Ferrovia Transnordestina Inicia Operações: Um Marco para o Agronegócio e o Desenvolvimento Regional

Ferrovia Transnordestina Inicia Operações: Um Marco para o Agronegócio e o Desenvolvimento Regional
Uma nova era para a logística do Nordeste começa agora! A tão esperada Ferrovia Transnordestina, um dos maiores projetos de infraestrutura do país, deu um passo decisivo rumo à sua plena operacionalização. Com a autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a ferrovia iniciou oficialmente o transporte comissionado de cargas, prometendo revolucionar o escoamento da produção e impulsionar a economia regional.
A Viagem Inaugural: Conectando Piauí e Ceará
O pontapé inicial desta fase histórica ocorreu com a partida do primeiro trem carregado com milho. Em 24 de outubro, às 10h, de Bela Vista, no Piauí, a locomotiva iniciou sua jornada rumo a Iguatu, no Ceará, com chegada prevista para o dia seguinte, 25 de outubro, também às 10h. Este trecho inaugural de 585 quilômetros conecta dois polos produtivos cruciais para o desenvolvimento do Nordeste.
A carga de milho, proveniente de Bom Jesus, no sul do Piauí – uma região estratégica do Matopiba (fronteira agrícola que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – é o símbolo do potencial que a Transnordestina trará. Em 20 vagões, cerca de 1 mil tonelada de grãos, entre milho e soja, serão transportados nesta primeira operação, volume que deve se tornar semanal conforme a demanda.
Impacto Econômico e Redução de Custos
O Terminal Logístico de Iguatu (TLI), um empreendimento privado dos empresários Eugênio Queiroz e José Renato Maia, será o ponto de descarga essencial para esta fase. Eugênio Queiroz, o primeiro comprador da carga, destaca o ganho de competitividade. “Esperamos dobrar essas demandas a partir da finalização do terminal em fevereiro [de 2026]. Queremos baratear o frete por saco de grãos, que hoje chega a R$ 18, para cerca de R$ 5 ou R$ 6”, afirmou ao Movimento Econômico.
Esta drástica redução nos custos de frete não apenas beneficiará produtores rurais, granjas e avicultores de Iguatu e região, mas também fortalecerá toda a cadeia do agronegócio local e regional. A chegada da Transnordestina é vista como um catalisador para a expansão de mercados e a melhoria da rentabilidade para o setor.
Terminais Estratégicos e Futuro Promissor
A operação de carregamento ocorre próximo ao futuro Terminal Intermodal de Cargas do Piauí (TIPI), infraestrutura própria da Transnordestina Logística S.A. (TLSA). Já o TLI em Iguatu, com expectativa de conclusão total até fevereiro de 2026, ampliará significativamente a capacidade de armazenamento e distribuição na região, solidificando o papel de Iguatu como um hub logístico vital.
Vozes que Celebram o Progresso
A importância deste marco foi ressaltada por autoridades presentes na cerimônia de lançamento. Os governadores Rafael Fonteles (Piauí) e Elmano de Freitas (Ceará), junto a outras figuras federais, estaduais e municipais, celebraram o início das operações.
“Com esse modal, nosso agronegócio, a mineração, a indústria e demais cadeias produtivas ganham competitividade real. Esse primeiro trem de milho marca não apenas o início de uma nova rota, mas o começo de um novo ciclo: melhor infraestrutura, menores custos, mais empregos e mais oportunidades para nossos municípios. O Piauí está pronto para aproveitar esse momento”, declarou o governador Rafael Fonteles.
O secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Domingos Filho, reiterou a visão estratégica: “Ao reduzir consideravelmente os custos logísticos, tem-se a oportunidade de criar condições favoráveis para o escoamento da produção, ampliando a competitividade entre setores e promovendo o crescimento equilibrado dos municípios, principalmente em relação ao MATOPIBA.”
A Transnordestina em Números e Perspectivas
Com um projeto total de 1.206 quilômetros, a Ferrovia Transnordestina já registra 78% de avanço físico na Fase 1, com 676 km concluídos e 280 km em obras, empregando mais de 4 mil trabalhadores diretos. A previsão é que a Fase 1 seja concluída até 2027, conectando-se ao Porto do Pecém (CE), um dos principais complexos portuários do país. A Fase 2, com 151 quilômetros adicionais no Piauí, deve ser retomada no primeiro semestre de 2026, com conclusão antecipada para 2028.
A expectativa é grandiosa: o Porto do Pecém prevê movimentar cerca de 6 milhões de toneladas pela ferrovia somente no primeiro ano de operação plena, demonstrando o gigantesco potencial da infraestrutura que está sendo construída.
Conclusão: Um Horizonte de Oportunidades para o Nordeste
O início das operações da Ferrovia Transnordestina é muito mais do que a movimentação de um trem de cargas; é a materialização de um sonho de desenvolvimento, competitividade e integração para o Nordeste brasileiro. Com a redução dos custos logísticos, o fortalecimento do agronegócio e a geração de empregos, a Transnordestina se posiciona como um pilar fundamental para um futuro de prosperidade e crescimento sustentável na região. Este é o começo de um novo ciclo, onde a conectividade e a eficiência impulsionam todo um ecossistema econômico.
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