvidos.

CVM em Dupla Ação: Processos Administrativos

Vale ressaltar que este não é o único envolvimento da CVM no caso. Em dezembro do ano anterior, a autarquia já havia aberto um processo administrativo para apurar a forma como a denúncia do Itaú contra Broedel foi divulgada. Processos administrativos da CVM são etapas preliminares para coleta de informações, que podem ou não levar a uma acusação formal.

O processo iniciado em agosto contra Broedel, no entanto, é do tipo sancionador – o que significa que já há uma acusação formal e a possibilidade de aplicação de penalidades, reforçando a seriedade da situação e o escrutínio da CVM sobre as práticas no mercado financeiro.

O Que Esperar?

Este caso complexo da CVM com o ex-diretor do Itaú continuará a ser acompanhado de perto pelo mercado. A resolução não apenas impactará as partes envolvidas, mas também servirá como um importante precedente sobre os limites da conduta ética e os mecanismos de fiscalização em um dos maiores setores econômicos do Brasil.

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