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Resultado do Banco do Brasil (BBAS3) Decepciona Mercado no 1T24 e Suspende Guidance

Resultado do Banco do Brasil (BBAS3) Decepciona Mercado no 1T24 e Suspende Guidance

temp_image_1747404031.291659 Resultado do Banco do Brasil (BBAS3) Decepciona Mercado no 1T24 e Suspende Guidance

Banco do Brasil (BBAS3) Reporta Lucro Abaixo do Esperado no 1T24 e Suspende Guidance

O Banco do Brasil (BBAS3) surpreendeu negativamente o mercado financeiro ao divulgar seus resultados do primeiro trimestre de 2024. O banco reportou um lucro líquido significativamente abaixo das expectativas, levando à suspensão de seu guidance de lucro para o ano, anunciado há apenas três meses.

O lucro líquido alcançou R$ 7,4 bilhões, representando uma queda expressiva de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior e 23% na comparação com o quarto trimestre de 2023. Este número ficou aquém do consenso dos analistas, que esperavam algo em torno de R$ 9 bilhões.

O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) do banco também refletiu a desaceleração, caindo para 16,7%, uma redução de 5 pontos percentuais frente aos 21,7% registrados no primeiro trimestre de 2023 e inferior aos 20,8% do trimestre anterior. Analistas do Itaú BBA destacaram que o resultado poderia ter sido ainda pior, não fosse uma alíquota de Imposto de Renda mais baixa no trimestre (4% vs. 16% no 4T23).

O Que Puxou os Resultados para Baixo?

Segundo o Itaú BBA, a performance mais fraca se deu em praticamente todas as linhas de receita. O principal fator apontado foi a Margem Financeira com Clientes (NII), que recuou 11% na comparação trimestral. Contudo, a situação é mais complexa e estrutural:

  • Agronegócio: O BB tem sido particularmente impactado pelo aumento das recuperações judiciais e pela inadimplência no setor do agronegócio. Apesar do banco sempre sinalizar uma melhora em breve, um analista ouvido pelo mercado observa que essa recuperação ainda não se concretizou. A inadimplência na carteira de agronegócio atingiu 3,04% no trimestre.
  • Nova Regulação (CMN 4.966/2021): A resolução do Conselho Monetário Nacional, que obriga os bancos a provisionar por “perda esperada” e impacta o reconhecimento de receita em ativos problemáticos renegociados, teve um peso maior para o Banco do Brasil. Enquanto outros bancos, com visão mais conservadora, sentiram menos o efeito, o BB teve um impacto mais significativo na necessidade de provisionamento. Para mais detalhes sobre normativos financeiros, consulte o site do Banco Central do Brasil.

A própria administração do Banco do Brasil admitiu ter sido pega de surpresa pelo resultado, colocando “em revisão” suas projeções para margem financeira bruta, custo de crédito e lucro líquido ajustado.

Impacto nas Ações BBAS3 e Perspectivas

Com a divulgação do resultado abaixo das expectativas e a revisão do guidance, a expectativa do mercado é de uma reação negativa para as ações BBAS3 no próximo pregão. Analistas projetam uma queda entre 10% e 15% no preço do papel. Contudo, a desvalorização pode ser contida pelo valuation atrativo do banco, que negocia a cerca de 4x seu lucro esperado para este ano.

Apesar dos desafios do trimestre, as ações do BB ainda apresentam uma performance positiva no acumulado do ano, com alta de 23%. No entanto, esse desempenho fica atrás de seus principais pares privados, como Itaú e Bradesco, que valorizaram cerca de 35% no mesmo período.

Atualmente, o Banco do Brasil possui um valor de mercado de R$ 168 bilhões na Bolsa de Valores. Para acompanhar a cotação e informações de BBAS3, visite o site da B3.

O mercado agora aguarda os próximos passos do Banco do Brasil e novas sinalizações sobre a recuperação das carteiras de crédito problemáticas e o impacto futuro da regulação para reavaliar o potencial das ações BBAS3.

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