
Acareação Mauro Cid e Braga Netto: Contradições Explosivas Reveladas pelo STF

Acareação Mauro Cid e Braga Netto: Contradições Explosivas Reveladas pelo STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou público nesta quinta-feira o conteúdo explosivo da acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro Walter Braga Netto.
O encontro, que também envolveu depoimentos de Anderson Torres e Freire Gomes, teve seu ponto central no tenso embate entre Mauro Cid e Braga Netto sobre um suposto esquema de repasse de dinheiro vivo destinado, alegadamente, ao financiamento de ações de cunho golpista.
O Ponto da Contradição: Dinheiro para Ações Golpistas?
A defesa de Braga Netto colocou em xeque Mauro Cid a respeito de um alegado financiamento do Partido Liberal (PL) ou de outra fonte para sustentar atividades ilícitas. Foi neste ponto crucial que a ata divulgada pelo STF aponta uma clara contradição nas declarações de Cid.
Inicialmente, em seu depoimento, Mauro Cid relatou ter sido direcionado por Braga Netto ao coronel Azevedo, identificado como tesoureiro do PL. Este, por sua vez, teria informado a Cid sobre a impossibilidade de o partido fornecer a quantia solicitada.
Segundo a primeira versão apresentada por Cid, Braga Netto teria então afirmado que buscaria obter o dinheiro por “outra forma”.
Versões em Confronto Direto na Acareação
Entretanto, em outro momento da acareação, Mauro Cid reafirmou o que já havia declarado em sua delação premiada: que Braga Netto, pessoalmente, teria lhe entregue uma quantia em dinheiro vivo dentro de uma sacola de vinho, no Palácio do Planalto.
A versão de Walter Braga Netto difere radicalmente e cria o impasse central. O general afirmou categoricamente que, após a negativa do tesoureiro do PL, o assunto do dinheiro não foi mais tratado com Cid e que ele “jamais” entregou qualquer quantia ao ex-ajudante de ordens.
O próprio documento do STF destaca a divergência textual entre os depoimentos:
“Que indagados pelo Min Relator ambos os réus reafirmaram que conversaram sobre a possibilidade de pedir recursos ao PL, por iniciativa do réu colaborador Mauro CID, que procurou o réu Braga Netto. O réu Braga Netto direcionou o réu colaborador para conversar com o então tesoureiro do PL, o Cel Azevedo, que informou da impossibilidade do PL fornecer qualquer quantia. Após esse fato, a contradição entre os réus permanece, uma vez que, o réu colaborador reafirma que o réu Braga Netto lhe disse que tentaria obter essa quantia de outro modo em que, posteriormente, teria entregue determinada quantia em dinheiro dentro de uma sacola de vinhos no palácio do Alvorada. Por sua vez, o réu Braga Netto reafirma que, após a negativa do tesoureiro do PL não tratou mais desse assunto e que jamais entregou qualquer quantia em dinheiro para o réu colaborador”
Contexto e Participantes
A tensa sessão de acareação foi conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. Contou também com a presença do ministro Luiz Fux e do chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet.
Todos os envolvidos, incluindo Mauro Cid e Braga Netto, estiveram acompanhados de seus respectivos advogados, garantindo o direito à ampla defesa durante o procedimento legal.
A divulgação deste material pelo STF joga mais luz sobre os pontos de tensão e as narrativas conflitantes presentes na investigação que apura diversas ações ilícitas relacionadas aos eventos de 2023.
Saiba Mais
- Acompanhe as últimas notícias sobre política no Brasil
- Visite o site oficial do Supremo Tribunal Federal (STF)
- Leia mais sobre investigações e poder na Folha de S.Paulo
Este conteúdo é baseado na ata da acareação divulgada publicamente pelo STF e em relatos da imprensa sobre o documento.
Compartilhar: