Alerta na Guatemala: Vulcão Fuego Entra em Erupção Massiva e Causa Evacuações Urgentes

A Guatemala está novamente sob o olhar atento do mundo, com o Vulcão Fuego, considerado o mais ativo de toda a América Central, entrando em um novo ciclo de erupção. A intensa atividade sísmica e vulcânica forçou as autoridades a iniciarem evacuações preventivas, reacendendo a memória da trágica erupção de 2018.

A Escalada da Atividade Vulcânica

Relatos do Instituto de Vulcanologia Guatemalteco (Insivumeh) confirmam a magnitude do evento. Colunas de fumaça e cinzas atingiram impressionantes 7 mil metros de altura, obscurecendo o céu sobre a região. Um fluxo de lava, estendendo-se por cerca de 1,2 km, serpenteia pela encosta, criando um espetáculo perigoso e hipnotizante. O Insivumeh alertou para a instabilidade do material acumulado próximo à cratera, que pode desabar e gerar fluxos piroclásticos – avalanches mortais de gás quente, cinzas e rochas.

Em resposta, a Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), a agência de defesa civil do país, elevou o nível de alerta para laranja, indicando perigo iminente e a necessidade de medidas urgentes.

O Drama da Evacuação

Cerca de 800 moradores de comunidades localizadas nas províncias de Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez – que compartilham o território do vulcão – foram retirados de suas casas e levados para abrigos temporários. Cenas de apreensão marcaram a retirada, com famílias embarcando em ônibus sob a chuva de cinzas que caía do céu. A decisão de evacuar foi rápida e baseada no medo justificado de uma repetição da tragédia.

“Preferimos sair do que depois lamentar a morte de todas as pessoas da aldeia”, disse Celsa Pérez, de 25 anos, à agência AFP, ilustrando a urgência da situação. Ela e sua família foram um dos muitos grupos levados para abrigos, agindo prontamente ao som dos sinos que sinalizavam a ordem de evacuação em sua comunidade.

Impactos e Medidas Oficiais

Além das evacuações, a erupção do Vulcão Fuego já causa transtornos na rotina da região. O governo guatemalteco suspendeu as aulas em 43 centros educativos nos departamentos afetados para garantir a segurança de estudantes e professores. Uma estrada crucial que margeia o vulcão, conectando o sul do país à histórica cidade de Antigua Guatemala (Patrimônio Cultural da Humanidade), foi fechada preventivamente devido ao risco de queda de material e fluxos piroclásticos.

Um Histórico de Atividade e Perigo

A erupção atual serve como um lembrete sombrio do potencial destrutivo do Fuego. Em 2018, uma erupção devastadora resultou em 215 mortos e dezenas de desaparecidos, após fluxos piroclásticos arrasarem comunidades inteiras. Embora o vulcão estivesse dentro de “parâmetros normais” com explosões fracas e moderadas antes deste aumento de atividade (a última erupção significativa havia sido em março, causando uma evacuação temporária de mil pessoas), sua história é marcada por eventos violentos, como a erupção de 1932, cujas cinzas alcançaram países vizinhos como El Salvador e Honduras.

O Fuego é apenas um dos três vulcões ativos na Guatemala, juntamente com o Pacaya e o Santiaguito, consolidando o país como uma das regiões mais vulcanicamente ativas da América Central.

Monitoramento Contínuo

As autoridades seguem monitorando de perto a evolução da erupção. Embora haja expectativa de que a atividade possa diminuir nas próximas horas, o alerta permanece, e as medidas preventivas estão em vigor para proteger as vidas e propriedades das comunidades vizinhas a este gigante adormecido – e agora despertado – da natureza.