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Truss: Lições da Crise Britânica para a Política Econômica Americana

Truss: Lições da Crise Britânica para a Política Econômica Americana

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Mercados em Alerta: A Lição de Liz Truss para Trump e a Economia Americana

Os mercados financeiros globais estão sempre atentos a sinais de instabilidade econômica, e a recente crise no Reino Unido sob o governo de Liz Truss serve como um alerta para outras nações, incluindo os Estados Unidos. A questão central é: o que podemos aprender com a breve e turbulenta passagem de Truss pelo poder e como isso se aplica à política econômica de Donald Trump?

O Paralelo Inesperado

Assim como Trump, Truss desafiou a ortodoxia econômica, propondo cortes de impostos massivos sem um plano claro de financiamento. Essa abordagem causou pânico nos mercados, levando a uma queda acentuada nos títulos do governo britânico e forçando o Banco da Inglaterra a intervir para evitar um colapso do sistema financeiro. A turbulência resultou na renúncia de Truss, marcando o fim de um governo que durou menos tempo do que a decomposição de uma alface, como ironizaram alguns jornais.

A Política de Trump e os Mercados

Trump também implementou políticas que geraram incerteza e volatilidade nos mercados, principalmente através da imposição de tarifas comerciais. Embora ele argumente que as tarifas são uma ferramenta para proteger a indústria americana e fortalecer a economia, muitos economistas e empresas alertam que elas elevam os custos para os consumidores e prejudicam o comércio internacional.

Analistas financeiros como Ross Mayfield, da Baird, acreditam que há um limite para a tolerância de Trump em relação à turbulência do mercado. “Há muita riqueza privada investida no mercado de ações para que não haja um ponto” além do qual Trump se sinta obrigado a mudar de rumo nas tarifas, diz Mayfield.

Recessão à Vista?

O impacto das políticas de Trump já está sendo sentido na economia americana. Empresas como Target e Kohl’s relatam que a incerteza em torno das tarifas está afetando o comportamento dos consumidores. Além disso, o Goldman Sachs aumentou a probabilidade de uma recessão nos EUA nos próximos 12 meses para 20%, enquanto o JPMorgan elevou essa probabilidade para 40%.

Lições da Crise Britânica

A crise de Truss nos ensina que os mercados financeiros podem ser implacáveis com políticas econômicas consideradas insustentáveis. Ignorar os sinais de alerta e insistir em medidas que prejudicam a confiança dos investidores pode ter consequências desastrosas.

É importante ressaltar que Trump, como Truss, já recuou em algumas de suas medidas mais radicais, como a tarifa de 60% sobre todas as importações da China. Isso sugere que ele está ciente dos riscos de uma política econômica excessivamente agressiva.

O Futuro da Economia Americana

O futuro da economia americana dependerá da capacidade de Trump de encontrar um equilíbrio entre suas promessas de campanha e a necessidade de manter a estabilidade dos mercados financeiros. Como afirma Jack Ablin, da Cresset Capital, o mercado de ações será o “árbitro final” das políticas econômicas de Trump, pois influencia diretamente o consumo e o sentimento dos investidores.

Em última análise, a lição de Liz Truss é clara: ignorar os mercados financeiros é uma aposta arriscada que pode custar caro. Resta saber se Trump aprenderá com essa lição e ajustará sua política econômica para evitar uma crise semelhante nos Estados Unidos.


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