Ataque Ucraniano com Drones: Kiev Responde à Ofensiva Russa em Meio a Negociações de Paz

Em um cenário de tensão crescente que precede uma nova rodada de negociações de paz, a guerra na Ucrânia testemunhou uma escalada significativa de hostilidades. A Rússia lançou o que as autoridades ucranianas descreveram como o maior ataque com drones contra o país desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

Ofensiva Russa Massiva e Suas Consequências

Segundo relatos da Força Aérea ucraniana, a investida russa envolveu o lançamento de 472 drones e sete mísseis. A defesa aérea de Kiev afirmou ter conseguido neutralizar uma vasta quantidade desses artefatos, totalizando 385 drones abatidos.

Paralelamente a este ataque em larga escala com drones, as forças russas também realizaram um ataque de mísseis devastador contra uma unidade de treinamento ucraniana. Este incidente resultou na trágica morte de pelo menos 12 militares ucranianos e deixou mais de 60 feridos. Em resposta direta a essa tragédia e assumindo “senso pessoal de responsabilidade”, o comandante das forças terrestres da Ucrânia, Mykhailo Drapaty, apresentou seu pedido de demissão.

A Resposta de Kiev: Ataque Ucraniano com Drones em Território Russo

Em um movimento estratégico que destaca a capacidade de projeção de força ucraniana para além da linha de frente, Kiev também realizou uma operação de drones de longo alcance. O Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) reivindicou a autoria de ataques aéreos executados por drones ucranianos contra bases aéreas militares em território russo.

As bases alvo incluíram: Belaya (Sibéria), Olenya (Ártico), Ivanovo e Diaguilevo, localizadas a milhares de quilômetros da zona de combate. Segundo informações de Kiev, estes ataques causaram danos a mais de 40 aeronaves russas, representando um prejuízo estimado em cerca de US$ 2 bilhões para Moscou. Este ataque ucraniano com drones demonstra a crescente assimetria do conflito e a capacidade da Ucrânia de atingir alvos estratégicos em profundidade.

O Cenário das Negociações de Paz

Toda essa dinâmica militar ocorre na véspera de um novo ciclo de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia em Istambul. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, confirmou que a delegação de Kiev será liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov.

Entre as prioridades definidas pela Ucrânia para estas conversas estão:

• A obtenção de um cessar-fogo completo e incondicional.
• O retorno de todos os prisioneiros de guerra.
• A repatriação das crianças ucranianas levadas para a Rússia.

A Rússia, por sua vez, anunciou que pretende apresentar um “memorando de paz” durante o encontro. O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, indicou que a delegação russa, liderada por Vladimir Medinsky, está preparada para apresentar o documento e fornecer as explicações necessárias. Contudo, Zelensky criticou publicamente a recusa de Moscou em compartilhar o conteúdo do memorando antes da reunião, gerando incerteza sobre as expectativas para este novo diálogo.

Apesar do contexto de negociações, as operações militares no terreno continuam intensas. O Ministério da Defesa russo reportou ter assumido o controle da vila de Oleksiivka, na região ucraniana de Sumy. Esta ação faz parte de uma ofensiva russa ampliada no norte do país, que já levou autoridades locais a ordenar evacuações em 11 localidades da região, evidenciando a pressão militar contínua sobre o território ucraniano.

Este novo ciclo de negociações em Istambul ocorre sob intensa pressão da comunidade internacional, na esperança de que um caminho para a desescalada e uma paz duradoura possa finalmente ser encontrado, apesar dos recentes e violentos desenvolvimentos no campo de batalha, marcados pela escalada do uso de drones por ambos os lados do conflito.