Greve Correios: Proposta Polêmica de Redução Salarial Agita Funcionários

Os Correios, buscando reverter um cenário financeiro desafiador, anunciaram recentemente um pacote de medidas drásticas. Entre elas, uma proposta que gerou grande apreensão entre os colaboradores e colocou a possibilidade de uma greve dos Correios em pauta: a redução da jornada de trabalho atrelada a um corte significativo no salário base.

Entenda a Proposta Polêmica que Pode Mudar o Salário dos Funcionários

A empresa, que enfrentou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões no ano anterior, divulgou internamente um plano visando estancar as perdas e otimizar operações. Um dos pilares desse plano é o incentivo à redução voluntária da jornada, passando de 8 horas diárias (44 horas semanais) para 6 horas diárias (34 horas semanais).

Apesar de apresentada como voluntária, a adesão a essa nova carga horária implicaria, segundo cálculos baseados em dados da própria empresa, em uma diminuição de até 29,4% no salário base dos funcionários que optarem por ela.

O Impacto Direto nos Salários

Com base nos dados de remuneração atualizados, abrangendo mais de 87 mil servidores de níveis médio e superior (analistas, agentes, técnicos, especialistas em saúde e carteiros), a redução da jornada teria um impacto financeiro considerável.

Considerando a base salarial total mensal desses funcionários, que soma cerca de R$ 344,7 milhões no regime de 8 horas, a adesão em massa à jornada de 6 horas reduziria esse valor para aproximadamente R$ 266,4 milhões. Essa diferença representa uma economia potencial de cerca de R$ 78,3 milhões por mês para os Correios.

Projetando para um ano, a economia na base salarial dos funcionários que aderissem à redução de jornada poderia atingir impressionantes R$ 940 milhões. Esses números revelam a magnitude da proposta e o motivo da inquietação entre os funcionários Correios.

Outras Medidas no Pacote Anticrise dos Correios

A proposta de redução salarial não é a única iniciativa dos Correios para reverter o quadro financeiro. O pacote completo de medidas, buscando gerar uma economia estimada de R$ 1,5 bilhão apenas em 2025, inclui:

• Revisão e redução de pelo menos 20% no orçamento de funções comissionadas na Sede.
• Suspensão temporária de férias a partir de junho de 2025 (com retorno em janeiro de 2026).
• Prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário (PDV).
• Incentivo à transferência voluntária e temporária de agentes de correios.
• Retorno obrigatório ao regime de trabalho presencial para a maioria dos empregados a partir de junho de 2025.
• Lançamento de novos formatos de planos de saúde com economia estimada de 30%.
• Lançamento de um marketplace próprio ainda em 2025.
• Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB) para investimentos.

Além dos cortes, a empresa visa aumentar o lucro com operações, focando em:

• Expansão em segmentos como internacional e encomendas, com novas políticas e atuação comercial.
• Desenvolvimento de soluções para o setor público (logística, mensagens, e-commerce).
• Expansão e incentivo a clientes de pequeno e médio portes e vendedores de e-commerce.
• Rentabilização dos canais físicos e ampliação de produtos/serviços de terceiros no varejo.

O Risco de Greve e o Futuro dos Serviços

Ainda que os Correios não tenham detalhado por quanto tempo as novas políticas vigorarão, a magnitude da redução de **salário Correios** proposta para a jornada reduzida é o ponto de maior atrito. A medida gera incerteza e apreensão entre os trabalhadores, reacendendo discussões sobre a possibilidade de mobilização e paralisação.

A resposta dos sindicatos e a adesão (ou não) dos funcionários às medidas propostas serão determinantes para o futuro imediato da empresa e a continuidade dos serviços. A ameaça de uma nova greve nos Correios paira no ar enquanto os trabalhadores avaliam o impacto das mudanças em suas vidas financeiras e profissionais.

Para mais informações sobre os serviços e a estrutura dos Correios, visite o site oficial dos Correios.