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Acidente Avião Voepass: O Silêncio no Cockpit – Áudios Revelam os Minutos Finais do Voo 2283

Acidente Avião Voepass: O Silêncio no Cockpit – Áudios Revelam os Minutos Finais do Voo 2283

temp_image_1754256858.136444 Acidente Avião Voepass: O Silêncio no Cockpit – Áudios Revelam os Minutos Finais do Voo 2283

O acidente com o avião da Voepass, que resultou na trágica morte de 62 pessoas em Vinhedo (SP), continua a ser um dos maiores mistérios da aviação brasileira recente. Novos áudios, revelando as últimas comunicações entre os pilotos do voo 2283 e o controle de tráfego aéreo, adicionam uma camada de complexidade ao caso: enquanto a cabine recebia múltiplos alertas críticos, a comunicação externa permanecia surpreendentemente calma e protocolar.

O Enigma do Silêncio: O Que os Áudios Revelam?

Gravações inéditas obtidas pela imprensa mostram a troca de mensagens padrão entre a tripulação e a torre de controle de São Paulo. Em nenhum momento, os pilotos do ATR 72-500 reportaram qualquer emergência, pane ou condição adversa. A voz era tranquila, seguindo os procedimentos rotineiros de aproximação.

A comunicação, focada em ajustes de frequência e altitude, contrasta brutalmente com os dados da caixa-preta, que indicavam uma batalha silenciosa sendo travada dentro do cockpit. Veja um trecho crucial da comunicação:

13h18min21s
Piloto: “Ponto ideal de descida, o Passaredo 2283.”
Controle: “Passaredo 2283, mantenha nível 170 [altitude de 5 mil metros].”
Piloto: “Mantendo nível 170, Passaredo 2283.”

O que torna esse diálogo arrepiante é o que acontecia simultaneamente dentro da aeronave. Segundos depois, o painel emitiria um alerta grave de perda de velocidade, mas esse fato jamais foi comunicado à torre.

A Batalha Contra o Gelo: Cronologia da Tragédia

Enquanto a comunicação externa era normal, a caixa-preta registrava uma sequência de eventos alarmantes. A investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) aponta para o acúmulo de gelo como um fator crítico. A aeronave estava, literalmente, perdendo sua capacidade de voar.

  • 13h17min: O detector de gelo acende no painel. O copiloto, neste momento, conversava com a comissária sobre detalhes operacionais.
  • 13h18min: Um alerta de “CRUISE SPEED LOW” soa, indicando que o gelo impedia o avião de manter a velocidade programada.
  • 13h19min: O alerta se agrava para “DEGRADED PERFORMANCE”. A performance do avião estava oficialmente comprometida pelo gelo.
  • 13h20min: O copiloto comenta com o comandante: “bastante gelo”. Apenas cinco segundos depois, eles acionam o sistema de degelo.
  • 13h21min09s: O controle da aeronave é perdido.
  • 13h22min30s: O avião colide com o solo em Vinhedo.

Falha na Manutenção: Uma Revelação Bombástica

Para agravar a situação, uma reportagem exclusiva trouxe o depoimento de um ex-funcionário que revelou uma suposta falha no sistema de degelo do avião, detectada horas antes da decolagem. Segundo a testemunha, o problema teria sido omitido do diário de bordo por ordens da liderança da manutenção, uma acusação gravíssima que coloca em xeque os protocolos de segurança da companhia.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Polícia Federal seguem investigando todas as facetas do acidente, desde as decisões dos pilotos até as possíveis falhas de procedimento em solo.

O que diz a Voepass?

Em nota oficial, a Voepass classificou o acidente como “o episódio mais difícil” de sua história e afirmou estar colaborando com as investigações e prestando suporte às famílias das vítimas. A companhia reiterou que sempre cumpriu com as rigorosas exigências de segurança e que sua frota estava “aeronavegável e apta a realizar voos”.

O relatório final do Cenipa, aguardado para o final de 2025, será decisivo para esclarecer as causas que levaram ao silêncio no cockpit e à queda do voo 2283, uma tragédia que marcou para sempre a aviação nacional.

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