
Autópsia de Juliana Marins: Corpo Chega ao Brasil Para Novo Exame Crucial

Autópsia de Juliana Marins: Corpo Chega ao Brasil Para Novo Exame Crucial
O corpo da brasileira Juliana Marins, vítima de uma trágica queda no Monte Rinjani, na Indonésia, chegou ao Brasil e será submetido a uma nova autópsia. O procedimento, agendado para esta semana no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro, é um passo crucial na busca por respostas para a família, que questiona a clareza da certidão de óbito emitida no exterior.
A chegada do corpo em São Paulo, transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB), marca um momento de dor e expectativa para os parentes, especialmente o pai, Manoel Marins. Ele tem sido vocal em suas críticas ao guia local, à empresa de turismo e à administração do parque nacional, apontando falhas que, em sua visão, contribuíram para o desfecho fatal.
A Investigação em Andamento na Indonésia
Paralelamente ao translado do corpo para a nova autópsia de Juliana Marins, a polícia na ilha de Lombok, onde fica o vulcão Rinjani, Monte Rinjani, segue investigando as circunstâncias da morte. O guia Ali Musthofa, que acompanhava Juliana na desafiadora trilha, foi interrogado e negou qualquer negligência.
Em depoimento, Musthofa afirmou ter pedido que Juliana descansasse enquanto ele avançava, mas nega tê-la abandonado. Sua versão inicial, conforme reportado, varia entre ter se afastado por ‘no máximo três minutos’ e cerca de dez minutos. Foi nesse curto período que, ao retornar, ele não a encontrou mais na trilha, percebendo sua queda ao avistar a luz de uma lanterna e ouvir pedidos de socorro a 150 metros de profundidade.
Entretanto, a narrativa do guia é contestada pelo pai de Juliana. Manoel Marins alega que o próprio Ali Musthofa confessou a ele ter se afastado por um tempo considerável (quarenta ou cinquenta minutos) para fumar, deixando a filha sozinha. Essa alegada omissão seria, segundo o pai, a principal razão para a tragédia.
Além do guia, outras testemunhas, incluindo voluntários do resgate e um policial florestal, também prestaram depoimentos à polícia indonésia. As autoridades locais indicaram que estão investigando a possível existência de ‘algum elemento criminoso’ ligado ao falecimento, embora ressaltem que, até o momento, não há suspeitos específicos.
As Dúvidas da Família e a Importância da Nova Autópsia
A decisão de solicitar uma nova autópsia no Brasil decorre diretamente das ‘dúvidas na certidão de óbito’ emitida pela Embaixada do Brasil em Jacarta. A família Marins busca maior clareza, especialmente sobre o momento exato da morte da jovem.
A perícia inicial, realizada em Bali, descartou a hipotermia como causa da morte, apesar das baixas temperaturas no Monte Rinjani, que podem chegar perto de 0ºC durante a noite. A ausência de sinais clássicos de exposição ao frio levou o legista indonésio a concluir que a jovem não morreu devido à temperatura. Juliana usava apenas calça e blusa, sem equipamentos de frio adequados, o que levantou questionamentos sobre sua preparação para a trilha.
A autópsia indonésia indicou que Juliana sobreviveu por cerca de quatro dias após a queda. A causa do óbito foi atribuída a múltiplos e graves ferimentos, incluindo trauma torácico severo, hemorragia interna, lesões na cabeça, fraturas na coluna vertebral e nas coxas, além de escoriações generalizadas. Os órgãos respiratórios internos teriam sido comprometidos pelo impacto da queda.
O resgate do corpo foi uma operação complexa que durou sete horas, em terreno de difícil acesso a 600 metros de profundidade. A chegada do corpo ao Brasil e a realização da nova autópsia representam uma etapa fundamental para a família obter as respostas que ainda faltam e compreender completamente as circunstâncias que levaram à trágica morte de Juliana Marins no vulcão indonésio.
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