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Investimento em Choque: COEs de Ambipar e Braskem via XP e BTG Geram Prejuízos Avassaladores

Investimento em Choque: COEs de Ambipar e Braskem via XP e BTG Geram Prejuízos Avassaladores

temp_image_1759976105.455343 Investimento em Choque: COEs de Ambipar e Braskem via XP e BTG Geram Prejuízos Avassaladores

Investimento em Choque: COEs de Ambipar e Braskem via XP e BTG Geram Prejuízos Avassaladores

A recente notícia de perdas impactantes para investidores em Certificados de Operações Estruturadas (COEs) ligados a títulos de dívida da Ambipar e Braskem acendeu um alerta no mercado financeiro brasileiro. Distribuídos por grandes players como a XP Investimentos e o BTG Pactual, esses investimentos resultaram em prejuízos que, em alguns casos, alcançaram impressionantes 93% do valor aportado. Mas, o que realmente aconteceu e como você pode se proteger de situações semelhantes?

O Epicentro da Crise: COEs e o Risco de Crédito

Para entender a magnitude dessas perdas financeiras, é fundamental compreender o que são os COEs. Em sua essência, são investimentos que combinam diversos ativos financeiros (ações, moedas, índices) em uma única “embalagem”, com riscos e potenciais retornos predefinidos. No entanto, os casos de Ambipar e Braskem envolviam COEs de crédito, ou seja, estruturados a partir de títulos de dívida emitidos por essas próprias empresas.

Quando a saúde financeira do emissor se deteriora, o valor desses títulos no mercado despenca, levando a perdas significativas para quem investiu nos COEs. É como comprar uma garantia de um banco que está prestes a falir: a garantia perde seu valor.

O Cenário da Ambipar: Recuperação Judicial e Queda dos Ativos

A Ambipar, empresa de gestão de resíduos, gerou pânico ao sinalizar a preparação de um pedido de recuperação judicial. Essa perspectiva fez com que o valor de seus papéis despencasse, ativando cláusulas de vencimento antecipado nos COEs Ambipar a ela vinculados. O resultado? Muitos investidores resgataram apenas 6,88% do valor investido – uma perda esmagadora.

Os Desafios da Braskem: Endividamento e Rebaixamento de Rating

A situação da Braskem também não foi menos turbulenta. O saque de US$ 1 bilhão de uma linha de crédito e o rebaixamento de sua nota de crédito por agências de classificação de risco levantaram dúvidas sobre sua capacidade de honrar dívidas futuras. Tais eventos também impactaram a cotação de seus ativos, disparando os “gatilhos” dos COEs e causando perdas expressivas.

O Mito do “Capital Protegido”: Uma Armadilha Para o Investidor

Um dos pontos mais polêmicos, e que gerou grande confusão entre os investidores, foi a ideia de “capital protegido”. Muitos COEs são comercializados com essa promessa, mas, como o especialista em investimentos Jeff Patzlaff explica, essa proteção está intrinsecamente ligada à solidez financeira do emissor e às condições contratuais.

“Mesmo que o produto prometa proteção, se quem garante essa proteção não conseguir cumprir, por exemplo, um problema de crédito do emissor do COE, o investidor pode ter perda,” alerta Patzlaff.

Isso significa que, se a empresa emissora do título que lastreia o COE enfrenta problemas, a “proteção” pode não valer de nada, expondo o investidor a perdas parciais ou totais. A falta de clareza sobre essas nuances é um grave problema apontado por especialistas, como o advogado Marcus Valverde, que sugere uma revisão das regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para COEs.

FGC: Onde Está a Proteção?

Outro fator crucial que muitos investidores desconhecem é que os COEs não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Ao contrário de produtos como CDBs ou poupança, não há um mecanismo externo para resgatar o valor investido em caso de inadimplência. Isso eleva significativamente o risco, deixando o investidor completamente exposto.

Como Evitar Prejuízos e Investir com Segurança?

Diante desse cenário, a educação financeira e a transparência se tornam pilares inegociáveis. Para quem considera investir em COEs, especialmente os de crédito, é vital:

  • Exigir Transparência: Peça ao seu assessor de investimentos informações detalhadas sobre as cláusulas de vencimento antecipado, os cenários de risco de crédito e o valor de recuperação em situações desfavoráveis.
  • Compreender os Gatilhos: Entenda o que pode acionar o vencimento antecipado do COE (queda de preço, inadimplência da empresa, etc.).
  • Analisar o Emissor: Pesquise a saúde financeira da empresa que lastreia o COE.
  • Atenção ao Perfil de Risco: Certifique-se de que o produto está alinhado ao seu perfil de investidor e seus objetivos.
  • Busque Fontes Independentes: Não confie apenas na informação do distribuidor. Consulte relatórios de risco e análises de entidades independentes.

Eduardo Silva, presidente do Instituto Empresa (IE), reforça a necessidade de “reforçar as normas que asseguram que o investimento esteja alinhado ao perfil de cada cliente, além de exigir relatórios de risco mais objetivos e auditorias feitas por entidades independentes.”

O Crescimento dos COEs e a Necessidade de Cautela

Apesar dos recentes reveses, o volume de COEs negociados no Brasil continua em alta, atingindo R$ 90 bilhões em 2024. Isso sublinha a importância de uma maior conscientização e rigor na oferta desses produtos. Investir no mercado financeiro exige conhecimento e prudência, especialmente em produtos mais complexos como os Certificados de Operações Estruturadas.

Não se deixe levar apenas pela promessa de altos retornos ou “capital protegido”. A verdadeira proteção vem da informação, da compreensão dos riscos e de um diálogo aberto e honesto com seu planejador financeiro.

Links Úteis para aprofundar seu conhecimento:

Fique atento, questione e invista com sabedoria para proteger seu patrimônio!

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