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Acidente Avião Voepass: Falha de Degelo Foi Omitida? Revelação Chocante de Ex-Funcionário

Acidente Avião Voepass: Falha de Degelo Foi Omitida? Revelação Chocante de Ex-Funcionário

temp_image_1754200755.120632 Acidente Avião Voepass: Falha de Degelo Foi Omitida? Revelação Chocante de Ex-Funcionário

A tragédia com o avião da Voepass que chocou o Brasil pode ter um novo e alarmante capítulo. Uma revelação exclusiva de um ex-funcionário da companhia aérea sugere que o desastre, que vitimou 62 pessoas em Vinhedo (SP), poderia ter sido evitado. Segundo a testemunha, uma falha crítica no sistema de degelo da aeronave foi comunicada verbalmente por um piloto na noite anterior ao acidente, mas perigosamente omitida dos registros oficiais de manutenção.

A Revelação Bombástica: Uma Falha Ignorada

O coração da investigação sobre o acidente da Voepass pode estar em um alerta que nunca foi formalizado. Um ex-mecânico da empresa, em depoimento exclusivo, afirmou que o piloto que operou o avião ATR 72-500 na noite anterior à queda relatou um problema grave: o sistema de proteção contra gelo (airframe de-icing) estava desarmando sozinho.

“Foi alegado que ela tinha apresentado o airframe [fault] durante o voo. E ela estava desarmando sozinha. Ele acionava [o sistema] e ela desarmava. Coisa que não poderia acontecer.”

Ex-funcionário da Voepass em depoimento

Essa informação, crucial para a segurança do voo, nunca chegou ao Diário de Bordo Técnico (TLB), o documento sagrado da aviação que registra todas as ocorrências mecânicas. Sem esse registro, a equipe de manutenção da madrugada ficou de mãos atadas, impedida de investigar e corrigir a pane antes da decolagem fatal para Cascavel (PR).

Por que a Omissão no Diário de Bordo é tão Grave?

O Diário de Bordo Técnico (TLB) é o principal canal de comunicação entre a tripulação de voo e a equipe de manutenção. Qualquer falha, por menor que pareça, deve ser registrada. A ausência de um relato formal sobre o problema no sistema de degelo significou, na prática, que para a empresa, a aeronave estava 100% apta a voar. A liderança do hangar, segundo a testemunha, seguiu o protocolo à risca: “Se não está no livro, não há pane”.

O Papel Crucial (e Falho) do Sistema de Degelo no Acidente da Voepass

Voar em condições de formação de gelo é um dos maiores desafios da aviação. O acúmulo de gelo nas asas e em outras superfícies altera a aerodinâmica do avião, aumentando o peso e reduzindo drasticamente a capacidade de sustentação. É por isso que aeronaves como o ATR 72-500 são equipadas com sistemas de degelo.

Dados da caixa-preta do avião da Voepass já revelaram um fato assustador: durante o voo, os pilotos tentaram acionar o sistema de degelo por três vezes. A suspeita dos investigadores é que, conforme o alerta do piloto na noite anterior, o sistema simplesmente não funcionou. Dois minutos antes da queda, a gravação de voz captou a frase do copiloto: “bastante gelo”.

  • Regulamentação: O Regulamento Brasileiro da Aviação Civil (RBAC 121) proíbe o despacho de voos para áreas com previsão de gelo se os equipamentos de proteção não estiverem funcionando perfeitamente.
  • Risco Conhecido: O manual do próprio fabricante alerta para o risco de perda de sustentação e rotação da aeronave sob condições severas de gelo.

Uma Cultura de Risco? Pressão por Voos e Manutenção Adiada

O depoimento do ex-funcionário lança luz sobre um ambiente de suposta pressão interna para manter as aeronaves voando a todo custo. Ele relata que era comum adiar manutenções não críticas e que a diretoria pressionava para que os aviões não ficassem parados no hangar, pois “aeronave parada era prejuízo”.

Além disso, a aeronave acidentada, apelidada de “Papa Bravo”, já tinha um histórico de problemas. Voava frequentemente com uma longa lista de manutenções pendentes (Ações Corretivas Retardadas – ACR) e já havia registrado incidentes anteriores, como um “tail-strike” (quando a cauda raspa na pista) e problemas de despressurização que deixaram a tripulação apreensiva.

Investigações em Andamento: O Que Dizem as Autoridades

O acidente com o avião da Voepass está sendo rigorosamente investigado por três frentes principais:

  • CENIPA: O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos foca em identificar as causas para prevenir futuras tragédias. O relatório preliminar já apontou os alertas de gelo e as tentativas de acionamento do sistema.
  • Polícia Federal: Investiga a responsabilidade criminal, buscando entender se houve negligência, imprudência ou imperícia por parte de indivíduos ou da empresa.
  • ANAC: A Agência Nacional de Aviação Civil fiscaliza o cumprimento das normas de segurança. A agência afirma que a aeronave estava com a documentação de aeronavegabilidade em dia no momento do acidente.

Posicionamento da Voepass

Em nota, a Voepass lamentou profundamente a tragédia, afirmando ser o episódio mais difícil de sua história. A empresa reforçou que a segurança sempre foi sua prioridade máxima e que está colaborando de forma transparente com todas as investigações em andamento, além de prestar apoio integral às famílias das vítimas.

A revelação do ex-funcionário adiciona uma camada complexa à investigação, levantando questões críticas sobre a cultura de segurança e os procedimentos que antecederam o voo 2283. A busca por respostas continua, sendo fundamental para honrar a memória das vítimas e garantir que uma tragédia como essa nunca mais se repita na aviação brasileira.

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